segunda-feira, 28 de abril de 2008

quinta-feira, 24 de abril de 2008

desacordo ortográfico

Após cedermos (dispensarmos) toda a nossa indústria, agricultura, moeda e assistirmos ao crescente vazio cultural e desaparecimento da nossa (só nossa!!!) cultura em detrimento de uma imposição de matrizes culturais iogurteiras e desenraizadas, eis que chegamos ao que apenas faltava para que este país, em 34 anos, perdesse toda a sua razão de existência: o desaparecimento da Língua Portuguesa de Portugal!

Atendendo ao título deste blog e também ao dia que se celebra amanhã, era impossível não prestar atenção a este tema polémico que, desde que me lembro de ser gente, tanto se discute embora, como é óbvio, ninguém sabe, de modo oficial, do que consiste.
O Acordo Ortográfico é um dos pilares da relação de Portugal com os demais países lusófonos; discussão levantada logo após o complicado processo de descolonização e na senda da transformação da imagem de Portugal perante as suas ex-colónias (Brasil, inclusive) e a tão desejada Europa (na altura, dos Nove).
Hoje em dia falamos de Globalização, mundo e sociedade sem fronteiras (apesar dos perigos daí decorrentes) e o tipo de democracia que nos é imposto rejeita qualquer permanência ou foco de matriz cultural nacional: aliás, a meu ver, falar-se de coisas nacionais é sinónimo de fascismo; nacionalismo é conotação imediata de autoritarismo e preconceito!!! São estas as ideias que se ensinam nos livros da escola!

Eu não sei como é que a Inglaterra e os EUA, apesar das guerras disputadas durante o final do século XVIII e inícios do XIX, sempre se conseguiram entender, apesar das diferenças linguísticas no Inglês dos dois países?
Venceram duas guerras mundiais e, se calhar, preveniram outra! Sempre se entenderam apesar de se dizer taxi em Nova Iorque e cab em Londres!
Vejam lá como nunca houve confusões linguísticas quando se uniram para invadir o Iraque!!!
Também é verdade que tinham o nosso Durãozinho para o que desse e viesse no caso de alguma incompreensão em relação a uma expressão ou palavra utilizada no processo de invasão…
Eu nem sei como é que a Holanda, sendo o único país a falar o Neerlandês, não foi agregada à Germanofonia ou Anglofonia…mas nunca deixaram de se impor no mundo, apesar de falarem de uma forma como mais ninguém fala…
A Bélgica não deveria escoher: língua francesa ou flamenga? Em Espanha...Catalunha e Castela e País Basco e a Galiza?
Nunca nós deixámos de ver telenovelas brasileiras nem de contactar com a cultura brasileira ou africana por razões linguísticas!
Perante isto, levanto-me completamente contra este Acordo Ortográfico: uma língua nacional (perdoem-me o termo fascizante) é parte do nosso país e não é política nem números. É nossa cultura, é a nossa forma de ser e de estar…é o que mais nos caracteriza e identifica!!!
Para confusões, já nos bastam os pontapés na gramática que todos os dias lemos e ouvimos!!!
Como professor, repudio, sem cedências, a imposição deste Acordo Ortográfico!!!
Que me reprovem na avaliação, que me apontem o dedo mas hei-de continuar a ACENTUAR a depuração e preservação deste nosso ÚNICO património!!!!

24 ABRIL...

Diz que há para aí malta que vai comemorar hoje o Dia da Saudade...
Porque será? ;)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

a dama de ferro está de volta...

