sexta-feira, 28 de agosto de 2009

portugal a norte...

Ora bem, serve este post então para falar-vos acerca das minhas férias.
Fiquei por Portugal e, ao contrário de 90% da população, fui até ao Norte do país.
Fica aqui um pequeno resumo do que eu vi e por onde andei. Adorei e faz-me confusão saber de pessoas que viajam para todos os sítios e mais alguns e, se calhar, nunca viram Portugal.
Juntei alguns comentários às fotos... espero que gostem e, para aqueles que nunca lá foram, existe tanto por descobrir...
Para partilhar...


terça-feira, 25 de agosto de 2009

o regresso às jaulas

O Verão está a terminar.
Se Verão rima com praia, então para mim esta visão poética das férias foi tudo menos escaldante. Isto de ter um bebé de quase 5 meses em casa, obriga-nos a abdicar dos prazeres da estiva ou então, como alternativa, a ir à praia em horários um pouco surreais: às 7 da manhã ou às sete da tarde. Se às sete da manhã há sempre qualquer coisa mais interessante para fazer, como dormir, às 7 da tarde o calor já foi, tornando-se então ilógico o ritual de peregrinação à praia...
Accionei então o plano B: fui para o Norte do país, passear pelo Minho e realizar que o nosso país até é bem bonito. Mas isso serão contas de outro vigário sobre as quais me irei pronunciar num próximo post.
Serve o presente post para falar um pouco acerca deste momento festivo que se avizinha: O REGRESSO ÀS AULAS.
Ao reparar nas campanhas publicitárias que por esses media abundam, temos a leve sensação de que o REGRESSO ÀS AULAS é um momento festivo, digno de ombrear com a época natalícia no que toca à boa vontade de passar o cartãozinho de crédito nos sugadores electrónicos das caixas de pagamento presentes nas lojas. Para isso, a publicidade joga com o sentimento que, de certeza, a malta em idade escolar sente neste momento.
Cartazes e campanhas que juntam crianças com largos sorrisos de feilcidade interminável perante tão feliz momento quase como a dizer:
"Que bom! Estava a ver que não! Xiça, as férias são mesmo compridas! Já estávamos fartos da praia e da borga! Que saudades tenho eu dos meus queridos professores! Ai, deixa-me lá pedir aos meus pais para que me comprem os caderninhos e as canetas para eu poder tirar os apontamentos para ter tudo organizado de forma a estudar todos os dias em casa! E já agora deixa lá ver se me compram aquela mochila muito gira da Hello Kitty ou da Ana Montana para lá guardar, religiosamente, os meus livrinhos e cadernos de forma a evitar faltas de material!"

...

Sem dúvida que muita coisa mudou...ou não...
No meu tempo, esta altura do ano tinha em mim contornos bastante próximos da histeria. Mas ao contrário...
Para mim, o Verão dava sinais de se eclipsar logo a seguir ao dia 22 de Agosto (o dia do meu aniversário). Entrava eu então em níveis altíssimos de ansiedade que se desdobravam, rapidamente, em estados de pré-depressão que, à medida que os dias se sucediam até ao fatídico dia em que tinha de me sentar numa carteira de uma sala de aula, culminaria num problemático estado de psicose profunda. Para mim, o REGRESSO ÀS AULAS era um autêntico REGRESSO ÀJAULAS, dado o sentimento de recluso que me inundava a alma por estas alturas! Nunca compreendi a alegria nesse regresso tão romantizado pela publicidade presente nos media da altura!
Só mais tarde é que começaria a compreender o mal necessário...
Só espero que nenhum aluno meu leia esta minha partilha sentimental...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

a conchichina existe?

Este é o cartaz que tanta polémica levanta. O Movimento Mérito e Sociedade (MMS) refere a lendária terra distante do imaginário português como destino para todos aqueles que estão ali representados.
Na edição de hoje do Público On Line, falava-se da eventualidade do dito partido se ver obrigado a substituir Conchichina por Conchinchina, devido a um possível erro de Português.
Embora parecendo a mesma coisa, são na verdade duas terras diferentes: a Conchinchina é uma longínqua região no Vietname Setentrional (com a qual muito os portugueses contactaram durante o século XVI) e a Conchichina é uma terra imaginária, que não existe geograficamente. Poderá ser apenas uma forma mais simpática e divertida de desejar que alguém desapareça do mapa...para bem longe e sem deixar contacto...

