sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

excelente notícia!!!!!!

É uma das melhores graphic-novels que eu alguma vez li. Se não mesmo a melhor...

Falo pois de "The League of extraordinary gentleman", as deslumbrantes aventuras arquitectadas pela mestria de Alan Moore (argumento) e Kevin O'Neill (desenho) que põem em acção uma esotérica aliança contra-o-Mal composta por várias personagens da literatura gótica vitoriana do século XIX, como por exemplo: Whilemina Murray (Drácula), Alan Quattermain (As minas de Salomão),  Capitão Nemo (20.000 léguas submarinas) ou então o arqui-rival de Sherlock Holmes, o Professor James Moriarty.
Plena de originalidade e requinte britânico, os (até agora) dois volumes da Liga vão muito mais além da simples história clássica de bons e maus da fita. Como é típico nos argumentos de Alan Moore, várias são as questões que se levantam em relação à própria condição humana na premissa do Bem ou do Mal: questões ligadas à ética, à moral, determinismos e acasos vários! Tudo isto com o sarcasmo próprio do autor em que este lida de forma sublime com a sexualidade e religião, paranóias várias e imposições da própria sociedade. Genial é para mim o momento, no primeiro volume, em que Rodney Skinner (mais conhecido por Homem-Invisível) entra num colégio feminino, fazendo acreditar às madres directoras que um novo milagre da Imaculada Conceição ocorrera...
É por isso mesmo brilhante em todos os aspectos: desde o texto aos próprios desenhos e cor!

Tudo isto pois hoje fui surpreendido com a feliz notícia de que em Abril o terceiro volume da Liga irá ser editado (pelo menos nos EUA e UK, para já). Composto por três tomos, The League of extraordinary gentlemen- Century contemplará as aventuras da Liga dez anos após a frustrada invasão da Terra por marcianos relatada no segundo volume, ou seja, em 1910. 
O segundo tomo irá até 1968 e terminará (terceiro tomo) na Londres de 2008. Até finais de 2010 os três tomos serão editados um por um...
É uma obra de culto com a qual apenas há cerca de um ano tomei contacto (apesar da muito infeliz versão cinematográfica de 2003 que aconselho a quem tiver problemas de prisão de ventre).


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

até a barack obama - parte IV

"Portugal já fez saber à diplomacia americana e europeia que está disponível para receber prisioneiros de Guantanamo", Luis Amado (adapt.), Ministro português dos Negócios Estrangeiros, durante as comemorações do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem
 (10 de Dezembro de 2008) 

até a barack obama - parte III

"Here we go!", Barack Obama após a assinatura do decreto que estabelece o encerramento da prisão de Guantanamo no prazo de um ano.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

até a barack obama - parte II

"AS MAIORES DESILUSÕES NASCEM DAS GRANDES ESPERANÇAS", V. Putin

até a barack obama

"A VER VAMOS"...como diz o cego

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

joão aguardela


Estou em choque após saber da morte de João Aguardela! Aos 39 anos (!!!!), o ex-líder e fundador dos Sitiados morre, vítima de doença cancerígena.
Para quem era adolescente/jovem adulto nos anos 90 e viveu o misticismo/energia dos concertos dos Sitiados (ainda antes do boom da "Vida de Marinheiro")  nas escolas secundárias de Carcavelos, Parede (entre outras) não poderá ter ficado indiferente a esta tão dramática e cruel perda. 
Depois dos Sitiados, Aguardela ainda trabalhou em projectos bastante interessantes como "A Naifa", entre outros.

Dada a idade...dado o músico...dado ser alguém com quem eu saltei, pulei e ri...estou de rastos!!!

vrrruuummmmm!!!!!


Isto agora de ser papá obriga-me a um sério investimento... o que acham?

mas que "belo par de botas" que estes gajos arranjaram...