A Dama de Ferro está de volta.
O dia 24 de Maio ainda vem longe mas já se acendem lanternas na escuridão que domina o vazio da ala política mais à direita do PS.
Manuela Ferreira Leite, ex-ministra da Educação (no último período cavaquista) e ex-ministra da Finanças (no último governo PSD/CDS-PP, saindo de cena aquando da fuga mundi de Durão), assumiu ainda esta tarde a sua candidatura à liderança do maior partido da (suposta) oposição.
Há cerca de 14 anos, desde que Fernando Nogueira herdou o pesado fardo de tentar fazer esquecer Cavaco silva, sendo derrotado nas legislativas de 95 pelo tom rosa/dialogante de Guterres, que o Partido Social Democrata tem mostrado amplas fraquezas: tanto ao nível ideológico (recordemos que terá já nascido em 74 com dúvidas ideológicas quanto à sua posição política, numa era de profunda radicalização de esquerda e em que tudo quanto se movimentava, mesmo de forma ténue, à direita era prontamente conotado de reacção); como ao nível da praxis política. Em 14 anos, vários foram os líderes e timoneiros, e vários foram os coros (típicos da Tragédia Grega que traçam e marcam o destino) que se levantavam…
O PPD/PSD nasce de uma nova forma de praticar a Social Democracia, vincando nos seus estatutos a linha bem portuguesa da tradição cristã (embora demarcado da família ideológica Democrata Cristã) e do valor nacional.
Primando por uma nacional social democracia, o PSD diferencia-se do PS pela sua componente portuguesa e veiculada à tradição e cultura nacionais, sendo o PS manifestamente um partido conotado com a acção socialista internacional. Nascida da divergência filosófica e ideológica em relação ao Marxismo, a Social Democracia movimenta-se nas tendências reformadoras moderadas e anti-revolucionárias na construção da sociedade mais justa e democrática; primando como valores fundamentais a livre iniciativa e o fortúnio do mérito e da inovação, mantendo o Estado apenas como árbitro no sector económico, não interferindo no jogo de forma directa.
O PSD considera que a base de riqueza de um país deve estar no benefício trazido pela iniciativa privada e não na iniciativa/controlo estatal.
O PS assumiu-se, pelo menos aquando da sua fundação em 73 por Mário Soares, como um partido anti-revolucionário e favorável a uma transição igualmente moderada mas, na base da diferença, estará a sua visão reformadora do que seria um Estado Socialista: o Estado como mantenedor de importantes sectores económicos, estando para a iniciativa privada guardada a fatia restante: o Estado como apoiante e interveniente na iniciativa privada, gerando consórcios e cartéis subsidiários para o desenvolvimento sócio-económico, evitando selvajarias.
O PSD nasce da própria discordância no seio do Partido de Marcello Caetano, a Acção Nacional Popular (ANP), por Francisco Sá Carneiro e Miller Guerra quando estes viram que a fachada da Primavera Marcelista não passava disso mesmo: a inexistência de garantias para uma verdadeira prática democrática.
O Partido nasce em 1974, num período de enorme crispação ideológica. Por vezes, a segunda metade de 74 e o ano de 1975 iriam ser os anos em que o PPD (sigla inicial) seria conotado, pela esquerda mais radical, como a legitimação do legado reaccionário em forma de partido político. Daí o nome PPD (Partido Popular Democrático) ter uma noance menos chocante para o fervor da época revolucionária portuguesa.
O CDS nasce na mesma altura e assume a sua maior vontade de concentrar equilíbrios ao centro, não se esquecendo, igualmente, da linha tradicionalista moderada portuguesa de inspiração católica progressista.

