tag:blogger.com,1999:blog-56816551422696379242024-03-05T13:34:05.948-05:00KULTURKAMPFUnknownnoreply@blogger.comBlogger324125tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-74339381624133755852015-09-21T16:10:00.000-04:002015-09-21T16:12:32.541-04:00memória: quem a tem?<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em 1956, a <b>Hungria</b> vivia um dos seus períodos históricos mais conturbados.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Na sequência do processo de <i>desestalinização</i>, promovido pelo então novo líder soviético Nikita Kruschtchev, que subira ao poder após a morte de José Estaline, o ano de 1956 ficaria marcado por tumultos em Budapeste levados a cabo no sentido de democratizar o regime político e de liberalizar as práticas religiosas e culturais num país ocupado, desde finais da 2ª Guerra Mundial, pela União Soviética (URSS) e <i>satelitizado</i> no contexto da divisão ideológica do mundo da Guerra Fria. A Hungria era um dos países "reféns" da famosa "<b>cortina de ferro</b>" pela toda-a-poderosa Rússia comunista.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Milhares de húngaros (e não só...) tentaram abandonar o leste (alguns conseguiriam), usando Berlim como porta de entrada numa vida mais esperançosa e digna. Receando a má imagem que as vagas migratórias de populações do leste para o ocidente teria nas idiossincrasias do regime de Moscovo, a linha dura/ortodoxa do Partido Comunista da URSS pressiona o líder Kruschtchev para que o Exército Vermelho entrasse em Budapeste, pondo fim aos "perigosos" desvios ideológicos para com a nomenclatura soviética.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em 1961, e na senda de diversas crises diplomáticas entre Washington e Moscovo relativas ao estatuto de Berlim, Kruschtchev ordena o encerramento da última ponte de diálogo entre os dois blocos antagónicos: o Muro de Berlim estancou as vagas migratórias de gente desesperada e impaciente por fugir da opressão soviética. Durante 28 anos, a fronteira de arame, betão, minas e torres de vigia simbolizou a opressão e a divisão de uma Europa dividida pela esquizofrenia de uma <i>Guerra Improvável, Paz Impossível</i>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Muitos conseguiram atravessa-lo. Outros tantos tentaram. Mas muitos também acabariam por ali ficar. Muitos eram húngaros e sabem bem o que representa o flagelo da falta de liberdades fundamentais. <b>Ou deveriam saber</b>.</span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVO9Z5JrWfJJ0EgtNDa-TbGw5935ySxbSZlwBbsGfDUxqLNqmlnqG5efebDx4NXfUcpJdIYzGQc1jpJSo8feVeBs-M4yhnJ45YI6974eicoi4-0L-iCQIMUIo7wI4j-9brLQgiT7qbTTU/s1600/11224097_10207705799948453_1697871450245882831_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVO9Z5JrWfJJ0EgtNDa-TbGw5935ySxbSZlwBbsGfDUxqLNqmlnqG5efebDx4NXfUcpJdIYzGQc1jpJSo8feVeBs-M4yhnJ45YI6974eicoi4-0L-iCQIMUIo7wI4j-9brLQgiT7qbTTU/s640/11224097_10207705799948453_1697871450245882831_n.jpg" width="640" /></a></div>
<br />JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-75513817249150186042015-09-16T14:03:00.000-04:002015-09-16T14:03:25.093-04:00Cidades-fantasma na China<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Incrível o documentário que acabei de assistir no programa <b>60 minutos</b> da SIC Notícias!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não nos apercebemos mas, não tarda, voltaremos a assistir a uma nova bolha de especulação imobiliária, desta feita, na República Popular da China.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nos últimos anos o mercado imobiliário foi visto pelos analistas financeiros como o principal motor propulsor da economia do gigante asiático.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Construiu-se e voltou-se a construir, com base numa especulativa ideia de que o mercado da aquisição de propriedades era o melhor investimento. Resultado? Bom, imaginem cidades à escala chinesa (com capacidade para um milhão de habitantes) inabitadas, em zonas remotas e vazias a lembrar as cidades-fantasma do Velho Oeste dos tempos da garimpagem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O que é mais curioso é o facto dessas habitações (cerca de um milhão de habitações e serviços) estarem todas vendidas! A bolha especulativa, alimentada pela crença no dinamismo do mercado imobiliário chinês, está neste momento a pairar como uma negra nuvem que, mais tarde ou mais cedo, fará as primeiras vítimas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É incrível o que se construiu! Mercado de luxo em que, de forma a atrair compradores, se afixaram falsos placards anunciando lojas de marcas como a Starbucks, Apple, Dolce & Gabana, entre outras, como forma de atrair compradores.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Estas cidades, como é o caso de Kangbashi na Mongólia, foram a resposta que o Estado chinês deu, em 2008, ao alastramento da crise financeira mundial. Assim, e dentro da lógica do capitalismo de Estado (doutrina política económica levada a cabo pelas autoridades chinesas desde os tempos do pós-maoismo), tentou-se combater a crise económica através do incentivo ao mercado de habitação - convém recordar que a bolha especulativa se iniciou com as previsões da Moody's (sim, esses...) ao afirmarem que, até 2020, metade da população chinesa habitaria em cidades modernas, construídas do zero...sob direção central por parte do Estado chinês.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Estas cidades fantasmas não foram feitas para todos, tão pouco para uma classe média pois essa é praticamente inexistente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Numa China politicamente defensora de um socialismo de mercado (ou de um capitalismo de estado), as classes mais altas são as únicas que podem adquirir estas fantasmagóricas e vazias casas que compõem estes desertos de betão. Para os restantes (e que são a maioria), resta-lhes continuar a profanar o que resta das suas antigas casas, demolidas para que se pudesse construir estes <i>elefantes brancos com olhos em bico</i>, para habitar numa rude e desumana barraca.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<a href="http://www.cbsnews.com/videos/nobodys-home-the-ghost-cities-of-china/"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">CLIQUEM AQUI</span></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjp0TmaooTuMJk-1FR7jsCUJbezIU1JZtivZQBa4_UJV7KmibRHBXO5kgYrHBMm5Fm4bSSJBT9C25tpyUORiI03Cn9qCU9FPXeKCJ0W3HFkyuL8X6k0hor946FeBvjDqCtl6g_9iar4Es/s1600/picture+12-89.png.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjp0TmaooTuMJk-1FR7jsCUJbezIU1JZtivZQBa4_UJV7KmibRHBXO5kgYrHBMm5Fm4bSSJBT9C25tpyUORiI03Cn9qCU9FPXeKCJ0W3HFkyuL8X6k0hor946FeBvjDqCtl6g_9iar4Es/s320/picture+12-89.png.jpeg" width="320" /></a></span></div>
<br />JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-71215511477121217332013-08-18T19:46:00.002-04:002013-08-18T19:46:58.944-04:00A montanha que pariu umas portasE no fim de tudo isto...um partido que reuniu cerca de 11,7% dos votos passa a governar o país.JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-27113051520737803932013-08-18T19:45:00.001-04:002013-08-18T19:45:07.088-04:00televisionicesO memorando de entendimento assinado pelos partidos do arco do poder com as três instituições internacionais tornou-se, em cerca de um ano, numa espécie de lei divina irrevogável.<br />
Foram diversas as vezes em que me pronunciei sobre a inevitabilidade daquilo que estamos neste momento a passar: desemprego, recessão, rutura da coesão social e um profundo desânimo coletivo. Não há dia em que não nos interrogamos acerca da eficácia, a médio/longo prazo, de tudo isto que nos é imposto. Reforço ainda a ideia de que o pior ainda não veio e nós, os portugueses, ainda não tomámos plena noção do que se passa.<br />
<br />
Gastámos durante anos a fio aquilo que não tínhamos (ou o que nos era emprestado); quisemos recuperar, em 25 anos, quase um século de atraso socioeconómico; fomos seduzidos pela ideia do novo-riquismo e, por fim, fizeram-nos acreditar que ser da Europa seria obrigatoriamente sinal de prosperidade.<br />
Concordo com as palavras do primeiro-ministro quando este afirma que vivemos acima daquilo que podemos e andámos anos a desbaratar aquilo que nos parecia dado de bom grado. Uma racional, dolorosa e fria conclusão.<br />
<br />
Ontem surgiram os primeiros rumores relativos ao processo de privatização da televisão estatal.<br />
A figura de António Borges vem à baila como o grande estratega para o processo de privatização de uma série de empresas e organismos estatais, em que se inclui a RTP. A ideia é, ao que parece, entregar a televisão estatal a uma entidade privada e subsidiar o serviço público de televisão. O canal 2 será, ao que parece, desligado.<br />
E assim, após o apagão do sinal analógico em todo o território nacional, em que tantos cidadãos foram obrigados a adquirir o recetor de TDT, um dos quatro canais abertos é extinto. Um outro não se saberá bem ao certo o que será. Para o governo, o segundo canal não é viável. O primeiro custa demasiado.<br />
Ainda hoje não percebo o que significa "serviço público de televisão". <br />
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<br />JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-45655138289432950412012-08-06T10:55:00.001-04:002012-08-06T10:55:02.286-04:00eu, coelho, me confesso<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal; text-align: justify;">
Passos Coelho está prestes a celebrar o seu primeiro ano como primeiro-ministro.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal; text-align: justify;">
Há um ano, em plena campanha, Passos garantia que (a sua) linha de orientação para atacar os problemas financeiros que Portugal apresentava (e apresenta) não passariam pelo aumento da receita extraordinária, mas sim pela redução do despesismo. As "<b>gorduras</b>", como ele apelida frequentemente a exagerada despesa do<b> Erário Público</b>.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal; text-align: justify;">
Há pouco mais de um ano, Passos Coelho levou à demisão de José Sócrates por não aprovar um <b>Pacto de Estabilidade e Crescimento</b> (PEC, o IV) que, segundo o então líder da oposição, não terá sido previamente apresentado em sede parlamentar para debate entre as diversas forças partidárias. Outra das razões para este não alinhamento com Sócrates terá sido o facto de a receita do mesmo diploma apresentar uma receita fiscal que, segundo Passos, se tornaria <b>incomportável </b>para um país já massacrado (reparem na <i>tónica melodramática</i> utilizada) por tanta carga fiscal.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal; text-align: justify;">
Há pouco mais de um ano, Passos falava de transparência e rigor na forma como a política deveria ser feita em Portugal, criticando, aliás como têm feito tantas vezes os vários líderes laranjas enquanto estavam na oposição, as <b>manobras de marketin</b>g, propaganda e manipulação da realidade do governo Sócrates.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal; text-align: justify;">