A diferença entre os U2 do passado e os U2 da actualidade encontra-se, a meu ver, resumida a este ponto essencial: se antigamente adorava a sua música ainda antes de saber de que grupo/artista se tratava, hoje em dia têm de me dizer "Isto é  dos U2" para que eu goste da sua música.
Estreou hoje nas rádios portuguesas (acho que apenas a Antena 3 teve o privilégio) "Get on your boots",o tema que serve de avanço ao novo "No line on the horizon", álbum novo dos U2 que marca o fim de um longo jejum de 4 anos e meio desde "How to dismantle an atomic bomb".
Vá lá que o lançamento de importantes reedições, best of's natalícios ou edições comemorativas  relembram-nos (e ensinam às novas gerações) que a banda de Bono tem uma obra fenomenal e marcante. 
Algo que não posso afirmar actualmente.
Os U2 no século XXI não têm sido aquilo que podemos considerar como "hiper-produtivos" mas também não têm primado pela criatividade, preferindo refugiar-se num "rock" consensual e positivo, apoiado pelo seu nome há muito no Olimpo da música.
Traumas do álbum Pop? P.D.I? A música como mero acessório na carreira de Bono, actualmente mais preocupado com questões humanitárias?
Ouço muitas e diferentes opiniões...
Ao ouvir "Get on your boots" automaticamente sou transportado para o universo MTV ou MCN, em que os videoclips andam ao redor de mulheres photoshop/botox, dentro de luxuosos carros e mansões em que toda a gente se diverte e exibe luxúria!!!! Ah e com muitas bailarinas que vão acenando a bunda enquanto que a música passa para um segundo plano!
Epá...e sabem que mais? Ao ouvir a música, só me vinha a cabeça as músicas "Man eater" ou "Toxic" da Nelly Furtado e Brittney Spears (fase 30 kilos a mais; pós-cura), respectivamente!!!!

A ver vamos o que nos reserva então o álbum que estreará dia 2 de Março.
Para primeiro avanço...nem mais uma palavra... ouçam aqui
 

sábado, 17 de janeiro de 2009

blake, mortimer & olrik


Para fãs de B.D, recomendo esta minha prenda de Natal: as aventuras de Blake & Mortimer em desenhos animados!
Uma fabulosa caixa com 26 episódios na íntegra de uma das mais célebres duplas de CSInvestigators. Para os que gostam dos livros, como eu, garanto que o traço típico de Edgar P. Jacobs está lá todo. Talvez faltem pormenores e alguma profundidade às histórias, mas temos de compreender que cada episódio dura no máximo 50 minutos. Logo uma coisa não substitui a outra.
Apenas fiquei decepcionado em relação a duas coisas: no episódio "A Marca Amarela", falta aquele típico ambiente londrino do livro (os que conhecem sabem o que falo) e é pena que a dobragem dos desenhos animados não seja feita por um inglês e por um escocês...
Mas...sim senhor...foi uma excelente prenda de Natal!!!! :)

da religião

Lisboa, Páscoa do ano de 1506.
Na Igreja de S.Domingos, durante uma celebração eucarística, um homem afirma ter visto a face de Cristo a aparecer no altar, como em jeito de milagre.
Um Cristão-Novo nega o milagre, justificando a visão como sendo simplesmente um raio de sol que, ao passar por algum vitral ou outra alfaia sacra, reflectia a tal imagem no retábulo do altar.
Portugal vivia uma grave seca e a pestilência, nesse ano, fazia vítimas a mais.
O homem, por ter explicado racionalmente o milagre, foi arrastado pelas ruas, como um herege que tinha cuspido na Cruz, blasfemando. 
Sob a promessa de indulgências, um frade dominicano apela à perseguição e detenção dos judeus por toda a cidade. Muitos seguiram o destino que a imagem comprova.


world through a lens

Descobri hoje o que um amigo meu anda a fazer. Já lhe conhecia o gosto! Porém, nunca me havia apercebido do enorme talento!
Fica aqui a sugestão! 

Parabéns, Quintas!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

humor num país que só dá para rir!