Nos dias de hoje fala-se e debate-se muito acerca da recessão ideológica que confunde os dois maiores partidos portugueses: a questão do Bloco central, tentando, longe das profundas diferenças de outrora, arranjar consensos mais amplos. Tanto à esquerda como à direita.
Qual o perigo disto?
Fernando Rosas, em entrevista à SIC Notícias, falou de um país demasiado pequeno para duas ideologias que convergem na mesma praxis. Que espaço tem este PSD numa altura em que a “travessia no deserto” que faz é condicionada por um outro partido que, lentamente, e aos olhos da opinião pública e do eleitorado, se chega cada vez mais para o território que habitualmente lhe pertencia?
Durante três anos, o PS (Partido Socrático) tem levado a cabo uma política económica profundamente conotada com o que de mais puro se faria num possível governo laranja. A demissão do Estado de anteriores obrigações constitucionais (Serviço Nacional de Saúde, Função Pública) e a entrega de importantes fatias a privados para a gestão de empresas (o caso da EDP e a concorrência que se pretende no sector energético) fazem do PS um Partido que foge da tradição e da base.
Veja-se a OPA da Sonae sob a Portugal Telecom; em que a venda da golden share que o Estado (pela Constituição legitimado) detinha apenas foi travado pela Alta Autoridade para o sector das telecomunicações. Isto agravado pelo facto da ordem supranacional vinda de Bruxelas ter multado o Estado português pela retenção dessa mesma golden share.
Ou seja, o PS anda à nora!!!
Ou liberta ou contrai…
Nos últimos tempos, ouvimos falar do fim da gestão privada no Amadora-Sintra. Medida de cariz socialista puro! Mas já ficámos a saber que o novo Hospital de Todos os Santos terá capitais privados e públicos. Se falássemos em Socialismo moderado, veríamos o PS a primar pela sobrevivência do verdadeiro Estado Providência (uma das grandes obras do Socialismo Moderado no século XX, na matriz das Frentes Populares e Trabalhistas anglo-francófonas) em que a manutenção dos serviços públicos como é o caso da Saúde deveria ser uma das suas principais bandeiras.
Assim sendo, temos um PS a virar mais à direita, mantendo também um ombro encostado na esquerda, tirando de um lado e pondo no outro. Este é o verdadeiro jogo da política.
Será possível uma oposição a si mesmo?
Ou seja, o PSD tem condições de lutar contra aquilo que sempre defendeu?
Realmente, a diferença deve vir ao de cima. As eleições não podem ser adiadas devido a reformulações no partido.
O partido deve reformular a sua relação com o possível eleitorado que terá perdido e que poderia, eventualmente ganhar, mostrando ideias e alternativas e não demagogia barata como, por exemplo, no espaço de seis meses a televisão pública deixar de ter publicidade…
Largos e vastos são os apoios a Ferreira Leite.
Desde Marcelo Rebelo de Sousa ao super-munícipe Rui Rio. A corte e a nobreza de sangue laranja está com a Dama de Ferro lusitana.
Para além de tudo, é uma mulher e penso que as mulheres, se tivessem tido mais oportunidades ao longo da História, talvez o mundo fosse melhor hoje em dia.
Ferreira Leite, de certeza, ganhará o congresso de dia 24 de Maio. Mas não ganhou o eleitorado. Isso é que define a razão e o sentido das coisas. Que ideias? Que alternativas? Que oposição poderá fazer a diferença? Acredito num retorno às origens…à magna carta social democrata e acredito que a ex-super ministra reúne, finalmente, o consenso que se pede.
Boa sorte!

hoje também...

o 70º aniversário de Spirou!



sugestão

Não tive oportunidade de acompanhar a série "A Guerra", da autoria de Joaquim Furtado, quando esta estreou há uns meses na RTP1.
Fico contente por saber que estará, a partir de hoje, novamente no ar, embora em hora tardia (00.35), na RTP 2 *.
Mais uma vez fica provado que o canal público apresenta a melhor qualidade em termos de grelha!!!
*Mas ... e uma edição desta série em dvd?

hoje...


...sinto-me assim...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

MÍTICO!

(LOAD "ASPAS,ASPAS" ENTER!!! )

3D, ESCRAVIDÃO E O MONSTRO DA LAGOA AZUL!!!

Finalmente ganhei vergonha na cara e lá fui ver o tão badalado U23D.
Já muitas foram as opiniões: desde
"Epá, é lindo!! É melhor que qualquer dvd!!!", "Xiii, mete o Rattle & Hum" a um canto!!!", “parece mesmo que estás num concerto dos U2”, "Não é nada de especial!!!", "Gostei mas não me entusiasmou"...and so on...and so on...

E aproveitando uma bela tarde de
dolce fare niente, lá fui descobrir, pois então, este admirável mundo novo da tecnologia 3D!!
Desde revistas a telejornais, passando pelos matutinos, rádio e tv: todos exultaram com a excelência da tecnologia 3D como sendo algo vindo de
Degobah System !

Mas recordo-me, há muitos anos, de um filme que passou na RTP intitulado o Monstro da Lagoa Negra (título cinematográfico que me vem sempre à cabeça quando faço a recta do Linhó e depois lá me lembro que “Ahhh!É Lagoa Azul!!”) em que, na semana antecedente à sua exibição, o Jornal A Capital oferecia os óculos (com uma lente vermelha e outra azul) com os quais o filme teria mais esplendor se colocados durante a sua exibição. Lembro-me que a minha mãe não me deixou ver o filme pelas seguintes razões:

1º é de terror e uma criança não deve ficar acordada até tão tarde para ver um filme, ainda por cima logo daqueles que metem medo( o que é que deverá acontecer em pleno século XXI quando, por exemplo, vamos supor que o
Hostel passa em canal aberto e o jovem petiz não tem sono?) !!

"João, não fizeste os trabalhos de casa!!!"