E é esse o intuito do MMS.
Com todo o respeito pela população desta região asiática (com a qual se poderá estabelecer confusão), penso que este hipotético fluxo migratório revelaria, para com os pobres cidadãos da tal terra, um desrespeito por parte do povo português, ao enviarem esta mão-de-obra...
A retaliação poderia mesmo implicar uma reedição da Guerra do Vietname...mas agora com os tugas...

Portanto há que apurar as diferenças entre uma terra e outra...
Como se pode ver, a Conchinchina afinal existe (que o digam os americanos que lá tanto tempo estiveram...)

harry patch

O último combatente inglês na 1ªGuerra Mundial, o senhor Harry Patch, morreu há algumas semanas atrás com a idade de 111 anos!
A entrevista por si dada há cerca de dois anos foi mote de inspiração para que os grandiosos Radiohead nos brindassem com uma nova canção de seu título "Harry Patch (in memory of)". Segundo o vocalista dos Radiohead, Thom Yorke, "seria muito fácil para a nossa geração esquecer os verdadeiros horrores de uma guerra, se as palavras de Harry Patch não nos recordassem. Espero que nunca esqueçamos".
Para além do espectro da guerra na inspiração desta canção, ressalvo igualmente o dramatismo envolvente, a simplicidade do arranjo musical e o lirismo anti-poético mas realista que faz com que esta não seja apenas mais uma canção anti-guerra.





I am the only one that got through
The others died where ever they fell
It was an ambush
They came up from all sides
Give your leaders each a gun and then let them fight it out themselves
Ive seen devils coming up from the ground
Ive seen hell upon this earth
The next will be chemical but they will never learn.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

vá lá...nem tudo é mau


"Rédea Solta" é uma boa surpresa na grelha de programação do canal TVI 24 que merece referência. Numa altura em que os pais cada vez se sentem mais dNegritoistantes em relação à juventude, surge-nos uma boa aposta do canal de Queluz que, sob apresentação do actor Pedro Granger (habitué nos castings telenoveleiros do dito canal), visa confrontar os jovens com os problemas naturais de tão verdes anos: sexualidade, família, amizades, noitadas, estudos, perspectivas futuras e, bastante interessante, o impossível binómio jovem /política. Refutando o calculismo e frieza da análise de um painel de psicólogos e sociólogos (inexistente), o programa não ambiciona ser um normal debate televisivo. Numa conversa amena, Granger personifica (e bem) um sorridente advogado do diabo, interpolando e puxando pelos grupos de jovens presentes, semanalmente, em estúdio.

Muitas vezes damos por nós a dizer que a juventude está perdida mas, se virmos bem, nem tudo é para nós terreno desconhecido. É interessante revermo-nos naquelas idades, apesar das distâncias óbvias que os sinais dos tempos representam.

Bom trabalho da TVI.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

fundo do poço


De certeza que já ouviram, leram ou viram alguém nos media a falar de uma possível inversão na tendência negativa que assola actualmente a economia mundial.

Primeiro Obama, que falou de alguns sinais positivos na economia americana, agora Jean Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, em Frankfurt, que manteve a taxa de juro na Zona Euro inalterada em um ponto percentual. Segundo este senhor, esta crise terá já batido no fundo, contrariando as impressões de há alguns meses atrás ,em que o nosso Teixeira dos Santos disse não ver ainda o fundo do poço. No início da semana, falou-se de uma possível crise energética a nível mundial, levando mesmo o barril de brent a atingir o preço mais alto deste ano. Nisto, Ferreira de Oliveira, administrador da Galp, avisou hoje que a erItálicoa do combustível barato terminou.

A Economia tem destas coisas: joga com variáveis tão peculiares como os bitaques que estes senhores dizem de vez em quando de forma a alertar os mercados e os consumidores. De vez em quando, há que pregar um cagaço ao mundo para abanar os mercados.