Há cerca de um ano, Passos assumia uma<b> rutura</b> com a recente história política.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal; text-align: justify;">
Um ano depois, sensivelmente, Passos demonstrou que a receita por ele utilizada é pouco ou muito mais do mesmo: uma escalada na subida de impostos; cortes salariais e nas prestações sociais; desinvestimento. Passos, que se apresentou ao eleitorado como um l<i>obo em pele de coelhinho</i>, pôs em ação toda a sua veia ideológica neoliberal. Não sou contra o neoliberalismo mas entendo que, se não houver um equilíbrio (e aqui o papel do Estado é decisivo) entre o que o Estado pode e deve fazer e onde deve intervir juntamente com a libertação da iniciativa individual, corremos o risco de vermos agravar os profundos desequilíbrios tão evidentes na nossa estrutura socioeconómica. Concordo que o despesismo deve ser, de vez, estancado. Concordo com o primeiro-ministro ao dizer que vivemos décadas acima das nossas <b>reais</b> possibilidades. Mas lembre-se, senhor primeiro-ministro, Portugal, há 25 anos, foi bajulado pelo <i>El-Dorado</i> da comunidade europeia. Sucessivos governos e <i>think-tanks </i>cá do burgo andaram a apregoar ao consumismo...a recuperar épocas perdidas...a corrermos loucamente de forma a ombrearmos com o nível de vida e padrões socioeconómicos de uma Europa pós-moderna.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal; text-align: justify;">
Apelaram para que nos endividássemos a comprar casas pois seria um investimento de futuro. <b>Queimaram-se girassóis</b>. Destruiram-se toneladas de fruta e leguminosas... o peixe nas nossas águas foi parar a outros quadrantes e a indústria "desindustrializou-se". Em prol de subsídios, fundos de apoio e fundos estruturais que o atual presidente, então primeiro-ministro, esbanjou em quimeras de betão e consórcios cervantescos.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal;"><b>Senhor primeiro-ministro</b>: a receita da troika poderá funcionar nas sebentas e manuais de economistas proeminentes da escola de Chicago. Daqueles que têm fórmulas académicas polvilhadas de gráficos, tabelas e receituários próprios de qualquer tese de doutoramento que se preze. Falamos de economia real. Daquela com que o comum olha, com imensa frustração, para dentro da sua carteira ou para o saldo da sua conta bancária. E nisso, senhor primeiro-ministro, não há cá teorias mágicas que ajudem a melhorar. Eu sei que a sua base ideológica fala na <b>competitividade</b>, no <b>crescimento</b>. Eu ainda não entendi bem a semântica destes dois fonemas. Talvez deseje que cada pessoa se torne empresário... endividando-se, colocando uma corda ao pescoço e suicidando-se a seguir. Pois assim talvez consiga resolver o problema do desemprego...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O FMI continua a tentar fazer funcionar a sua receita. Cabe agora a Portugal fazer o papel de cobaia neste laboratório de experiências economicistas. Desde 1979 que a instituição supra-nacional procura provar ter razão: a Argentina foi o caso mais emblemático de um feitiço que se virou contra o feiticeiro. </span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O desprezo pelas realidades distintas de cada situação levam a que o sentimento anti-FMI/BCE/UE cresça cada vez mais. Pois sabemos perfeitamente que há uem ganhe muito dinheiro com o mal dos outros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">Acreditar que Portugal conseguirá, em 2013, regressar à emissão de dívida pública é demagogia da mais insensata!</span></div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-69556371360515738912012-02-13T10:35:00.001-05:002012-02-13T10:35:39.021-05:00as espirais labirínticas da arte de julgar<div style="text-align: justify;">
Penso que um dos males (senão o maior) do nosso país reside na falta de transparência.</div>
<div style="text-align: justify;">
Transparência essa que deveria constituir pedra basilar de um estado que se afirma como democrático. Transparência como condição <i>sine qua non</i> para que realmente um cidadão se sinta integrado e respeitado no seio da sua comunidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>As leis devem ser claras</b> e não obedecer a <i>espirais maquiavélicas de subterfúgios jurídicos</i> que permitem a que poucos (por uma condição de posse económica) consigam eternizar processos, apoiados em normas judiciais e num código de processo penal lento e ineficaz.</div>
<div style="text-align: justify;">
Há dias conversava com um amigo meu que trabalha na área jurídica de uma empresa. Formado em Direito, ele é também advogado pertencente à Ordem, embora não exercendo diretamente a profissão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele falou-me que a justiça <b>tem de ser</b> justa. Isto é, em termos consuetudinários (segundo as tradições de uma sociedade),<b> condenar injustamente é mais complicado do que ilibar</b>, de forma injusta, um arguido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Realmente, por outras palavras, ouvi ali alguém que percebe do assunto me afirmar que a lei, num Estado de Direito, serve para <i>proteger o bandido</i> (como reza o vernáculo popular) ao invés de defender a vítima.</div>
<div style="text-align: justify;">
Julgar <b>não é</b> fácil em democracia. Não nos devemos tornar <i>monstros de forma a combater um monstro</i>. Penso que a lei deve ser<b> clara e evidente</b>, acessível a todos e que seja aplicada com racionalidade. Assim se defende desde <b>Montesquieu</b> e desde a aplicação da <b>Lei da Boa Razão</b>, no postulado pombalino.</div>
<div style="text-align: justify;">
O principal problema de um país está sempre na forma como o cidadão olha para a justiça. A inacessibilidade e a burocracia que a envolve enfraquece o <i>devir </i>democrático. Cria perigosa ansiedade e suspeição em seu redor. As provedorias em Portugal são inacessíveis. Os agentes reguladores são <b>meros</b> verbos de encher. E falo por mim que, há cerca de um ano, aguardo um comentário/resposta a uma queixa apresentada ao <a href="http://www.inci.pt/English/Pages/default.aspx">INCI</a> a respeito de um problema de construção que na minha casa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Perante este panorama de anomismo e vazio no acesso à justiça, aparecem os chavões do populismo (que até merecem alguma razão): "<b>Justiça para ricos e justiça para pobres</b>"; "<b>fazer justiça pelas próprias mãos</b>"; "<b>O Ministério da Justiça cria mais injustiça do que justiça</b>".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O poder legislativo, do qual somos todos soberanos, é sinuoso. O legislador, não obstante a <i>ingratidão</i> da sua função, não aparenta qualidade. A lei observa demasiadas exceções que perfilham labirintos legais que permitem a perenização dos processos. O nosso sistema processual é pouco (ou nada) eficaz. Amontoam-se processos. Volta-se atrás e nunca à frente. Prescrições atrás de prescrições. E a ideia da <b>injustiça</b> fortalece-se na opinião pública.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se calhar o Direito europeu é demasiado conservador. Deveria olhar mais para o anglosaxónico. Talvez. Esta é a discussão que para a qual não me sinto academicamente preparado. Mas a minha visão mantém-se e agrava-se relativamente ao assunto da justiça: fraca, inexistente e incipiente. E se queremos melhor e mais democracia, este seria um setor por onde mais se deveria olhar...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu__OrYvkGdgZ1wbaolfOMu8tbj_ExiWwv2zifmlQ6P3Ut2_WrAfNySz0FLVklHkm4VVqOa3od1keQsfK_okZmEnc7zCHDvyfze7zyEN5JIlkKlbfsVYbZXeFO-D4OkOIXoJOK7mM2PtM/s1600/justi%25C3%25A7a1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu__OrYvkGdgZ1wbaolfOMu8tbj_ExiWwv2zifmlQ6P3Ut2_WrAfNySz0FLVklHkm4VVqOa3od1keQsfK_okZmEnc7zCHDvyfze7zyEN5JIlkKlbfsVYbZXeFO-D4OkOIXoJOK7mM2PtM/s320/justi%25C3%25A7a1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O memorando de entendimento com a <b>TROIKA</b> pressupõe a reorganização do sistema judiciário e a desburocratização da Justiça. Recentemente, a Ministra <b>Paula Teixeira da Cruz</b> afirmou, em abertura do ano judicial, a necessidade de acabar com o <b>dogma da justiça injusta</b> em Portugal. Propõe reformas. Aguardemos. Porque os romanos sempre olharam para uma justiça que não olhasse a classes... (ver imagem)</div>
<br />
<br />
<br />JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-43094165680724275422012-01-15T17:39:00.001-05:002012-01-15T17:40:02.973-05:00petrograd<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Uma obra prima! É assim que adjetivo este livro que acabei de ler!</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
O título era sugestivo! A capa também! E interessando-me particularmente pelo tema, não hesitei.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
"<b>Petrograd</b>" é uma graphic-novel que situa a sua história ficcional na Rússia de 1916-18, período esse em que a guerra devastava e assolava todo o grande império dos czares. Esta é também a época onde descobrimos a <i>ante-câmara</i> da Revolução Bolchevique de 1917. E o melhor ainda... a figura central do místico<b> Rasputine</b>, e a sua influência na malograda família <b>Romanov</b>, que viria a ser executada em 1918 quando na Rússia já se falava num novo modelo de governo: o comunismo.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
As jogadas do ocidente de forma a garantir os seus interesses na manutenção da autocracia czarista e, igualmente, a manutenção necessária (para as potências ocidentais) da guerra da Rússia com a Alemanha. </div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
A força de organizações obscuras... desde a Máfia à Maçonaria. Ficção histórica com elevado grau policial, de intriga e mistério.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Politicamente incorreta dadas as<i> facadinhas alegóricas</i> à política atual que a obra aborda e aprofunda...</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr9E0rgfGOEUGiiDR2LlBHT3Xlfbb07jgh5bkaAmQCxFrAlvMKtATBBeI2WQAoq6Az8uyS5nbt4WvQRGFAbr9rrsBTQ2RWt7w6rm-p5NSUdyBsSXYCQFS42vVNks34PqWnzpE0_6dXnlo/s1600/MAY111157-200x303.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr9E0rgfGOEUGiiDR2LlBHT3Xlfbb07jgh5bkaAmQCxFrAlvMKtATBBeI2WQAoq6Az8uyS5nbt4WvQRGFAbr9rrsBTQ2RWt7w6rm-p5NSUdyBsSXYCQFS42vVNks34PqWnzpE0_6dXnlo/s1600/MAY111157-200x303.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Aconselho aos entusiastas da boa banda desenhada.</span>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-24847707444844282032011-12-20T17:20:00.000-05:002012-01-15T17:40:24.011-05:00eurocéticos<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Atentai neste video que reúne algumas das polémicas intervenções do eurodeputado <b>Nigel Farage</b>, do<b> UK Independent Party</b>, entre 2008 e 2011, em pleno Parlamento Europeu.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Para além do eurocepticimo assumido, Farage destaca as <b>fragilidades</b> do sonho europeu que Jean Monet aspirava.