“Já deu o Vitinho!!”


Muitos anos mais tarde... (até parece um filme) …dou por mim a ter o
primeiro encontro imediato com a realidade virtual no cinema! E logo um cinema só para mim (vazio!!!)

Em relação ao filme em si: é um excerto de um concerto dos
U2 em Buenos Aires durante a sua última digressão (a mesma que , em 2005, passou pelo Estádio de Alvalade).
Sem querer falar muito do meu estado de espírito actual em relação aos irlandeses, devo afirmar que os U2 já me motivaram mais.
Estranhamente, parece que, desde há algumas digressões para cá, cada concerto dos U2 obedece a padrões definidos e estandardizados. Tive a honra de ter assistido, em Agosto de 2005, aos concertos de Madrid e Lisboa. E, emoções à parte, os dois espectáculos giraram em torno do mesmo: um set list igual (descontando o facto de, em Lisboa, terem fechado com o emblemático
“40” e, em Madrid, com um “reprise” de Vertigo), Bono preso às suas convicções humanitárias e ao activismo constante, efeitos e pirotecnia a funcionar matematicamente!!!
É triste pois, tendo o imenso material de qualidade que têm, os U2, apesar de o factor humano estar sempre presente no palco (e isso transmite-se e recepciona-se para e pelo público em euforia), parecem-me
escravos do seu próprio espectáculo.
Tudo tem que estar de acordo com o espectáculo visual e conceptual. A música actua, dá-me a impressão, em jeito de
soundtrack de todo o impacto visual e ideológico que por ali passa.
Tendo eu assistido a outros concertos de outras bandas (os
Pearl Jam e os Cure, por exemplo) noto que a banda e o público são as estrelas da noite, tornando cada canção numa autêntica cerimónia…cada canção um momento único…sem grandes pirotecnias e tecnologias...
Parece-me que os
U2 perderam um pouco isso: têm um espectáculo montado rigorosamente e nada, ou pouco, pode fugir à rigidez de um guião.
O que eu quero afirmar é que a espontaneidade, que fez com que
Bono e Cª se tornassem naquilo que são, essa já não encontro mais!

Bem, mas apesar disto, os
U2 continuam a ser enormes e este filme realmente faz-nos ter uma ideia do ambiente fantástico que se gera num espectáculo seu: Bono é “O frontman” por excelência: pela sua comunicação, pela sua postura e por tornar visível o prazer com que sobe ao palco em cada noite.

A restante banda cumpre (como é hábito) a sua função e os U2 continuam a ser “a banda”, ou seja, uma família feliz que move milhões e milhões à sua volta!
OK! Confesso que sou piegas e emocionei-me em alguns momentos!

Em relação à
tecnologia 3D: penso que é fantástico o cinema alcançar uma nova dimensão como atinge neste U23D. Realmente, parece mesmo que entramos no ecrã…que vivemos o que se está ali a passar! Imagino um “Senhor dos Anéis” filmado com esta tecnologia!!!!
É o melhor que o filme tem…pelo menos, a maior novidade!!!
Mas, mesmo assim, Rattle & Hum (1988) continua a ser o filme/documentário mais interessante dos U2!
Para lerem mais comentários a
U23D, cliquem aqui. Pactuo com tudo o que se escreve…

quinta-feira, 17 de abril de 2008

PERDOEM-ME, COLEGAS, MAS...

...já não há saco para este gajo!!!!!!!

E EU A PENSAR QUE NADA PODIA SER PIOR...

...que Eragorn e Dungeons and Dragons...



...eis que chegou a minha casa a peça que faltava para completar a Trilogia da Tanga!!!!!!!!!
Falo pois de "Beowulf"!!!
Essa magnífica produção de Robert Zemeckis (que se responsabilizou pelo mítico Back to the Future) que volta, uma vez mais, a explorar o filão dourado do chamado cinema-de-fantasia-para-consumo-familiar-Domingueiro-a-seguir-a-um-belo-repasto-cozido-à-portuguesa-de-preferência!!!

Ora bem, para já, mais um filme que me deixou em pulgas para chegar ao ponto de preferir vir para aqui escrever!