A minha passagem do ano foi espectacular! Como eu gosto... longe das pimbalhadas afro-brasileiras e daquelas lindas marchas do "mamãe eu quero" ou então do "Qué bonito ohehoh qué bonito ohehoh", precedidas por aquelas trompetes irritantes, na senda do espectáculo de fogo de atrofício que tanto deleita o bom português...
Passei em casa de um casal amigo, com uma bela jantarada bem regada em que tive o cuidado de, logo antes de tocar à campainha para entrar, passar as chaves do carro para a minha mais que tudo!
Lá fui vendo (a espaços) o programa do Gato Fedorento ao mesmo tempo que praticava um pouco de ténis na Wii (que é muito engraçado e digo-vos mais: não fosse a minha honra para com os valores que defendo neste blog, já teria comprado uma destas consolas), para fazer a digestão e entrar, desta forma, em grande no ano novo!
Longe vão os tempos em que estes senhores me agarravam por completo à SIC Radical: considerava-os geniais, ao ponto de os equiparar com com um John Cleese e os seus Monty Pithons. Adorava o sentido non-sense do seu humor pois este humor era a antítese assumida de não assumir o programa como sendo de humor. Cenas e situações abstractas mas caricatas de tão reais e naturais levaram a que estes quatro rapazes se tornassem referências frescas no mercado televisivo. Adorava a ausência de meios (ou melhor, o limite de meios) ao dispor dos Gato Fedorento obrigando-os assim a uma maior concentração nos seus textos e situações! A partir do momento em que se torna um fenómeno de massas, o Gato Fedorento corrompeu-se com o sucesso!
O seu humor tornou-se banal, ao nível de revista do Parque Mayer - de péssima qualidade - (não obstante o valor das personagens recriadas pelo Ricardo Araújo Pereira-RAP), preferindo a sátira directa, e óbvia, a situações da sociedade portuguesa.
Depois foi todo o bolo que serviria para nos enjoar: campanhas publicitárias massivas, artigos de opinião dos seus membros em jornais e demais fóruns de opinião publicada!
Mas reconheço o valor de RAP & Cª: de bloggers a guionistas de nomes consagrados como Herman José e partilha autoral de sketchs de programas radiofónicos e televisivos,  o Gato Fedorento trouxe um novo ar à comédia portuguesa facilmente nomeada como "inteligente". 
Este programa de fim-de-ano na SIC (e em conjunto com o seu novo formato "Zé Carlos") mostra-nos que o filão parece ter estagnado. Repetição atrás de repetição, os Gatos parecem-me autênticos Gatos Capados,da maneira com que exalam o fedor de algo que já está fora de prazo.
Sem dúvida que Os Contemporâneos destituiram o Gato Fedorento do seu trono: Nuno Markl é genial e para isso basta ler o seu blog "Há vida em Markl"; Bruno Nogueira faz-me rir só de olhar para a sua expressão facial (recomendo o seu "Tubo d'ensaio" na TSF, embora com emissões em que lhe falta total inspiração) e nomes consagrados como Maria Rueff e os outros cujo nome não me recordo. Sem quererem ombrear com o legado do Gato Fedorento, "Os Contemporâneos" valem por si: nota-se ali total dedo engenhoso e satírico de Markl, com total empenho teatral de Bruno Nogueira.
O humor português está de parabéns com este grupo de "observadores da sociedade": na realidade, material de inspiração não lhes falta pois tudo neste país só dá mesmo para rir, tal o nível caricato desta sociedade portuguesa.       


   

sábado, 10 de janeiro de 2009

TINTIM OCTOGENÁRIO


Comemora-se hoje o 80º aniversário da, talvez, mais célebre personagem da BD europeia: TINTIM.
O (sempre jovem) repórter fez-me despertar, ainda muito pequenino, para o prazer da leitura de BD/comics.
Polémico e com sentido filantrópico, Tintim explorou todos os cantinhos deste planeta, dos fundos dos mares até à Lua; experimentou, conheceu e alertou para problemas universais como o racismo, a falta de democracia, a miséria e a ganância...
Hergé publicou, a 10 de Janeiro do fatídico ano de 1929, o seu primeiro álbum: Tintim no País dos Sovietes, talvez dos últimos álbuns publicados em Portugal. Neste fenomenal clássico, Hergé (de seu nome à paisana Georges Remis) leva Tintim até à Rússia Soviética, recém enquadrada no regime estalinista. E aí Tintim desmascara os abusos de um regime soviético ainda recente mas que tendia a passar para o mundo uma imagem de Paraíso da Igualdade e Fraternidade! Embora duvidoso quanto às fontes e simpatias do autor, que serviriam para a feitura deste livro, Hergé não se livrou de acusações quanto à sua ligação ideológica à direita mais conservadora ,dadas as menções menos simpáticas presentes nesta obra.
Há 80 anos, o mundo ocidental agudizava as tensões ideológicas: Adollf Hitler fortalecia o seu Partido Nacional Socialista, enquanto que, mais a leste, José Estaline "limpava" o seio do politburo soviético de "eventuais" personas non gratae...na América, adivinhava-se uma grave crise financeira...mas ninguém sabia qual a real dimensão de mais uma falha do capitalismo.