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/Wb-MWoZKYmg" width="420"></iframe>
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Pontos essenciais:</div>
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O euro foi, é e <b>continuará a ser um erro</b> para muitos dos países, incluindo Portugal.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Farage fala de uma <i>Europrisão</i> cujo guarda prisional é a divisa única. É impossível que países como a Grécia, Portugal e Irlanda, consigam estar à tona de água circundados por <b>tubarões</b> como é o caso da Alemanha, França e países do norte europeu. Crises estruturais e seculares justificam isto.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Portugal mantém o seu atraso crónico desde há séculos e, quando teve oportunidade, deixava fugir sempre o pássaro da mão.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
A ideia da moeda única seria dinamizar a economia, possibilitando a livre circulação de produtos e capitais no espaço europeu. Cooperação, concorrência saudável e crescimento seriam as divisas emblemáticas que norteariam o mercado único: um país, como a Alemanha, veria assim o culminar de interesses económicos de <i>outros tempos</i>: impor-se como a potência número um no "Velho Continente".</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Para um país europeu rico, ou pelo menos produtivo, o euro significaria a machadada final nas velhas e antigas restrições protecionistas e o último dos triunfantes sinais para a abertura de novos mercados. Não neguemos o facto de a entrada de Portugal na Europa comunitária ter sido honrada com generosos préstimos financeiros com o objetivo de fazer recuperar um país amorfo e acabado de sair de um conturbado período revolucionário.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Entrar na Europa foi assumido como desígnio de interesse nacional pelos nossos dirigentes da altura. E hoje ainda o discurso se assemelha ao <i>patetismo</i> de há cerca de 26 anos atrás.</div>
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<b>Desígnio nacional</b>. Europa será sinónimo de democracia? A visão megalómana de uma Europa unificada remete-nos sempre para anteriores épocas em que o<b> imperialismo</b> dominava as tendências das diversas chancelarias. Mesmo o antigo império romano (que terá sido o que mais se aproximou de uma ideia de Europa unificada e centralizada) enfrentou constantes oposições e dificuldades. Muitos povos, muitas línguas e, à luz de Roma, demasiado <i>barbarismo</i> ao qual se propunha a "<i>pax romana</i>" como farol da civilização. </div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Durante a Idade Média, caído por terra o imperialismo latino, retornou-se à Europa da manta de retalhos: guerras, conflitos, anexações e casamentos que piscavam o olho às tendências de agregação geopolítica por parte dos estados nunca, por si só, conseguiram achar uma ideia de união de estados europeus. Nem a ideia do<b> Sacro-Império</b> conseguiu reabilitar a ideia da união dos estados europeus...</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Com Bonaparte, a ideia da <b>República Universal</b> era contraditória face ao significado da "<i>Primavera dos Povos</i>", esperançosa com o fim do jugo absolutista dos impérios centrais de forma a uma emancipação de povos há muito agregados a unidades políticas de cadência imperial. O Congresso de Viena de 1815 veio fazer demonstrar que não se passaria da utopia da união napoleónica. Retornou-se à <b>velha ordem absolutist</b>a. Esta, em parte, seria desmontada na Europa com a guerra de 1914 a 1918.</div>
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O <b>federalismo europeu</b> afigura-se como difícil, senão impossível. O foco de atenção dos media (que manipula o discurso da opinião pública) ignora em demasia estes <b>eurocéticos</b>. Os <b>eurofóricos</b> continuam a acreditar que é possível o culminar de uma união política europeia. Os alicerces, como diz Farage, são frágeis: a <i>nebulosa democracia</i> de Bruxelas e Estrasburgo. Sem papas na língua, o eurodeputado inglês aponta o dedo a <b>Herman Van Rompuy</b>, presidente do Conselho Europeu (ficou conhecido pela forma como negou a possível entrada da Turquia na UE por este ser um país muçulmano que mancharia a matriz cristã de uma Europa que se "diz" tolerante), que terá sido eleito sem plebiscito popular. E a saraivada de tiros continua: ao presidente da Comissão Europeu <b>Durão Barroso</b> e por aí adiante. Falta identificação e cultura democrática na Europa. Não conhecemos os seus líderes e desejos/motivações.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Há tempos li algures esta curiosa expressão: <b>a riqueza da Europa não estará na sua unidade, mas sim na riqueza da sua multiplicidade.</b></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
Estados Unidos da Europa? Como? </div>
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<br />JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-64355352175730046392011-11-18T10:08:00.001-05:002011-11-20T11:00:55.311-05:00as aventuras de tintim<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Desde os meus doze anos que os livros do <b>Tintim</b> me definem em parte.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Graças a ele, eu ambicionava ser jornalista...ou então astronauta...e (porque não?) arqueólogo, mergulhador ou, simplesmente, viver uma vida repleta de aventuras lancinantes non stop...</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Cresci a ler os livros do Tintim e faço figas para que o famoso chavão que se aplica ao público alvo do herói criado por Hergé, "<i>dos 8 aos 88</i>", se aplique (e resulte comigo). </div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv9aP9-XWSj7gW2qTbdWn6QkMIckfnk_Bpm8vNJjikfSjj_tGKjLJ1yal4y6S76vuSP7GBD0zWcrRtrin2HN8KSIMKXFn1ajGsp4ch6-pBP6-qNUcZ-rq5InFfInC-ygvwnIFvxZrBry4/s1600/histor5.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv9aP9-XWSj7gW2qTbdWn6QkMIckfnk_Bpm8vNJjikfSjj_tGKjLJ1yal4y6S76vuSP7GBD0zWcrRtrin2HN8KSIMKXFn1ajGsp4ch6-pBP6-qNUcZ-rq5InFfInC-ygvwnIFvxZrBry4/s200/histor5.gif" width="146" /></a></div>
Não esqueço a primeira vez que contactei com Tintim. O primeiro livro que li foi "<b>Os Charutos do Faraó</b>". Captado pela vivacidade do enredo, pela estonteante aventura e pelo périplo geográfico que conduzia o argumento, só alguns anos mais tarde é que consegui ler a conclusão da história: "<b>O Lótus Azul</b>" é considerado como das melhores e mais completas obras de Hergé. É o ponto culminante de "<b>Os Charutos do Faraó</b>", que leva o " <i>repórter do Petit Vintiéne</i>" à China em plena <i>Revolução Cultural</i>, desvendando certos mitos do <i>Maoismo</i> que chocariam o Ocidente.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Política à parte, fui comprando ao longo dos anos a coleção completa. Só no ano passado é que consegui completar o espólio ao adquirir "<b>Tintim na América</b>" e "<b>Tintim e os Pícaros</b>" (obra maior em que o ambiente de "<b>O Templo do Sol</b>" é revisitado".</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Não esqueço também "<b>A Ilha Negra</b>", "<b>O Ceptro de Otokar</b>", "<b>O Caranguejo das Tenazes de Ouro</b>" e a <i>odisseia espacial</i> (anterior à Missão Apolo) de "<b>Rumo à lua</b>" e "<b>Explorando a Lua</b>". A aproximação à ficção científica de "<b>Vôo 714 para Sidney</b>" é outra das maiores aventuras de Tintim: talvez <b>J.J. Abrahams</b> se tenha inspirado nela para "Lost"...</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZczzmrggxgwHEy3h0FyMEGGwwIPy3nDV4g8kKt0KsGqRx4KPAXCNNyifrsKyXHEct_y_sEAJVvWd3IaBK0Yj2Rualc6vuHtU0ekKP_FsQxkr6-DDm5Jr4NZFxLEPqe-mUXOtFVSzelQc/s1600/verbo17.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZczzmrggxgwHEy3h0FyMEGGwwIPy3nDV4g8kKt0KsGqRx4KPAXCNNyifrsKyXHEct_y_sEAJVvWd3IaBK0Yj2Rualc6vuHtU0ekKP_FsQxkr6-DDm5Jr4NZFxLEPqe-mUXOtFVSzelQc/s200/verbo17.jpg" width="151" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUmnQsRub7MhVgJMp0X6aXUHe1X5gGR3ZnR6wEtr4GmQf8CcrUyWRysv7bD2rJ4RoXG_6qO3ZrP-8PQ9l-fZVxwSMDbzCNAfZ001prbL2Oi1ql2Aj2vkxpdglBhqh_T19_hhDsm7FPHmc/s1600/verbo22.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUmnQsRub7MhVgJMp0X6aXUHe1X5gGR3ZnR6wEtr4GmQf8CcrUyWRysv7bD2rJ4RoXG_6qO3ZrP-8PQ9l-fZVxwSMDbzCNAfZ001prbL2Oi1ql2Aj2vkxpdglBhqh_T19_hhDsm7FPHmc/s200/verbo22.jpg" width="151" /></a></div>
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Recentemente, em conversa com um colega de trabalho, fui espicaçado para revisitar "<b>As jóias de Castafiore</b>", considerado como o mais <i>leve</i> álbum de Tintim: <i>leve</i> pois, ao contrário da multiplicidade geográfica que caracteriza os outros álbuns, este circunscreve-se exclusivamente os espaços interiores e exteriores do Palácio de Moulinsart. </div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Não sendo propriamente um livro em que a aventura se assuma como o principal foco de atração para o leitor, <b>Hergé</b> desenvolve em "<b>As jóias de Castafiore</b>" uma forte reação ao poder dos media e à manipulação da opinião pública e publicada. </div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqFTUd5HqnDcYvRZtqOIhkf5BU_W0oqdqFTujLgVtCYXBNcusA98RbX73QA4AXj57UXqfCS8JLl7eSHgpzCxtkYPP5_5ivqe0stR2hePVNDeTM-WnA2hpfpOVc3HOrDFbrhjQV8_QDbKw/s1600/histor23.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqFTUd5HqnDcYvRZtqOIhkf5BU_W0oqdqFTujLgVtCYXBNcusA98RbX73QA4AXj57UXqfCS8JLl7eSHgpzCxtkYPP5_5ivqe0stR2hePVNDeTM-WnA2hpfpOVc3HOrDFbrhjQV8_QDbKw/s200/histor23.gif" width="146" /></a></div>
Por outro lado, no mesmo álbum, Hergé explora de forma mais profunda o caráter das personagens centrais da saga. Este é também o álbum em que o autor assume a necessidade de esclarecer boatos em relação às suas opções e simpatias ideológicas. Acusado de ser adepto do nazismo e anti-comunista, Hergé apresenta-nos neste álbum um Tintim que ajuda famílias ciganas, face ao preconceito existente na altura relativamente a este povo.<span id="goog_2129817048"></span><span id="goog_2129817049"></span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
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<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<b>Tintim volta a estar na moda em pleno século XXI.</b></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Durante os dois últimos anos, os álbuns do repórter "<i>francófono"</i> têm sido reeditados em Portugal, com uma nova e politicamente correta tradução, como que em jeito de preparação de terreno para o filme que recentemente estreou no cinema.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Tendo já lido algumas críticas, nunca me recusaria a ir ver o filme. Não sou um fundamentalista e purista da obra de Hergé.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Sabia perfeitamente que o álbum "<b>O Segredo da Licorne</b>" não garantia por si só a espetacularidade que um filme de <b>Spielberg </b>e <b>Peter Jackson</b> exigiria.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Mas Spielberg, partindo da trama original de "<b>O Segredo da Licorne</b>", decide afirmar que o seu filme não segue religiosamente o argumento clássico e original. </div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