Depois, ainda estou para compreender o fascínio que a malta tem por aquele grafismo em que os personagens parecem saídos de jogos de consola mas, ao mesmo tempo, são de carne e osso!!!Ainda estou para perceber qual é o grande contributo de toda esta tecnologia...
Será que era para pôr óculos 3D, estilo o filme dos U2 (não, ainda não fui ver) e não me disseram?
Para além do filme e da história desinteressante, que gira em torno da mitologia nórdica, desisti quando me apercebi da presença de Angelina Jolie!!!
Epá, ela é boa como tudo, linda, é muito boa pessoa mas, como actriz, a sensação que eu tenho é que esta diva dos sonhos eróticos masculinos assume sempre qualquer personagem da mesma forma!!!


Sei que a maior parte do pessoal a adora como actriz mas, desculpem-me: o único filme que gostei com Mrs Pitt foi Taking Lifes!


E pronto, como eu não aprendo...lá fica mais um para o memorial...

ESTÁ BONITO ISTO ESTÁ

Acabo de ler que Luis Filipe Menezes acaba de convocar, para dia 24 de Maio, eleições directas para a presidência do PSD.
Não se tratando de fairplay hipócrita (em que desejamos sempre o mal ao nosso adversário, apesar de lhe acenarmos de compaixão), e apesar de o meu voto nunca ter sido para o partido político em questão, não deixo de me preocupar com (mais um) retrocesso na estabilidade política de Portugal.
Confesso que, antes deste senhor chegar a Presidente do PSD, o admirava. Admirava a frontalidade e, por vezes, tocava na ferida criticando e tentando subsidiar o politburo laranja com apelos à razão.
E continuo a admirá-lo pela postura demonstrada, quando se encontra cada vez mais isolado no seu cargo e sem conseguir reunir consensos no restante aparelho partidário.
Não me assumindo como social-democrata, confesso que começo a preocupar-me com o vazio de ideias concretas que o PSD (que tem como responsabilidade promover uma oposição de ideias concretas a um PS que, cada vez mais joga "À Porto") demonstra.
Penso que este Partido só durante 10 anos terá tido alguma estabilidade: o prelado cavaquista.
Que pena Sá Carneiro ter morrido!!!!
Como teria sido? O que estará ele (lá de onde ele estiver...) a pensar neste momento?

Caminhamos para um Portugal cada vez mais contraído e vazio em termos de soluções e propostas. É triste que, 34 anos após o boom partidário, estejamos a observar o fortalecimento do chamado centrão: em que os partidos já não demonstram as diferenças fundamentais; em que a ideologia faz parte dos livros de História e em que vemos sucessivos dirigentes a chegarem à liderança dos mesmos sem nunca, se calhar, terem olhado para as bases ideológicas.
É necessário um PSD forte! É necessário debaterem-se as ideias e, acima de tudo, deixar para trás os mexericos que, nesta altura, palmilham nos debates parlamentares, acentuando, cada vez mais, a crise da Democracia Representativa.

Não sei quem irá ler isto.
Mas sei que muitos pensam como eu: por favor, queremos ideias concretas e propostas debatidas não a favor de ideologia mas sim a favor de um Portugal mais justo!!! Não queremos demagogias nem docinhos no céu da boca; queremos acções...
Se for necessário, que seja uma espécie de Junta de Salvação Nacional (que congrega várias frentes ideológicas no exercício do poder).
Vamos ver o que sucede a 24 de Maio...

SPACE...THE FINAL FRONTIER!

Muitos consideram-me maluco mas eu ando apanhado pelo Star Trek!
Lembro-me em criança de ver na televisão réstias fugazes da série criada por
Gene Roddenberry na década de 60. Mas confesso que me passava ao lado dada a minha imaturidade para a complexidade filosófica que envolvia aquela série. Talvez esperava assistir a perseguições de naves, lutas com sabres luminosos ou Buck Rogers em catadupa
30 anos depois, eis-me aqui a falar de Star Trek.