Se esta crise está realmente a abrandar, o que terá então o mundo decidido para que não voltemos a este passado recente?

Que medidas estarão previstas para evitar novos escândalos financeiros nos senhores da banca mundial?

Que alternativas estarão realmente a ser praticadas/testadas/implementadas para eventuais novas fontes de energia?

Que sensibilização efectiva é feita às pessoas, viciadas no crédito à habituação, para pensarem em aprender a gerir melhor os seus recursos e poupanças?

Se nos anos 30 o mundo teve de readaptar-se a uma nova realidade (o mercado não pode autoregular-se sem um mínimo de controlo), não acredito que as coisas vão mudar muito desta vez. Os tempos são outros e a preocupação social é nula. A mentalidade do lucro ,gera cada vez mais lucro, é já parte orgânica de um homem egoísta, selvagem dentro daquilo que chama um mundo civilizado.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

mercados negros e "subsídiodependentes"

Ao passar em revista a imprensa diária on line, apercebo-me dos foguetes que os leitores deitam ao saberem da pena atribuída a Isaltino Morais pelo Tribunal de Sintra, condenando-o a sete anos de prisão efectiva.
Realmente, fica-me a ideia de que a percepção que as pessoas têm em relação à Justiça é a de uma Justiça castigadora.
Não é minha intenção aperceber-me de uma justiça castigadora ou ilibadora. É fundamental que a Justiça funcione, acima de tudo, de forma clara e transparente: castigue os criminosos e clarifique a inocência dos que realmente são inocentes.
O Direito não é uma disciplina exacta. O Direito, enquanto normativo, nasce de uma necessidade de regulamentar sociedades e condutas nas suas mais variadas vertentes/ramos. Nascido da tradição do que é aceite e do que é repudiado, o Direito parte do princípio do bom senso para estipular normas que permitam um bom relacionamento entre os indivíduos que compõem uma sociedade. Regulamentar eventuais abusos, reclamar eventuais direitos mas, acima de tudo, agir de uma forma clara e uniforme.
Uma das principais lutas ao longo da História (talvez ainda hoje insuficiente) terá sido, sem dúvida, o estabelecimento da igualdade de todos os indivíduos perante a lei, eliminando foros e estatutos especiais. A partir do momento que o Homem passa a ter Direitos e a ser considerado um cidadão actuante na sociedade, é seu primordial dever corresponder aos desígnios da lei. A Lei é suprema a todos os indivíduos. Nasce de uma vontade colectiva maioritária que a aceita como fundamental de forNegritoma a primar pela objectividade e transparências das acções dos seus indivíduos.
Chama-se a isto Cidadania. É esta Cidadania a pedra basilar do funcionamento de um estado democrático.Um Estado de Direito.
Um Estado justo é um Estado democrático, em que o respeito pela dignidade suprema do Homem (os direitos naturais) garante o respeito entre todos aqueles que compõem o grupo social.
Mas, por vezes, o que é legalmente aceite poderá não ser éticamente razoável.
Poderá o Direito conviver com a Ética?
Um homem que ganhe o Euromilhões não é, pela Lei, obrigado a dar esmolas aos mais pobres. Não há nenhuma Lei que o obrigue a isso. Mas, por exemplo, Cristiano Ronaldo é multimilionário e já recebe críticas por parte de algumas figuras por este não investir em obras de carácter social e de apoio na região da qual é natural. Existe alguma Lei que o exija?
Chama-se a isto uma questão de Ética. Não sou filósofo nem sei definir, etimologicamente, "Ética". Mas para mim a Ética é algo que se desenvolve no indivíduo. É algo que joga com o Bom Senso e com as boas ideias de cidadania. Ética nega o egoísmo de se beneficiar apenas a si mesmo.
Costumo afirmar que a Lei só deve funcionar quando o bom senso e os valores éticos acabam. Penso que se fosse tudo assim, se calhar o mundItálicoo era mais justo e fraterno. O Homem é um ser naturalmente egoísta e que nunca gosta de ficar na mó de baixo. Para isso degladia-se, mostra a sua força perante o outro de forma a mostrar-se vencedor. É um instinto predatório natural ao Homem.