O argumento aborda 3 álbuns de forma a reconstruir a história em si: ao mistério das três Licornes, junte-se o famoso cargueiro <i>Karaboudjan</i> onde <b>Tintim</b> conheceu o <b>Capitão Hadock</b>, originalmente em "<b>O Caranguejo das Tenazes de Ouro</b>". De seguida Spielberg opta por voltar a "O Segredo da Licorne" e ao seu epílogo em "<b>O Tesouro de Rackham, o Terrível</b>".</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_uN4wps7RmwI6rg-Vqqnw0iUluynaAqydjKUbqwEmMlHai8y78n9NrBvjHoVhoboItczaqdSmCsKE9fZHjo1PT_yCdjw-e_ZhTNbw4vzGgzHGQimroubQCpqV-24TSVnZwdiqQCmMFXI/s1600/12200.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_uN4wps7RmwI6rg-Vqqnw0iUluynaAqydjKUbqwEmMlHai8y78n9NrBvjHoVhoboItczaqdSmCsKE9fZHjo1PT_yCdjw-e_ZhTNbw4vzGgzHGQimroubQCpqV-24TSVnZwdiqQCmMFXI/s1600/12200.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBhkmKVKm8H7fGcePtJFoa39ICGM7piNqKgNz4vPt_9lj9NyXxO3j8t_AJsapcGlCKI_NjABxrZgxbv6XvcXl8tY7w8mq-MlEgsR5YzsoLzyBQ-6VcMvawNeKCK_tlinvoiZ9PB0nBT4s/s1600/verbo11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBhkmKVKm8H7fGcePtJFoa39ICGM7piNqKgNz4vPt_9lj9NyXxO3j8t_AJsapcGlCKI_NjABxrZgxbv6XvcXl8tY7w8mq-MlEgsR5YzsoLzyBQ-6VcMvawNeKCK_tlinvoiZ9PB0nBT4s/s200/verbo11.jpg" width="151" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_P2ATmNCDakpILnCA_4o2andft_drSFRd8VEj-LfajIrO96y-lpuQyyLroDrRiPx_UOn7a4wX6Vq-P1Z-8A_Hu-h9Pws2GfRrTBCtxai4fV_FnFkzVpIWL0YC5fNz9B73SbRj3bs9PfY/s1600/verbo12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_P2ATmNCDakpILnCA_4o2andft_drSFRd8VEj-LfajIrO96y-lpuQyyLroDrRiPx_UOn7a4wX6Vq-P1Z-8A_Hu-h9Pws2GfRrTBCtxai4fV_FnFkzVpIWL0YC5fNz9B73SbRj3bs9PfY/s200/verbo12.jpg" width="151" /></a></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Afastando-se do purismo das histórias originais, o argumento aprofunda-se e é recriado livremente. Chegamos a uma altura do filme em que nos recordamos de <b>Indiana Jones</b>, dados os óbvios paralelismos que encontramos entre uma e outra personagem. A disputa entre <b>Hadock</b> e o <i>hipotético descendente de Rackham</i> é uma outra manobra argumentista que foge por completo ao enredo original.</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Para os mais puristas, estes revisionismos e adulterações serão autenticamente <i>sacrílegos</i>. Para mim, fazem parte da necessidade de achar bons tópicos para um filme cujo objetivo maior é o puro entretenimento. </div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Ação múltipla e ritmo elevado caracterizam o estilo de Spielberg nos seus filmes de aventuras. Aqui encontrarão tudo isto ( e ainda mais).</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ponto altamente negativo:a pronúncia escocesa do Capitão Hadock (vi o filme na versão inglesa) e o total apagamento do ambiente francófono que tanto distingue o universo de Tintim. Por manobras comerciais, ou não, esta opção foi, a meu ver, bastante infeliz. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Com mil milhões de macacos!!!!!</span></i></b></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Por último, "<b>As Aventuras de Tintim - O Segredo da Licorne</b>" é um filme para entreter, enquanto devoramos umas pipocas confortavelmente no conforto de um domingo à tarde em família. Não dispensa os livros que continuarão a ser, para mim, a referência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Pelo que é dado a entender, sequelas estarão para breve. Spielberg sabe que, ao seu dispor, boa matéria prima não falta! <i><b>Direi mesmo mais: Não falta matéria prima ao seu dispor!</b></i></span><i><b>!!!</b></i></div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-20764863672670295442011-11-02T15:11:00.000-04:002011-11-02T15:11:24.132-04:00guerra do peloponeso<div style="text-align: justify;">
Chamem-lhes o que quiserem chamar, mas os gregos, em termos de cultura cívica, dão <em>"dez a zero"</em> aos portugueses.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao anunciar a realização de um referendo para votar o sim ou não à nova remessa de dinheiro, no âmbito da <strong>"ajuda"</strong> financeira do <strong>FMI</strong>, <strong>BCE</strong> e <strong>UE</strong>, o primeiro-ministro <strong>Papandreou</strong> lançou o caos na zona euro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Realmente, <em>estes </em>democratas que habitam Bruxelas, quando se fala de democracia, <strong><em>têm medo de jogar o jogo.</em></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
O que muitos consideram um auxílio, outros referem-se a esta assistência financeira como sendo um <strong>massacre</strong> à população que o tem de pagar, a bem ou a mal. Estas assistências financeiras têm maior probabilidade de correrem mal do que terem impactos positivos. Excluindo o Chile, em 1973, aquando da subida ao poder de Augusto Pinochet, após o golpe de estado apadrinhado pelos EUA, todos os outros <strong>"auxílios"</strong> têm demonstrado uma receita desastrosa e calamitosa. A última vítima foi a Argentina. <strong>Agora a Grécia</strong>. De seguida será Portugal e por aí adiante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Papandreou</strong> faz ressuscitar na Grécia o espírito verdadeiro da democracia da <em>polis</em> clássica no tempo de <strong>Péricles</strong>: consulta à comunidade se querem, ou não, continuar nesta espiral maligna de afundamento de um futuro que, a cada dia que passa, se afigura como mais negro ainda.</div>
<div style="text-align: justify;">
O povo grego vai ter a legitimidade de dizer se quer, <strong>ou não</strong>, continuar a cavar um buraco ou se quer bater, de uma vez por todas, bater violentamente no fundo desse buraco. A queda afigura-se como brutal e violenta. Há quem diga que é preciso cair mesmo de vez para que nos voltemos, a maior ou menor custo, a erguer. Há quem defenda que a <strong>eutanásia é preferível a uma degradante morte lenta</strong>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Europa encontra-se na encrusilhada mais alarmante da sua ainda curta História. O Euro foi um erro. Pelo menos para muitos países que tanto fizeram (ou não) por merecer a sua participação no pelotão da frente em 2002.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aguardam-se desenvolvimentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para já, a reunião do <strong>G20</strong> revelará, uma vez mais, que as grandes decisões económicas e finaceiras continuam nas mãos de instituições fora da esfera de soberania política.</div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-21721442386519661922011-10-11T19:03:00.000-04:002011-10-12T10:11:37.627-04:00frank miller<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Atenção a todos os fãs de <b>Frank Miller</b>!</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Finalmente foi editada a tão aguardada nova <i>graphic-novel</i> do autor de <b>300</b>, <b>Sin City</b> e The <b>Dark Knight Returns</b>. De seu título<b> Holy Terror</b>!</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0ntS4gSgp13WpoQR6EAzdBkZ9i6JQSRgZ-_osfyWeaHkAvpQoou5HINO-P0AiEhujYDiMZfK-T0r5e7gYKt6vCihjARXas7_FA96YLWBcy7qmU3UxBsC2M4wtENGANagcAPUS5T5Fros/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0ntS4gSgp13WpoQR6EAzdBkZ9i6JQSRgZ-_osfyWeaHkAvpQoou5HINO-P0AiEhujYDiMZfK-T0r5e7gYKt6vCihjARXas7_FA96YLWBcy7qmU3UxBsC2M4wtENGANagcAPUS5T5Fros/s1600/images.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: small;">Frank Miller, um dos mais importantes nomes da BD americana nos últimos 25 anos, conta-nos a história de um novo personagem (<b>The Fixer</b>) que decreta uma <i>jihad</i> à <b>Al Quaeda</b>!!!</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ao jeito do célebre autor, esta obra reúne tudo aquilo que Miller sempre nos habituou... ação, drama, abnegação épica e burlesca carnificina.</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span id="goog_1804753300"></span><span id="goog_1804753301"></span>Em termos artísticos, <b>"Holy Terror</b>" traz-nos de volta o contraste preto/branco austero que ajuda a definir o estilo de Miller, tão maravilhosmente característico em<b> Sin City</b>.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Mas esta também é uma obra que começa a suscitar algumas vozes críticas. Há quem refira que Miller revela, <i>sem dó nem piedade</i>, fortes traços de um certo <b>anti-islamismo manifesto</b>. Nos EUA, há quem o acuse de promover, com esta obra, um perigoso <b>sentimento anti-Islão</b>, podendo mesmo levar a que alarmantes ódios e traumas se reacendam. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ9vB6adKanvKly7GzQZeP6bKrcQyAAT9QW_3d1we3fcavzvy3VwKEshz2PvZB9wqJBHKxn2oqSV7-tpU2U3nPB9i6Y9100gS8dX9k3JJnxk6ryrKuAHkneF3Baog-IbReSpFrAVV7DV0/s1600/thumbnail-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ9vB6adKanvKly7GzQZeP6bKrcQyAAT9QW_3d1we3fcavzvy3VwKEshz2PvZB9wqJBHKxn2oqSV7-tpU2U3nPB9i6Y9100gS8dX9k3JJnxk6ryrKuAHkneF3Baog-IbReSpFrAVV7DV0/s1600/thumbnail-1.jpg" /></a></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvLrzyjgsukDVrpTbzQOXfvnwOVyzKVNijBBivV-gqeniaI9-hcvaqXtYQfuVaJoRXpgIIklDHddqiXfu264fOabo4lUmK1VMx3o_dptez7kPb30S2dw_Rd5RUPLrwNM-WSnRJI4FJxIk/s1600/thumbnail.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"> </a></div>
<span style="font-size: small;">Não sendo a primeira vez que a luta de um herói é travada contra figuras históricas reais conotadas com o Mal (<i>ver Captain America #1, nos anos 30, que luta contra Hitler e o seu agente demoníaco, Caveira Vermelha</i>), uma simplista abordagem de <b>Holy Terror</b> poderá levar a erradas interpretações e confusões acerca da relação <b>Islão / Extremismo Islâmico</b>. </span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Já em <b>300</b>, os persas (antepassados históricos de muitas das atuais nações islâmicas) eram retratados como<b> bárbaros e desumanos </b>em contraste com os destemidos espartanos, representantes de um ocidente pleno de justiça, equilíbrio e tolerância... </span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Miller confessou que, de início, esta seria uma nova história de<b> Batman</b> mas que decidiu criar algo de novo. O "<b>Cavaleiro das Trevas</b>" deu lugar, nesta cruzada, a uma nova personagem, "<b>The Fixer</b>".</span></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Polémico ou não, felicitemo-nos com esta obra e o regresso de Frank Miller.</span></span></div>
<br />JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-81685773320997423812011-09-18T10:33:00.001-04:002011-09-18T10:33:36.324-04:00o caruncho da madeira<div style="text-align: justify;">
Não sendo a primeira vez que me pronuncio a respeito do<b> Senhor Formiga</b>, considero que se torna uma vez mais pertinente reflectir acerca dos problemas que recentemente inundaram (e chocaram) a opinião pública cá do burgo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Chocado ou não, nada me surpreende. Este <b>Sr. Formiga</b> é uma autêntica <b>"térmite"</b> que usou e abusou do poder que tinha para gerir fundos. A sua gestão danosa (que vem agora à tona de água) fez com que a <b>madeira fosse abrindo buracos atrás de buracos até que apodrecesse por completo</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nada me surpreende pois o isolamento da Madeira adivinhava-se como forma de fugir à prestação de contas: o Atlântico estendia-se nesta <b>Madeira Carunchosa</b> como uma capa de flores que compunham tão engalanado ramalhete perfumado. Afinal de contas, e feitas as contas com respectivas provas dos nove, o <b>Jardim</b> que se pensava que perfumava os meandros da<b> Atlântida</b> não é mais que um<i> resquício de madeira</i> apodrecida por uma <b>térmite </b>(ou <b>bicho</b> da Madeira) que por lá criou as suas <b>hordas</b> e se alimentou, durante cerca de 34 anos, daquilo que tinha e daquilo que não tinha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A <b>Térmite da nossa querida Madeira Emburacada</b> sempre manifestou o ódio ao socialismo e aos sucessivos governos PS. Talvez nos tempos de Guterres conseguiu levar, amiúde, a sua vontade avante. Mas nesses tempos gastávamos pois pensávamos que do céu até caía algo mais que a chuva...</div>
<div style="text-align: justify;">