Estou a falar da série original que estreou na cadeia televisiva americana
NBC em 1966.
Naquela altura, em plena Guerra Fria e numa época de corrida pelo domínio espacial, o assunto
“Espaço” era sinónimo de mito e loucura…mas possível…já JFK disse que, no final da década de 60, a América irá pôr um homem na Lua…lançando, a título de inveja, um repto face à URSS, após esta ter colocado um homem em órbita.
É a época em que
Bowie, em Space Odity, imagina a Terra vista do Espaço ou especula acerca da possibilidade de haver vida em Marte
Resumindo,
STAR TREK, no seu genérico, considera o Espaço como a derradeira fronteira. Assume-se como um itinerário imaginário pelo Universo, onde nunca nenhum homem foi…
E é no Universo, e nos enigmas que continua a guardar, que toda a filosofia de Star Trek gira em torno: a
U.S.S Enterprise, capitaneada pelo Capitão James Kirk e o seu oficial para as ciências, Mr. Spock. Aliás, conhecido pelas suas pontiagudas orelhas, Spock (filho do embaixador vulcano, Sarek, e de uma professora humana, Amanda Grayson) representa mesmo a dualidade entre Intuição/Lógica e Emoção/Razão. Ao longo da série despertamos para as opções tomadas por Spock que, sem obedecer a sentimentos, age apenas pelas sua dedução empírica e baseada na lógica, o que nos faz pensar acerca de muitas opções que temos que tomar, para bem ou para o mal, na nossa vida! Por outro lado, numa época em que a América mandava a sua juventude para o Vietname, a série apresenta inúmeras metáforas para a questão da guerra/paz, críticas ao governo americano e soviético (na sua diplomacia pelo equilíbrio de armamento e intimidação pelo terror – aliás, um dos episódios da primeira série chama-se mesmo Balance of terror).
Por entre vários temas, muitos giram em torno do Homem como ser social, questiona-se um mundo alternativo e despido de leis em que não existe espaço para impor o que é o Bem ou o Mal, a superioridade da inteligência artificial face inteligência natural e muitos outros temas; o racismo e segregação racial (basta olhar para a tripulação da Enterprise em que convivem brancos, negros e orientais) e o
feminismo (grande parte dos tripulantes da Enterprise são mulheres, desempenhando papéis de relevo na tripulação da nave).
Star Trek foi, no seu tempo, polémico e tornou-se uma série de culto.
No diccionário da Oxford o sinónimo de fã ou fanático é Trekkie!!!
Em 1997, um documentário intitulado Trekkies mostrou o que era ser um Trekkie, viver segundo a lógica de Star Trek: desde as conferências e debates até, ( o que mais me espantou) a utilização de uma senhora, fã de Star Trek, como júri em tribunal!!! Mas isto só nos EUA!!!
Em tudo isto, o Espaço e o Universo e tudo o que está para além da nossa imaginação apresenta-se como o cenário: o Espaço, misterioso e infinito, faz-nos interrogar acerca da viabilidade para que o homem possa encontrar redenção num novo mundo… mas o que é engraçado (e não nos podemos esquecer que esta é uma série revolucionária que desenvolveu o
scifi) deixa sempre uma esperança para a Humanidade; os próprios anos 90 do século XX (a série passa-se no século XXIII) são vistos como os anos da aniquilação humana; várias são as menções, ao longo da série, à 3ª Guerra Mundial (que nos anos 60 se chegou a temer, a partir da Crise dos Mísseis de Cuba, principalmente) que devastou o planeta Terra. E Star Trek assume-se como uma tentativa de profetizar o que o mundo poderá ser; o destino da Humanidade; a convivência e construção de novos mundos algures no Universo… a relação do Homem com outros seres, além da Terra…
É realmente fabulosa esta série. Não só pelo conteúdo mas também pela originalidade e pelo legado que deixou: teria havido
Star Wars, Galáctica, Space 1999 (que um dia falarei aqui) ou, mais recentemente, Stargate?
Devo agradecer também a um dos meus gurus: o meu colega de Filosofia, Joaquim, por me abrires os olhos para o
Star Trek. OBRIGADO! ;)

