domingo, 16 de novembro de 2008

e agora, américa?

Muito se tem dito acerca das recentes presidenciais americanas. De todos os quadrantes sociais, nos mais variados palanques culturais, do mais ao menos esclarecido cidadão, ao mais rico até ao mais incógnito dos mortais, todos se pronunciaram em relação a esta corrida à Casa Branca.
Afinal de contas, e para bem ou mal dos nossos pecados, as eleições americanas são as mais importantes! E afirmo mesmo que são mais importantes que qualquer uma das eleições em Portugal, sejam elas legislativas, autárquicas ou presidenciais (nem falo das europeias pois confesso que estas pouco dizem à média da população portuguesa, revelando o preocupante distanciamento face às presentes instituições que nos administram).
Desde sondagens, à actualização de blogs e espaços informativos diversos onde os discursos e programas de cada um dos candidatos eram, quase ao minuto, ajustados conforme as tendências, estas eleições americanas trouxeram acima de tudo (e não sendo novidade) alguns aspectos característicos da sociedade americana:

- A preocupação pela forma e não pelo conteúdo: à boa maneira dos clássicos oradores das assembleias atenienses e senadores romanos, os debates entre candidatos teriam de garantir um elevado grau de eloquência,  de forma a convencer o eleitorado. Sem nunca revelar com frontalidade as distinções ideológicas, os então candidatos preferiram salpicar o bolo com açúcar e chocolate de forma a adoçar os sentidos. Mas raramente explicaram de onde é que aquele açúcar vem, ou que consequências terá na saúde de quem o consumir.
- O show off americano: é escandaloso a despesa verificada durante as campanhas. De facto, a cultura de Hollywood chega à política. É a guerra do Marketing, da Publicidade e quem ganha é quem souber garantir os melhores profissionais no sector!
- No fim da campanha, e face ao desespero das últimas sondagens, as manobras de bastidores e as tentativas de golpes palacianos entre os candidatos, numa lógica de "mandar abaixo" e nunca de confrontar, de forma construtiva, as ideias fundamentais.
- O apreço americano pelos super-heróis: o percurso de McCain como militar que sofreu no Vietname; que é visto como um herói pelas não sei quantas quedas de avião, enquanto militar e, ao mesmo tempo, McCain como protagonista de séries teen americanas em que desempenha o papel do rebelde aluno que nunca gostou de estudar, preferindo andar a fazer-se às garotas! Se repararmos, já Bush se havia vangloriado por confessar que o último livro que havia lido tinha sido ainda na escola, e por obrigação!!!  

Obama venceu. E ainda bem!
Algo mudou nos Estados Unidos. Não falo nas crises climáticas, nem na crise económica nem nas frentes militares do Afeganistão ou Iraque...
Falo sim de uma nova visão da sociedade. Esta é a América de hoje! E a verdadeira América não é branca nem negra! É a súmula de todos os que nos últimos 300 e tal anos ajudaram a erguer aquele país! Qual é o verdadeiro americano? Esse só poderia ser o pele-vermelha que, muito antes de o homem branco ou negro lá andar, já caçava bisontes e andava a dançar com o martelo em redor das fogueiras e com pinturas e penas na cabeça!
Será esta eleição o princípio de uma nova América? Uns Estados Unidos, que guerrearam entre si devido a visões acerca do papel do negro e do branco na sociedade, serão uns Estados Unidos unânimes no reconhecimento deste novo presidente?
Muitos já antevêem um destino similar a Lincoln ou Kennedy...
O que interessa aqui, agora e neste momento, é começar a vislumbrar as mexidas no xadrez dos interesses que são tão obscuros na esfera política americana: ver se, realmente, algo irá mudar. Tenho as minhas dúvidas...
Acima de tudo, as eleições americanas foram uma lição para nós, portugueses, de como é que podemos mudar as coisas. Os americanos deram ao mundo uma lição democrática, mesmo que o desfecho fosse outro. 

P.S: por pouco cheguei a temer, no caso de uma vitória de McCain, a eleição de Sarah Palin para vice-presidente. Era um retorno de 1000 anos no tempo...

sábado, 15 de novembro de 2008

À NOSSA!!!