Os constantes ataques aos <i>socialistas, maçons e republicanistas de meia-tijela</i> dominaram o léxico desta personalidade desde os alvores do seu governo quase do tipo feudalizante que lhe aprazou desde a implantação definitiva da democracia em 1976. Mas este <b>Senhor Formiga</b>, de tão alérgico ao socialismo que se afirmava, é talvez "<b>mais papista que o Papa"</b>: para uma região autónoma social democrata, não há actividade económica que não careça de <i>fomento, clientelismo e palmadinha nas costas</i> por parte da administração regional. <b>As demais formiguinhas deste tronco emburacado vivem à sombra do ferrão protector da Formiga Raínha-Rei-Imperador do senhor Formiga...</b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGRifL_VNoW5ucFMk7HNAwBiWOfQZEMXCmU4OvGdLUOdaNp6KxNhsyrkI6YMGw8Bhc00hNjvfC-dZ5Y4V-Up0BC8TONhi9F_ckL3PO_SKslPgqLozwjXpYxwOPmphB1ohUo543DIWF1hQ/s1600/termite-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGRifL_VNoW5ucFMk7HNAwBiWOfQZEMXCmU4OvGdLUOdaNp6KxNhsyrkI6YMGw8Bhc00hNjvfC-dZ5Y4V-Up0BC8TONhi9F_ckL3PO_SKslPgqLozwjXpYxwOPmphB1ohUo543DIWF1hQ/s320/termite-1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Brevemente, haverá uma eleição regional. O <b>Senhor Formiga</b>, que promete há anos a sua última magistratura lá no tronco, será novamente eleito. Pois as <b>demais</b> formiguinhas do tronquinho esburacado pela térmite têm medo de ver a muralha do feudo desabar em pleno alto mar. </div>
JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-65069146625563101712011-09-11T11:32:00.000-04:002011-09-11T11:33:57.118-04:00o início do século XXI<div style="text-align: justify;">
Há dez anos atrás comecei a dar aulas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estava numa escola nos arredores de Lisboa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Durante a hora do almoço, pelas 14.00, sou surpreendido por aquelas imagens que hoje definem os novos tempos em que vivemos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Confesso que, apanhado de surpresa pelas imagens que a televisão nos fazia chegar, ainda pensei tratar-se de algum novo <i>filme-catástrofe vindo de Hollywood</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não. As imagens eram <b>reais</b>. Espetacularmente macabras e violentas. </div>
<div style="text-align: justify;">
Como qualquer pessoa, todas as demais conversas eram secundárias face ao que se passava em Nova Iorque.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX5xQQunI2q7DtJakN7VNBVqrTi_3GGKQwSlOosJ66aHv1X-cj49cgY88NmVnMBVBEaLTwJgGd6-A_fExlpF41fPQURLFLRvkPBlAgfYFAmpz6VaEdqTw9aISRXVeeeofg5F3XHMVLG8o/s1600/torres_11set.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX5xQQunI2q7DtJakN7VNBVqrTi_3GGKQwSlOosJ66aHv1X-cj49cgY88NmVnMBVBEaLTwJgGd6-A_fExlpF41fPQURLFLRvkPBlAgfYFAmpz6VaEdqTw9aISRXVeeeofg5F3XHMVLG8o/s1600/torres_11set.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Recordo que me passou pela cabeça o possível deflagrar de uma nova guerra mundial. O século XXI tinha finalmente chegado. Para a <b>América</b>, o "<i>papão comunista devorador de criancinhas"</i> daria lugar a um real monstro... <b>"terrorista"</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sobrevivemos, desde aí, no medo...</div>
<br />
<br />JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-64924814473966974792011-09-10T12:25:00.002-04:002011-09-10T12:27:29.192-04:00Boas novas da 9ª arte nacional<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E como tudo em Portugal não é obrigatoriamente mau, este post é sobre algo que me deixa muito feliz.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Comprei há dias o livro <strong>"As incríveis aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy</strong>", da autoria do português <strong>Filipe Melo</strong>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O interessante neste álbum é que se vem a provar que a BD nacional está viva e, após ficar a saber que a obra terá edição no mercado internacional através de uma das mais poderosas e importantes chancelas do género, a <strong>Dark Horse Comics</strong> ("Hell Boy", "300", "Flash Gordon", entre outras obras e nomes), todo um novo mundo se abre (felizmente) para que novos autores comecem a surgir por cá.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Comprei já a <strong>3ª edição</strong> e é de louvar o facto de que esta obra conter um prefácio de John Landis (para quem não sabe, é um dos mais reconhecidos realizadores do género de terror/fantástico das últimas décadas. É da sua responsabilidade a realização do videoclip "Thriller").</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E este prefácio não é apenas uma manobra de <em>puro vaidosismo</em> à portuguesa. Faz todo o sentido, como irei explicar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>"As incríveis aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy"</strong> é o álbum de <em>comics </em>português mais americano alguma vez editado. E não digo isto com malvadez. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Filipe Melo</strong> assume as suas (boas) influências e tenta transportar para o argumento todo um imaginário fantástico com claras alusões ao <strong>cinema de aventura/fantástico/terror dos anos 80</strong> e, geograficamente, circunscreve a acção à Lisboa que todos nós conhecemos, descendo a um submundo de gárgulas, vampiros, zombies e demais vultos do sobrenatural... em Lisboa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Dog Mendonça</strong> é um "Hell Boy" à portuguesa: agente que figuraria sem desdém no <strong>B.P.R.D</strong> de Mike Mignola, combatendo ameaças do "Oculto", pleno de humor e referências ao <em>pulsar lusitano</em>. <strong>Eurico</strong> é um simples entregador de pizzas. Temos ainda uma <strong>gárgula faladora</strong> que acompanha os heróis e <strong>Pazuul</strong>, uma "<em>querida</em>" menina que, afinal de contas, é<em> um pouco excêntrica.</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Juntos tentam descobrir a autoria de uma série de estranhos (e sombrios) raptos de crianças em Lisboa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Descobriremos ainda que, afinal, o <strong>III Reich não terminou em</strong> <strong>1945...</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para além de tudo isto, muitas são as boas memórias de filmes como "<strong>Jack Burton nas garras do Mandarim</strong>" de John Carpenter, "<strong>Regresso ao Futuro</strong>" de Robert Zemeckis, "<strong>Howard, the Duck</strong>" e "<strong>Lobisomem americano em Londres</strong>", de John Landis ". E por isso fará todo o sentido o prefácio que este último escreveu para a obra.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aguardo o segundo volume destas incríveis aventuras... pelo que li, o título é "<strong>Apocalipse</strong>"!!!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Parabéns a <strong>Filipe Melo</strong> e ao desenhador <strong>Juan Cavia</strong> por este importante trabalho. Vale a pena ler... para quem gosta do género!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHIEvXfxZRj2moOc40UWPmtySa9tB9eVVG2O4MCak6o_XYtpCxsKBFWFzOg0AFIShcMUmqHZ05kewBj-lfT1vpt1AdhwsrklY5JCU5gRhR_70v2LZvo_MRb1XItki_X1pJueULTpalWJs/s1600/dog4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" nba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHIEvXfxZRj2moOc40UWPmtySa9tB9eVVG2O4MCak6o_XYtpCxsKBFWFzOg0AFIShcMUmqHZ05kewBj-lfT1vpt1AdhwsrklY5JCU5gRhR_70v2LZvo_MRb1XItki_X1pJueULTpalWJs/s320/dog4.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta é uma das imagens centrais de ""<a href="http://www.facebook.com/#!/dog.pizzaboy">As incríveis aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy</a>". Reparem na forma como Lisboa é desenhada: a ponte, os bairros típicos e o elevador da Bica. Sem faltar todas as particularidades da cidade. Juntemos isto a um imparável enredo de comédia, aventura e terror... </div>
JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-67149044060494058162011-09-10T09:19:00.000-04:002011-09-10T09:20:19.929-04:00O Coelhinho e o Calimero<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Numa das recentes edições da revista <strong>Visão</strong>, é feita uma retrospectiva cronológica dos últimos doze meses políticos em Portugal. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em<strong> Agosto de 2010</strong>, <strong>Passos Coelho</strong>, então líder da oposição, mostrava-se <strong>intransigente</strong> face à aprovação de um orçamento de estado (OE) para 2011 que consagrasse subidas de impostos. É sobejamente conhecida a <em>tragicomédia </em>em redor das negociações para o mesmo OE que envolveram PS e PSD. A Visão, na altura, afirmava que<em> o líder laranja começava a trilhar o caminho para o poder.</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lá se aprovou o orçamento, <em>contra ventos e marés</em>... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em <strong>Março de 2011</strong>, aquando da apresentação do <strong>PEC IV</strong>, o PSD decide não aprovar o dito plano. Se o PS não encontra consenso à direita, à esquerda BE e PCP cometem grave erro estratégico (as eleições de Junho seriam <strong>desastrosas</strong> para a esquerda portuguesa, com especial destaque para Louçã).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> <strong>Sócrates demite-se</strong>. Fugia-lhe das mãos o instrumento fundamental para poder continuar a governar. Os juros da dívida soberana da República Portuguesa atingiam máximos históricos diariamente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No limiar do abismo, o PSD assumia-se como a<strong> única</strong> alternativa credível para tirar o país da <em>encrusilhada</em>, mostrando-se <strong>fiel depositário</strong> de uma receita que, segundo o seu líder, deveria ser aplicada, <strong>não pelo aumento da carga tributária</strong>, mas sim por uma <strong><em>lipoaspiração</em> ao sector público</strong> e administração central.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Passos, sem nunca revelar a <em>alquimia</em>, comprometia-se com o eleitorado de forma peremptória.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Um ano depois...</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Passos Coelho é líder de um executivo composto maioritariamente por <em>ilustres anónimos</em>. Ao contrário do PS, que nunca consegue um compromisso com uma esquerda mais preocupada em incendiar as ruas com a sua <em>clássica toada</em>, o PSD encontra a sua <em>muleta</em> no <strong>CDS-PP</strong> para obter uma maioria confortável. Paulo Portas chega então ao poder, negociando com Passos a atribuição dos ministérios e diversas funções.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O Governo Constitucional mais pequeno de sempre toma posse em Junho, a tempo da participação de Passos na cimeira do <strong>Eurogrupo</strong> desse mês.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Como todos os governos, este executivo teve um <strong>curtíssimo</strong> <em>estado de graça</em>. Portugal, não ainda recuperado das ambiguidades do executivo de Sócrates, reconhecia nesta <em>juventude </em>uma possível nova forma de enfrentar os problemas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Com o memorando assinado com a "troika" como <em>pano de fundo</em>, rapidamente Passos Coelho vê esse estado de graça transformar-se em desconfiança e frustração por parte do eleitorado: o corte no 13º mês é visto como um autêntico saque à classe média. Mas, segundo o PSD, muito necessário. De seguida aumentam os transportes públicos. De seguida, aumento do IVA no gás e electricidade. Fica a sensação de que cada comunicação ao país feita por <strong>Vitor Gaspar</strong> (CEO das Finanças) é como uma <strong>autêntica praga bíblica</strong>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vem agora ao de cima o reconhecimento, por parte do governo da Madeira, que por lá o <strong>jardim de rosas atlânticas sufoca por entre os espinhos que florescem</strong>. Alberto João Jardim defende-se ao ataque. As suas declarações<strong> patéticas</strong> fazem-me lembrar <strong>Adolf Hitler</strong> em Abril de 1945 quando, em avançado estado de insanidade, continuava a fazer-se crer de que a guerra ainda iria ser ganha pelo III Re</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">ich...