BEM HAJA, MR. STIPE

Fabuloso!
É com esta palavra que adjectivo o novo disco dos REM, Accelerate!
Seguidor desta banda desde Green, não tenho problema algum em afirmar que, ao longo destes cerca de 20 anos, os REM têm-me surpreendido, não só pela positiva, mas também por momentos um pouco mais decepcionantes como foi o caso de Reveal (2001) e Around the sun (2004).
Projectados para o grande estrelato com o maravilhoso Out of Time (1991), os REM rapidamente conquistaram-me pela beleza e simplicidade das suas canções mas, acima de tudo, pela voz única de Michael Stipe que dá textura a poemas de enorme profundidade que, por vezes, dizem tudo aquilo que eu gostava de dizer! Também Peter Buck, o guitarreiro que, pela tão simples forma como toca, consegue envolver, e juntando a mestria do multi-instrumentista Mike Mills, toda a densidade poética do Mr.Stipe. Por outro lado, Michael Stipe, em cada cantiga, faz-me dar uma volta por cada estado norte-americano, através das suas palavras e sequências directas.
Não é o primeiro post que faço sobre os REM. Aliás, já em Dezembro, quando adquiri o CD/DVD REM LIVE, voltei a tomar em atenção a banda de Athens. Nesse disco/dvd (gravado em Dublin, Irlanda) os REM conseguiram dar às banais canções de Around the Sun uma nova estética (destaco a fabulosa Boy in the Well) que me fizeram olhar para esse disco de outra forma.
Quanto a este novíssimo Accelerate: notamos um regresso à pureza original. Buck volta a puxar pelas goelas do amplificador!!!
Stipe volta a temas pol(íticos)émicos e gostei de ver no inlay do cd referências a grandes pensadores como George Herbert, William S. Burroughs ou Sinclair Lewis, como tópicos de lançamento para cada um dos temas tratados.
Em média, cada cantiga dura cerca de três minutos: canções directas, despidas de preconceito e sem grandes truques de produção ou arranjo!
Para além do tema de avanço "Supernatural Superserious", destaco "Houston", pela forma directa como Stipe diz "If the storm doesn't kill me, the government will"...
Não é o melhor disco dos REM (nisso aponto "New adventures in HiFi", de 1996, apesar de reconhecer que "Out of Time" e "Automatic for the People" são excelentes, mas numa linha diferente) mas, sem dúvida que Accelerate marca o regresso de Stipe, Buck e Mills à grande forma física, após uma travessia, não digo pelo deserto, mas por zonas um pouco afectadas pelo aquecimento global!
É bom ainda haver bandas assim...

terça-feira, 15 de abril de 2008

DEIXEM-ME FICAR NA MINHA...

Le Trianon, Versailles, 2008

DESABAFO...

Perdoa-lhes, Pai, pois eles não sabem o que fazem
Açores, S.Miguel 2006

MADEIRA PODRE

Não posso deixar passar em claro as últimas declarações do Senhor Jardim lá do Atlântico
Na senda do que a política se tem tornado (em que bastar-nos-á estudar um pouco de História para revermos, nestes 34 anos, o
Parlamentarismo da Monarquia Constitucional e da 1ª República), o Senhor Jardim lá do Atlântico, se não me falha a memória, é o dirigente/governador/presidente/responsável político há mais tempo em exercício de funções. Desde a promulgação da Lei do Estatuto Autónomo concedido à Madeira e aos Açores, em 1976, que o Senhor Jardim tem protegido o seu Jardim de várias ervas daninhas, não obstante a riqueza da flora madeirense, que outros lá gostam de ver cultivadas...
Conhecido pelo seu gesto pitoresco e popularucho, que só numa região isolada funcionaria, o
Senhor Jardim sempre se mostrou disponível para cultivar apenas as flores que lhe apetece mas, se pudesse, não se importaria de utilizar herbicidas mais fortes naquelas que ele considera daninhas.
O
Senhor Jardim, eleito de forma democrática, dá-se bem no clima madeirense: bolachudo e irreverente, a sua personalidade marca pelo constante dilema entre o que é frontalidade e má criação! Próprio mesmo de uma orquídea selvagem ou de uma planta cuspideira…
Sempre achei muita piada ao
Senhor Jardim: sempre me questionei acerca do pólen que este senhor poderia, eventualmente emanar para se mostrar, face a uma opinião pública cada vez mais descrente na classe política, perante o País que (segundo ele diz) se orgulha de pertencer.
Mas tenho pena que o
Senhor Jardim, como milenar carvalho plantado na Meseta Atlântica, não tenha herdado a nobreza do fino mogno de outras “àrvores” que, há trinta e tal anos começaram a criar raízes mas que, infelizmente, foram deitadas abaixo. A sua madeira apodreceu...

terça-feira, 1 de abril de 2008

TANGA DO DIA...ou não...AIIIIII!!!!

Hoje ouvi na Rádio Radar que os Radiohead estariam esta semana em Portugal para realizarem uma série de espectáculos em bares de Lisboa e do Porto.
O problema é que não se sabe quais os bares...
Acreditam que eu nem me lembrei a quantas é que ando...?!??!?!? :)