Bom, agora que vai estrear (hoje às 20.30), já posso contar outra das grandes novidades. O único contacto que tive com o teatro (como actor) foi há cerca de 20 anos quando andava na escola... no 7º ano, em que participei numa daquelas récitas de carácter escolar para deleite dos professores e para pôr os papás com baba ao canto da boca
Foi uma recriação da Gata Borralheira (!?!?!?!?) em que o meu papel era o capitão da guarda que andava por casa em casa a ver a quem o sapatinho de cristal assentava que nem...  um sapato de cristal!
Curioso pois foi durante essa récita que descobri que tinha, realmente, queda para o palco: na fase das saudações ao público (durante o final do espectáculo) em que cantávamos uma cantiga lindíssima, ofusquei-me com as luzes do palco...emaranhei-me nos fios e fiadas e... não é que eu tinha mesmo queda para o palco?!?!?!?
Enfim...
Desde aí, e apesar de ser um amante das artes do palco, o teatro para mim resumiu-se a pontuais trabalhos de composição de trilhas sonoras... os Carapaus Azeite & Alho (apesar de não ser um projecto assumidamente teatral) ainda se aproximam do conceito...
Mas agora é à séria! Convidaram-me a participar numa peça como actor! Nem hesitei pois sou um enorme curioso e, nesta fase da minha vida, estou aberto a novas ideias. E esta é uma dessas!
A Margarida (a Kate Ruth, para quem conhece os Carapaus) convidou-me para dar vida a uma personagem. E com ela, como actriz e encenadora (aliás, aquelas danças exoticas da Kate não são ad lib pois a Margarida é, na vida real, professora de Dança e de Teatro), e com a Sandrinha (a Priscilla, também dos Carapaus) e mais um rapaz, vamos levar à cena uma peça chamada "À NOSSA!".
O engraçado desta peça (para além da minha estreia oficial como actor) é que funcionará no meio de um jantar de 40 pessoas (está esgotado hoje...). Baseada num fabuloso texto do alemão Brecht (um dos maiores dramaturgos do século XX), a peça é um rol de tiros no pé, lavagem de roupa suja e decadência cómico-burlesca...e tudo isto enquanto a plateia...janta em alegre convívio!!!!!!
ESTREIA HOJE e espero que haja outra e outra e mais outra vez! Depende sempre das reservas para jantares!!!! Fica aí o cartaz! Tem os contactos e é sempre uma boa ideia para festas e jantares de amigos, despedidas de solteiro ou casado e demais momentos de convívio fraterno!!!!

À VOSSA!!!!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

uma nova perspectiva


Descobri na net os comics do Star Trek. Não sendo purista em relação à mítica série, confesso que as séries originais são as que mais aprecio (conforme já havia escrito num post anterior), apesar de STAR TREK- The next generation ter bons momentos mas, ao pé da mítica tripulação do Capitão Kirk, a tripulação de Jean Luc Picard faz-me lembrar autênticos meninos de coro, em que a personagem Data (um andróide lógico-racional, na linha de Spock) é a única que suscita realmente interesse.
Sabia da existência das edições aos quadradinhos (o que não é novidade tendo já, durante a década de 80, a Marvel editado bastantes revistas) de Star Trek. Para os fãs mais ortodoxos, parece blasfémia. Para mim (e para outros) o fascínio reside na nova maneira de olhar para os episódios: destaco, por exemplo, o célebre "Tomorrow is today" (STAR TREK-TOS season 1) em que, devido a uma avaria na energia WARP, a USS Enterprise é obrigada a regressar no tempo, até ao século XX. Detectado pelos sonares e radares das bases militares americanas, todo o episódio gira em torno de UFO's e o mistério alienígena. Kirk é obrigado a recuperar as filmagens dos radares para que não haja um acidente no normal curso do tempo.
O que é interessante nestes comics é que podemos reflectir ao redor dos episódios televisivos mas tendo novos pontos de vista!
Mais um exemplo para a série de comics "STAR TREK- Klingons": a partir de um dos meus episódios favoritos das séries originais, "Balance of Power", a história é agora contada sob o ponto de vista klingon (os grandes inimigos da Star Fleet, cujas metáforas com os soviéticos são mais que evidentes). Neste STAR TREK KLINGONS-Blood will tell, o mito do comportamento cruel e animalesco dos Klingons é explorado, dando-nos uma nova faceta e visão face ao episódio televisivo!
Lá encontrei isto numa loja especializada em BD e comics, a BD MANIA , e estou a adorar a forma de repensar STAR TREK! Só é pena o atraso com que os livros chegam a Portugal, vindos dos EUA!