Mas o tempo veio a provar que o objectivo essencial de Hergé não seria propagandística ideológica mas sim tornar Tintim como um ícone de bom senso e humanidade!
Através das suas aventuras, Tintim mostra um enorme respeito por gente de todos os credos e raças...vai à Lua muito antes de 1969...é conhecedor, curioso e acima de tudo um exemplo para gerações...
Por isso, espero que o meu filho o leia (pois cá em casa tem toda a colecção ao seu dispor)... PARABÉNS TINTIM!!! 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

o dom de pôr o dedo na ferida (e dói mesmo)



Sem entrar em demagogias e conceitos parolos, penso que estas palavras merecem alguma reflexão (mesmo que não passem de meros exercícios de retórica).

sábado, 3 de janeiro de 2009

a crise isto...a crise aquilo...a crise acoloutro...


Já não suporto ouvir falar da Crise! 
Este espectro viscoso tornou-se no léxico popular uma espécie de Adamastor Camoniano que ataca, de quando em vez, este país lançando sobre todos nós os seus tentáculos e ferrões venenosos derretendo o recheio das carteiras, contas bancárias e demais bens do comum cidadão. Por outro lado, face à cobertura dos vários meios de comunicação, o fantasma da crise parece-nos sempre uma ficção manhosa e típica dos filmes de terror/ficção científica de classe B!
Mas no fundo, bem lá no fundinho, esta bola de neve que cresce, e atravessou (mais uma vez) o oceano Atlântico, foi alimentada mais uma vez pela ambição grotesca e insensatez humana. Já há cerca de 80 anos o mesmo havia sucedido: agora novamente aí está ela! 
Mas, na verdade, Portugal parece-me um pouco marginal a todos estes bombardeamentos e sirenes de alerta para os tempos difíceis que "eles" lá dizem que vamos ter de papar... Será o trauma de uma crise secular, com início em 1143? Ou anterior...ou seja, quando Júlio César por aqui entrou no século I a.C e concluiu que "na Lusitânia existe um povo, que por ser tão bárbaro, não é civilizado nem quer aceitar a civilização".
Portugal habituou-se, ao longo destas quase nove centúrias, a viver sempre em crise: ou era pelas guerras com Castela, ou era pelos gastos com a expansão; ou era pelo terramoto, ou era pela falta de ouro que já não vinha do Brasil; ou era pelo vinho, ou era pelos têxteis; ou era pelos miguelistas,ou era pelos liberais; ou era pela República, ou era pelo Rei que não queria ser Rei ou então era por causa do Salazar ou era por causa dos comunas!
Na verdade esta ancestral depressão lá nos facultou uma série de anti-corpos para nos auxiliar a enfrentar tudo isto. Mais dia, menos dia, lá aparecerá nas notícias um jovem cientista português (que teve que ir estudar lá para fora pois aqui nem água bebia) que descobriu que os portugueses exibem um código genético especial para enfrentar sintomas de crise financeira e económica!
Basta recordar as semanas do Natal: movimentos frenéticos da população em busca de prendas, prendinhas e gestos de mimo que, variando conforme o preço, poderão indiciar o quanto se gosta de alguém. Juntemos a isto o curioso facto de que, em 2008, se terem batido todos os recordes no que respeita aos levantamentos de Multibanco e demais operações com cartões de crédito! No caso português, a tempestade vem sempre depois da bonanza pois já se esperava o que seria evidente: o aumento do crédito mal parado; os pedidos de ajuda à DECO de famílias sobre-endividadas e demais "Madalenas Arrependidas" do nosso querido país!
A culpa disto?
Reparte-se por muita gente.
Mas acima de tudo, penso que o português comum ajudou a criar este espectro da crise: acima de tudo vivemos numa profunda crise de valores e responsabilidade. O português não sabe o que é pensar...o português habituou-se ao improviso de exercer a sua cidadania...a assumir à risca o "orgulhosamente sós" a partir do egoísmo e da ganância de ter de meter o bico em tudo e tudo comprar lá para casa só porque o vizinho do lado também tem.   
Crise? Só se for crise de valores e de cidadania!
Resolução?
Está em cada um de nós...