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Os dados acerca da economia nacional não são famosos: <strong>falências, falta de liquidez e acesso ao crédito, desemprego, regressão do consumo e uma sensação de desânimo total atravessa uma classe média cada vez mais nivelada por baixo</strong>. Apenas o crescimento da exportações atenuam um cenário de recessão há muito diagnosticado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Muda o governo, a fórmula mantém-se. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para isto, dá-me a sensação de que <strong>ser ministro das Finanças e da Administração é deveras fácil: basta ter cara de pau e aumentar impostos de forma a aumentar receita</strong>. Se a despesa deveria ser a principal forma de atacar o défice, Passos cria a sensação de que a dinâmica do seu executivo ruma em sentido contrário.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Acredito que tudo isto poderá ser necessário. Mas o país não vê uma luz ao fundo do túnel...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Estão postas a nu todas as fragilidades que um país, enganado por <em>discursos de ventura e bonança</em> ao longo de 37 anos, revela agora.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O presidente da República mantém-se inactivo. Aquilo que prometera (uma magistratura atenta e activa) é agora justificada por já não ter os socialistas em S.Bento, mas sim<em> os da mesma cor</em>. <strong>Cavaco</strong>, que é o responsável pela <strong>total desindustrialização e abandono de terras</strong> em Portugal, fala da <strong>produção nacional</strong> e da sua <strong>urgência</strong> em se restabelecer. A diferença é que, entre 1985 e 1995, choviam fundos estruturais vindos de Bruxelas. Hoje em dia, de Bruxelas, só vem confusão e falta de liderança.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A<strong> crise da zona euro</strong> explica-se pelo simples facto da UE não existir mais. E se alguma vez existiu...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O euro está condenado e apenas vai sobrevivendo devido a <em>cuidados paliativos</em> por parte de uma Alemanha e de uma França que beneficiam (e muito) com uma moeda igual à dos países por si dominados onde entram livremente com aquilo que produzem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Como li algures,<strong> o euro tem duas versões</strong>: tal como o dólar canadiano e o dólar americano, <strong>o euro do norte da Europa distingue-se do euro do sul da Europa</strong>. Falta liderança.<strong> Falta Europa</strong>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O que temos é um<strong> directório franco-germânico</strong> que se coloca acima da Comissão Europeia, do Parlamento eleito por sufrágio europeu alargado e demais instituições que prestam a Paris e a Berlim uma <strong>vassalagem quase feudal</strong>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Será a Grécia o <em>elo mais fraco</em>. Depois Portugal e a Irlanda. Quando se chegar à Itália...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por falar em <em>acto de vassalagem</em>: recentemente, <strong>Passos Coelho</strong> esteve reunido com a chanceler alemã. O insólito acontece quando o PM português agradece o apoio da Alemanha no plano de resgate financeiro por parte das instituições internacionais! Agradecer quando os especuladores alemães <em>esfregam as mãos</em> com os fabulosos dividendos que retiram do seu agiotismo extremista? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Será que a Alemanha pediu desculpa à Europa pelas duas guerras mundiais e pelo Holocausto? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Será que a Alemanha agradeceu os planos de ajuda para a reconversão da sua economia no segundo pós-guerra? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Será que a Alemanha se lembrou de reconhecer o papel que a Europa teve na sua reunificação?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não pense o meu caro amigo leitor de que lavro aqui um manifesto anti-germânico. <strong>De todo!</strong> Admiro a Alemanha em todos os seus aspectos. Mas senti vergonha de ter um PM que age diplomaticamente debaixo da<strong> casquinha de ovo do Calimero</strong>...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em relação ao PS, <strong>António José Seguro</strong> não me convence. Ganhas as eleições internas, o PS não reúne ainda união em torno do seu secretário-geral. Em fim-de-semana de Congresso, Francisco Assis continua a assombrar Seguro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A atitude crítica do líder socialista às políticas do governo não convencem o eleitorado. O PS e a sua <strong>governação traumatizante</strong> ainda estão frescos na memória colectiva. O descalabro da sua governação não traz qualquer legitimidade ou moral para que possa criticar qualquer coisa que o PSD faça. Ainda...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por isso, Portugal caminha para a desagregação. O desânimo domina a moral nacional. Não há esperança e os sinais quanto ao futuro são deveras negativos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-28676270387170368112011-08-24T07:28:00.001-04:002011-08-24T07:29:41.018-04:00sledgehammer - 25 anos depois<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Ontem ouvi esta música no carro. Apercebi-me que o álbum constava na minha estante. Recordei a sua grandeza.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Ao chegar a casa, peguei no cd e reparei que faz este ano <b>25 anos</b> que foi lançado.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Talvez o grande impulso que possibilitou que <b>Sledgehamme</b>r se tornasse um hit universal foi o seu teledisco.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Lembro-me, em 1986, do espanto que causou o clip, tendo inclusivé sido estreado em Portugal em pleno <b>telejornal</b> da RTP. E nesta altura o telejornal durava <b>apenas</b> cerca de meia-hora...</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Obviamente que hoje em dia <b>rimo-nos</b> desta produção, que mais se assemelha a <i>imberbes trabalhos de photoshop para iniciados </i>ou a trabalhos de corte e colagem que eram realizados nas aulas de trabalhos manuais da minha infância. </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Mas, na altura, este foi um clip revolucionário. Ombreou com "<b>Thriller</b>"(surgido em 1983), embora numa diferente linha estética menos cinematográfica; com maior animação.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">O video, realizado por <b>Stephen R. Johnson</b>, venceu no ano seguinte <b>sete (7) prémios da MTV</b>, palmarés único que ainda detém nos dias de hoje, sendo também o video que mais vezes foi exibido pelo canal de música americano. Nem o clássico video de Jackson, realizado por <b>John Landis</b>, se conseguiu tais façanhas! </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b>Sledgehammer</b> possibilitou a abertura de um novo campo em termos de simbiose <b>música/imagem.</b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Recordo-o aqui. </span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="345" src="http://www.youtube.com/embed/N1tTN-b5KHg" width="420"></iframe>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-27057996275810661782011-08-04T09:57:00.000-04:002011-08-04T09:57:53.713-04:00só neste país...<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Como canta o Sérgio Godinho... <a href="http://www.youtube.com/watch?v=F81PyXJq-a8"><b>só neste país</b></a>!</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">A recente onda de pseudo-patriotismo bacoco e exacerbado, consequente das constantes descidas no<i> rating</i> de Portugal pela agência de notação <b>Moody's</b>, levou-me a um estado de incredulidade absurda!</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Parece que o <i>Sebastianismo</i> e as <i>Santinhas do Scolar</i>i continuam a dominar o nosso triste fado.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Os portugueses voltam a assumir-se como <i>coitadinhos</i> e <i>Kalimeros</i> desprezados por este mundo (e o outro), quando os mesmos portugueses são os grandes responsáveis pelo facto de, neste momento, o país não ter qualquer crédito no exterior, sendo apelidado como <b>lixo</b> pelas mesmas agências.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">É um país onde ninguém se entende, onde as grandes (e necessárias) reformas tardam, não passando de buraquinhos tapados com cuspo, onde a justiça não existe (e não funciona), onde a corrupção (que todos criticam e reprovam) começa nas filas do metro quando alguém consegue, à revelia, passar à frente dos demais e extende-se a exames na Escola Superior de Estudos Judiciários onde "<i>futuros magistrados</i>", que deveriam representar o <b>bastião da ética e da legalidade</b>, são apanhados a copiar...</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">O "<i>fadinho da desgraçadinha</i>" de Portugal faz-me lembrar o aluno que <b>nunca estudou</b>, nem nunca se esforçou. </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Portava-se mal nas aulas, não participava, não trabalhava em casa. <b>Zero</b>. Vai a exame. Tem má nota e reprova. Sente-se frustrado e <b>indignado</b>. Questiona o professor. Atribui as culpas ao professor e torna-se o professor "<i>persona non grata ad eternum</i>".</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">O boato correrá e será o professor, não tarda, o <b>culpado</b> pela reprovação do mesmo aluno.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"> Esta parábola é uma boa forma de tentar entender o que passará pela cabeça deste povinho. As agências de rating apenas avaliam. Se os seus critérios são duvidosos, isso já será outra conversa!</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFLwy0eGZbUbO5L6TGja2zCnUFFDz2XleBDzUEC-iFopWm_BqkesGalNuhEm6oqMaIZSfunHg6n5T7LJSqhLZMB8H8UoG7ojj159HLhaNjy1E7hibLIVVMGcmckVQZmzs7moFUsy2H-ao/s1600/468px-Auto_de_Ine%25CC%2582s_Pereira_de_Gil_Vicente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFLwy0eGZbUbO5L6TGja2zCnUFFDz2XleBDzUEC-iFopWm_BqkesGalNuhEm6oqMaIZSfunHg6n5T7LJSqhLZMB8H8UoG7ojj159HLhaNjy1E7hibLIVVMGcmckVQZmzs7moFUsy2H-ao/s320/468px-Auto_de_Ine%25CC%2582s_Pereira_de_Gil_Vicente.jpg" width="250" /></a></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Mas como estamos no Verão, o que interessa é que neste país <b>o "festival" continua</b>, ...esgotado por malta "que anda à Rasca"... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-33424462452488675582011-07-05T06:52:00.000-04:002011-07-05T06:52:30.926-04:00há vida para além da europa? (3ª parte) - o euro ou o "eurro"?<div style="text-align: justify;">A ideia de uma<b> moeda</b> única vem já dos tempos da 2ªGuerra Mundial.</div><div style="text-align: justify;">Numa altura em que o conflito parecia caminhar para o seu epílogo, representantes de vários países reuniram-se numa cidadezinha americana de Bretton Woods (estado de New Hampshire) para decidir e regulamentar as relações económicas e estratégias financeiras mundiais após o conflito. A ideia permente e fundamental seria evitar um novo colapso financeiro e económico semelhante áquele que se viveu na Europa após 1919 e que se agravaria nos anos 30, favorecendo a ascensão de regimes nacionalistas e comunistas face ao descrédito que a ineficiência dos regimes liberais demonstrou.