Luis Marques Mendes editou em Outubro de 2008 o seu livro "Mudar de vidItálicoa" em que apresenta, pelo seu ponto de vista, tópicos necessários e fundamentais para mudar o país e a relação dos portugueses com a Democracia. O ex-líder social democrata destaca, como ponto fundamental para que o país se resolva numa dinâmica progressita e democrática, a transparência que os cidadãos que concorram a cargos da Res Publica. Para Marques Mendes é inaceitável que pessoas que estejam envolvidas em processos judiciais com indícios criminais possam estar na susceptibilidade de exercer cargos públicos.
Nesta última semana, Marques Mendes voltou a falar deste tópico tão importante. Considerou "escandaloso" o facto da proposta de lei por si (durante a sua liderança do PSD) considerada ter ficado guardada nas gavetas, não tendo a actual líder laranja trazido este debate a S.Bento. Ferreira Leite defendeu-se. Concordou com a importância desta proposta mas, segundo a Dama de Ferro, terá de ser discutida na próxima legislatura.
Com o levantamento destas questões, vários foram os juristas que torcem o nariz à eventualidade desta proposta passar. Para muitos juristas, esta possível lei porá em causa o princípio de inocência até culpa formada, um dos direitos fundamentais consagrados na Constituição. Ou seja, até prova em contrário, qualquer cidadão é inocente.
O recente acórdão que condenou Isaltino Morais terá sido rasgado pelo autarca: mantém a recandidatura à autarquia de Oeiras, defendendo que "os oeirenses é que irão julgar efectivamente".
Penso que a delicadez desta questão merece algum cuidado. Se é inconstitucional proibir alguém de se candidatar a cargos políticos antes de ser dado como culpado, deveria ser uma questão de Ética e Bom Senso retirar as candidaturas até essa culpa ser ou não provada. Penso que falta Ética e Cidadania aos políticos portugueses: não só Isaltino mas também Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres ou o Major Valentim Loureiro. A falta de Ética destes senhores é o ensinamento que dão a uma população em que a corrupção e o mercado negro entranham-se nas sucessivas gerações. E continuam a ganhar e a merecer a confiança dos munícipes pois, para a gente comum, estes senhores são autênticos heróis da terra. É esta a natureza da portugalidade: "À SÉ,À SÉ!!! QUE MATAM O MESTRE!!!!": deveria constar da nossa bandeira!!!
Isaltino continua a desafiar a superioridade da Lei, adaptando-a às suas necessidades. Mantém a recandidatura pois a lei assim o permite. Mas a falta de bom senso e noções de ética são neste senhor alarmantes.
Outra das notícias desta última semana foi o anúncio das medidas socialistas para um eventual novo governo. Perseguir os ricos (aqueles cujo rendimento por agregado familiar seja superior a 5000€), taxando-os com um agravamento nos seus impostos.
Esta medida de contornos tipicamente demagógicos da esquerda de Louçã é ridícula em todo o seu sentido (se é que tem algum sentido). O problema deste país não são os ricos mas sim a cultura de subsídio-dependentes que mina esta população. Taxar de forma agressiva os ricos? Mas uma pessoa não poderá ser rica? Não poderá ter enriquecido licitamente devido à força do seu trabalho e ao seu mérito? Será que ser rico é obrigatoriamente sinónimo de intrujão?
Mas será que nos pobres não existe criminalidade? São todos uns coitadinhos...
O que interessa é perseguir de forma efectiva todos aqueles (ricos, classe média e pobres) que pratiquem fraudes. Será engraçado ver os ricos, que realmente têm importância na Economia portuguesa, a deslocarem os seus empreendimentos para outro país, ficando aqui toda a gente a chorar pelo leite derramado.
O apoio à maternidade não é também esquecido: a atribuição de uma conta de 200€ por cada nascimento é talvez a cereja no topo do bolo de todo este programa de governo de Sócrates. Continua-se na política do subsídio, cultivando-se a mentalidade do não fazer nenhum...
Sr. Sócrates, porque é que não pega nesses 200€, juntando esse dinheirinho todo para fazer creches e infantários? Isso sim é apoio à maternidade.