</div><div style="text-align: justify;">A ideia de uma unidade monetária mundial veio da cabeça de <b>John Maynard Keynes</b>, o defensor/teórico do papel do Estado na Economia e na resolução de assimetrias sociais. Aquele mesmo que hoje em dia é acusado de todos os males face ao tsunami ultraliberal que varre os países e pólos económicos actuais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O <i>"Bancor"</i> seria então uma ideia que cairia por ali. Apesar da proposta britânica, os EUA fizeram valer a força da sua divisa que passaria a garantir a estabilidade das outras moedas através da conversão no padrão-ouro. Esta seria uma das condições para a força de crescimento económico que se assistiu nos 30 anos que se seguiram ao fim da guerra. Para os EUA, o dólar como divisa-padrão alimentaria as estratégias económicas americanas. Garantida que está a segurança e estabilidade monetárias, todo um novo mundo de investimentos e novos mercados se abriria à América.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Só nos anos 70 do século XX é que este acordo monetário celebrado em Bretton Woods cairia em desgraça: <b>os EUA não eram já a única grande força económica no mundo</b>. A Europa aprofundava a sua estratégia comunitária. A Ásia fortalecia-se e a guerra do Vietname originou a delapidação das reservas federais norte-americanas. Richard Nixon suspende então a garantia de convertibilidade das divisas mundiais perante o dólar. Os EUA deixavam de ser o "<i>porto de abrigo</i>" das demais moedas mundiais. Para agravar tudo isto, os choques petrolíferos dos anos 70 trouxeram ao mundo uma nova e cruel realidade: <b>o petróleo</b>, base de crescimento das economias ocidentais, deixaria de ser uma matéria-prima vendida ao <i>preço da chuva</i> para começar a influir dramaticamente nas sucessivas crises inflacionistas que se verificaram desde então.</div><div style="text-align: justify;">Findo o sistema monetário de Bretton Woods, as moedas mundiais passariam a obedecer (valorizando-se e desvalorizando-se) a um novo sistema de taxas de conversão flexível.</div><div style="text-align: justify;"><b><br />
</b></div><div style="text-align: justify;"><b>Desde então que a volatilidade da confiança nas moedas é uma realidade crua e dura.</b> A Europa teve de repensar a sua estratégia de forma a consolidar o seu programa cooperativo.</div><div style="text-align: justify;">A visão <i><b>keynesiana</b></i> entrava também numa espiral crítica: subsídios estatais, garantias de plena emprego e gastos públicos com empresas, obras e demais obrigações vieram demonstrar que os estados deveriam olhar de forma mais racional e fria para aquilo que se apelidou na altura de Estado-Providência.</div><div style="text-align: justify;">Os anos 80 ficaram marcados pela reconversão das políticas públicas num género de retorno à economia liberal do século XIX: economistas, como <b>Milton Friedman</b>, defenderam a diminuição do peso estatal na economia. Privatizar, liberalizar, globalizar e premiar a livre-iniciativa seria prenúncio de crescimento económico de forma a recuperar do abalo gerado pelas crises dos anos 70.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os anos 80 na Europa ficariam marcados, então, pela reorientação e reconversão das economias. O pleno emprego, pilar fundamental do estado social que imperava na Europa desde finais da década de 40, foi entrando em negação. A abertura das linhas de comércio fortaleceu outras áreas, fazendo-as desenvolverem-se fortemente. Acordos financeiros, alfandegários e económicos <i>teletransportaram </i>fábricas do ocidente para regiões anteriormente consideradas periféricas onde as mais-valias concorrenciais de produção ofereciam maior lucro. A <b>desindustrialização da Europa</b> marcou a crescente terciarização da populaçãodo Velho Continente!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Perante as instabilidades económico-financeiras, a Europa encontrava-se em novo dilema: era necessário garantir a paz política. Mas para isso havia que garantir a paz económica através da cooperação entre os países da <b>CEE</b>.</div><div style="text-align: justify;">O <b>monetarismo</b> e o <i>fantasma</i> das crises financeiras dos anos 70 levaram a que se aprofundasse a cooperação económica europeia através da cooperação financeira: <b>uma moeda comum</b> seria vista como forma de uma Europa se pronunciar a uma só voz perante as flutuações monetárias que marcaram o mundo desde os anos 70. Primeiro o <b>ECU</b>, depois o <b>EURO</b>.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para além da força de uma moeda única que encontraria credor na força de uma economia dinâmica, a moeda única europeia seria, a partir de 2002, o principal sinal daquilo que os <i>pais fundadores da Europa Comunitária</i> pensaram:<b> integração económico-financeira trará integração política</b>. A Europa teria de se impor num mundo pelos seus traços civilizacionais. A referência nas notas a movimentos artísticos, desde o período românico, afirmava este modelo civilizacional e cultural da Europa identificada em cada um dos países. As <b>portas</b> seriam a metáfora de uma Europa sem fronteiras em que tudo dali para a frente se apresentaria sem limites...</div><div style="text-align: justify;">O <b>EURO</b> era o triunfo de cerca de meio século de aprofundamento do projecto europeu. A Europa deixava de ser o centro do planisfério. </div><div style="text-align: justify;">Hoje a Europa não concorre sozinha. Tem outros pólos que se assumem no centro nevrálgico daquele espectro da globalização.</div><div style="text-align: justify;">Os dirigentes europeus acharam que cada um dos países, por si só, não seria capaz de, sozinho, se assumir no mundo. O <b>EURO</b> era o <b>tal sinal </b>de uma Europa verdadeiramente comunitária.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje, e quase uma década após a entrada em circulação da moeda única europeia, assistimos a um enorme <b>ataque especulativo</b> por parte das agências de rating americanas ao EURO. Será uma guerra financeira tendo em vista o fortalecimento da divisa americana? Será um ataque especulativo das instituições da alta finança... os <b>"célebres mercados</b>"?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O EURO existe por todas estas razões. E o EURO deveria garantir a sua força numa economia verdadeiramente cooperativa e dinâmica.</div><div style="text-align: justify;"><b>Portugal não percebeu o que era o EURO</b>. Se a integração europeia teve, para Portugal, as suas deficiências, <b>a entrada no EURO levou o país ao tapete</b>. De vez.</div><div style="text-align: justify;">Os fundos estruturais que chegavam da Europa esgotaram-se... ou evaporaram-se, não havendo rigoroso conhecimento onde páram. Construiram-se obras de regime e o país ambicionou um modelo de consumo enganador. A nossa economia foi dilacerada e, a pouco e pouco, os alertas foram sendo dados: se um país não dá garantias de produção e dinamismo numa economia globalizada, não gera riqueza. Se não gera riqueza, terá de ir lá fora endividar-se. Se o país não consegue pagar as suas dívidas, o crédito torna-se mais difícil. E é isto o que acontece.</div><div style="text-align: justify;">Se antigamente a prática da "<b>quebra da moeda</b>" era recurso inevitável, a moeda única tem, inversamente, um largo problema. Se, estando num sistema económico com outros países muito mais dinâmicos, não demonstra competitividade, <b>Portugal arrisca-se a ser o joio na seara europeia</b>. Pois não gera confiança pela sua economia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O EURO <b>arrisca-se</b> a não cumprir uma década em circulação. E aqui começa o fim do projecto europeu: se se fala da inexistência de um espírito federalista em termos políticos, em termos económicos faltará ainda o espírito solidário que una países ricos e países pobres na Europa. E foi a solidariedade e cooperação que geraram no segundo pós-guerra a fundação daquilo que iria a ser o projecto europeu. </div><div style="text-align: justify;">Actualmente, Alemanha e França olham para os <b>PIGS</b> (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) como entraves aos seus interesses. Por mais planos de reestruturação das dívidas e empréstimos do FMI/BCE/UE, <b>o mal está lançado</b>. <b>Não há solidariedade na Europa</b>. Mas os portugueses tendem a ver sempre o seu lado, assumindo-se como <i>coitadinhos </i>por todos os males que sob si recaíram. Os filandeses perguntam: "Como é possível que um país, que teve duas intervenções do FMI em 30 anos, tenha agora de recorrer à terceira assistência?".</div><div style="text-align: justify;">Não acredito na Europa actualmente. É um projecto falido e sinto que Bruxelas, como centro decisório, se afasta cada vez mais da cidadania europeia...infelizmente.</div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-62897467555748871642011-06-20T18:35:00.000-04:002011-06-20T18:35:30.890-04:00sobre a alimentação...<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Num programa de opinião de uma prestigiada estação radiofónica, debatia-se há uns dias atrás as conclusões de um estudo levado a cabo por uma credível instituição de forma a averiguar a dieta alimentar das crianças e jovens até aos 17 anos de idade.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b><span style="font-size: small;">Conclusões:</span></b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Apenas <b>1% da amostra</b> respondeu que os filhos comem sopa todos os dias.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Cerca de de <b>6% da amostra</b> revelou que os filhos bebem água (ou leite) às refeições.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Uma larga maioria afirmou que, ao invés da água ou leite, as crianças bebem refrigerantes.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Destaca-se um pequeno grupo da amostra que destacou que os refrigerantes consumidos pelos filhos são "light" ou "sem açúcar".</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Não há o hábito de comer fruta às refeições, ou entre as mesmas. </span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Perante estes resultados, e numa altura em que se discute a estabilidade do sistema nacional de saúde, podemos sempre prespectivar estes hábitos alimentares da juventude num futuro a médio e longo prazos.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Considero que a viabilidade de um sistema de saúde passa pela prevenção. Se hoje Portugal entra no <i>podium</i> europeu da obesidade infantil, penso que o país se deveria preocupar com este sintoma e as suas repercussões no futuro.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Muitas são as doenças que advêm da obesidade e que um dia exigirão do SNS <b>pesada factura.</b></span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Não pretendo fazer desta minha reflexão uma apologia do economicismo do Estado Social. De todo. Está provado que "<i>diz-me o que comes, dir-te-ei o que és</i>". Desta forma, cabe a todos nós começarmos a trabalhar para um SNS viável através de uma atitude proactiva:</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Dar o exemplo através de uma alimentação cuidada e equilibrada em casa.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Procurar, a partir de uma certa idade, sensibilizar os miúdos para os problemas de uma alimentação sem qualidade. <b>Sem rodeios ou falinhas mansas</b>.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Incentivar ao exercício físico ao ar livre, e não jogar futebol sentados no sofá agarrados à Wii, PS3 ou XBox...</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0GNoRE1MLTm-6n6wutL7BSgj9USfanwgp_XjVChO6AKlKirKJfxUWoogfPtVedMMH7494t14NQz09OtqSvITjSCgFRshhVbNujbPuxIXVmD8NNiugkgBuI6YQDnfylKxKS9MJqGgg_uQ/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0GNoRE1MLTm-6n6wutL7BSgj9USfanwgp_XjVChO6AKlKirKJfxUWoogfPtVedMMH7494t14NQz09OtqSvITjSCgFRshhVbNujbPuxIXVmD8NNiugkgBuI6YQDnfylKxKS9MJqGgg_uQ/s1600/images.jpg" /></a></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><b><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Quanto ao papel do Estado:</span></span></b><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Proibir a venda de doces, refrigerantes, chocolates e gelados nas escolas.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Cafés que vendam semelhantes produtos não devem funcionar num raio de 1 km das escolas.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Apelar às empresas e marcas maior responsabilidade na sua publicidade, através da regulação.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Ter em atenção a qualidade das ementas escolares.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">- Talvez incluir nas disciplinas escolares de Formação Cívica conteúdos acerca deste problema.</span></div><br style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;" /><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Não sendo propriamente novas, estas propostas até poderiam fazer sentido.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Obviamente que os grandes interesses económicos das grandes marcas nunca seriam preteridos face a tal problema que se adivinha dramático.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Mas se a Lei do Tabaco é hoje vista e aceite pela sociedade de forma pacífica (pese embora alguns argumentos menos positivos), considero que um maior rigor na regulação só ficaria bem, e reforçaria o papel da administração central na sociedade.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Portugal orgulha-se da sua gastronomia. E com toda a razão!</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Doces, enchidos e iguarias plenas de sabor que são, por vezes, incompatíveis com o lado mais saudável que nunca deveria ser esquecido. Não apelo ao boicote à nossa gastronomia da qual me assumo fervoroso adepto.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas continuo a defender que começará em casa uma boa educação alimentar... a bem de um futuro sustentável...</span></span></div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-71171830771427999722011-05-09T08:01:00.000-04:002011-05-09T08:01:37.251-04:00portugal e o futuro no dia da europa<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">José Sócrates é hoje arrasado na edição do <b>Financial Times</b>.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Na origem deste caso está a forma <i>cor-de-rosa</i> com que o (ainda) Primeiro-Ministro anunciou o acordo recentemente feito com a tão falada <i>troika</i>.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Na opinião de <b>Wolfgang Münchau</b>, colunista do prestigiado jornal britânico, o pacote de assistência financeira ao nosso país revela tudo menos <i>padrões primaveris</i>: cortes cegos em pensões, congelamento de salários na função pública, agravamento desmedido da carga fiscal. </span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">As consequências serão <b>terríveis</b> pois não se vislumbra neste acordo um horizonte de crescimento económico para o país.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O <b>FMI </b>continua a revelar o mesmo <i>menu</i>: cortes, privatizar e retirar apoios sociais. A instituição, criada em 1944 de forma a evitar uma <b>nova </b>Grande Depressão, continua a agir de forma intocável e impune.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Este pacote de assistência financeira (que muitos continuam a apelidar de "<i>ajuda</i>") tem tudo menos <i>espírito franciscano</i>.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Acredito que, num país civilizado e organizado, estes programas financeiros poderiam resultar. Mas, em Portugal, colocarei as minhas dúvidas...</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Importante terá sido o <b>apelo</b> de Cavaco Silva na comunicação feita recentemente ao país: a sociedade terá de mudar os seus hábitos. Se o Estado tem papel de relevo na situação a que chegámos, menos culpa <b>não terá</b> a sociedade civil: despesismo e satisfação em consumir aquilo que não é estritamente necessário. A <i><b>sociedade da chiclete</b></i>, consumista e gerada por padrões e níveis de consumo, atingiu a ruptura. </span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Para isto, o Presidente da República fala no consumo de produtos portugueses, ao invés de consumir o que é feito lá fora.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> <b>A pergunta é esta</b>: como poderemos nós concorrer contra economias que crescem baseadas na <b>atroz</b> exploração laboral (factor determinante para a entrada de produtos a preços que<b> arrasam</b> qualquer concorrência)?</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Outra questão: ao abrigo das leis comunitárias, Portugal não poderá elaborar uma pauta aduaneira (de contornos quase mercantilistas) que defenda o que cá se faz. Se estamos na <b>UE</b> (e se a ideia da UE é cooperação e livre-concorrência), como será isto possível?</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Por último, bem sei que a competitividade deverá nascer nas empresas. Mas quem será <b>o louco </b>que se aventura no mercado português, sob o risco de destroçar por completo o pouco que vai ainda tendo? E sabendo que os mecanismos de crédito estão travados...</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Este é o problema.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Fomos <b>mal orientados</b>? Claro que sim!</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Mas tivemos as hipóteses de<b> melhorar </b>a competitividade da economia? Claro que sim...</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Mas as opções foram <b>outras</b>: novo riquismo, betão, expos e estádios de futebol fizeram desta ancestral nação um autêntico <i>jardim zoológico de elefantes brancos</i>.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Como estaremos em <b>2013</b>?</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Não acredito que estejamos melhor. É necessária uma <b>revolução das mentalidades</b> como pré-requisito para mudar todo o resto. E é aqui que nos compete agir.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Comemora-se hoje o<b> Dia da Europa</b>.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">No dia 9 de Maio de 1950, <b>Robert Schuman</b> (um dos <i>pais fundadores </i>da ideia comunitária da Europa) dava a conhecer a sua ideia para o futuro de uma Europa acabada de sair de um terrível período de guerra.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Nesta declaração (<i>Declaração Schuman</i>,que ficou conhecida como a pedra basilar da futura CEE), o ministro francês fala de uma prosperidade económica como fundamental para a prosperidade política e social. Se a Europa quer viver em paz, terá de unir todos os países em torno dos seus interesses comuns. A competitividade deverá ser vista, não como uma ameaça, mas como uma oportunidade.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> Desde há sessenta e um anos que a Europa tenta aprofundar esta ideia de cooperação e integração comunitárias.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Este é o dia em que se deve reflectir acerca do que foram estas seis décadas e qual o futuro da Europa. E logo numa altura em que a ideia da Europa Unida está perante tantos perigos: a instabilidade da moeda única (sob o <i>hiperterrorismo</i> especulativo do dólar americano), a tendência para a revogação de certos pilares e acordos (<b>Espaço Schengen</b>), fortalecimento da extrema-direita nacionalista e crítica à integração cultural e perda das soberanias. </span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">E acima de tudo, a Europa está em perigo pois não age em comum. Os <b>umbigo</b>s dos países centrais (e fundadores) falam cada vez mais alto.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Gostava de acreditar numa <b>Europa</b>. Mas infelizmente não vejo bom futuro. Se a História tem ciclos, caminhamos rapidamente para o fechar de um desses mesmos ciclos. Não quero acreditar numa nova guerra. Os tempos são outros.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Mas por vezes as guerras são, infelizmente, necessárias para<b> purgar</b> o que está mal.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">A reflectir hoje e sempre...</span></div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-28075695538206215442011-05-06T14:35:00.000-04:002011-05-06T14:35:58.985-04:00circular à esquerda em portugal<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A esquerda portuguesa mostra uma vez mais a sua reponsabilidade perante o país e os eleitores que nela votam. Ou melhor: o <strong>PCP</strong> e o <strong>BE</strong> revelam, decisivamente, que não servem para mais nada senão "<em>fazer barulho</em>".</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Com a presença do <em>triunvirato</em> <strong>BCE/FMI/UE</strong> em Portugal, todos os partidos do parlamento foram chamados a reunir com as referidas instituições de forma a negociarem os termos do empréstimo financeiro a Portugal e, mais importante ainda, conceptualizar o país que se quer edificar daqui para a frente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Presos a resquícios ideológicos e bafientos de há 40 ou mais anos, <strong>PCP</strong> e <strong>Bloco de Esquerda</strong> confirmam aquilo que já se sabia: não são <strong>nem nunca serão alternativa credível</strong> e o seu contributo para a democracia, com propostas, <em>esvazia-se na teimosia bolchevista dos politburos dos dois partidos.</em></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Admiro <strong>Jerónimo de Sousa</strong>.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Digo isto abertamente e com sinceridade. Reconheço-o como fiel ao seu partido e ideais. Nota-se que é uma boa pessoa e que sente real vontade em lutar pela classe operária e trabalhadora representada na semiótica partidária comunista.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quanto a <strong>Francisco Louçã</strong>, também o admiro. Reconheço-o como um excelente profissional na área das ciências económicas e, por ironia ou não, <strong>poderá ser um dos últimos economistas de esquerda à face da terra.</strong></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas o que me enerva é a intransigência ideológica que estes dois partidos continuam a revelar.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Após o 25 de Novembro de 1975 (data que marca a estabilização democrática e plural após a Revolução de Abril), pensou-se em extinguir o PCP, ilegalizando-o. Porém, considerou-se que o PCP, pela intrepidez com que combateu o regime salazarista, merecia de facto continuar a ser respeitado e a ter presença nas decisões políticas, de forma democrática, plural e assente numa base de apoio dada pelo sufrágio popular.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para além de todo o simbolismo e capital inolvidável que faz do PCP um símbolo da luta contra a ditadura (e apesar de, após o 25 de Abril, o país ter estado perto de uma nova ditadura mas, desta vez, à esquerda), os seus líderes esqueceram as suas responsabilidades para com o país. Se continuam a ser apelidados como <em>cassetes</em>, é porque o seu discurso preserva a linha clássica da oratória política do tempo do <strong>Supremo Congresso dos Sovietes de Moscovo.</strong></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por outro lado, <strong>Francisco Louçã</strong> envereda no <em>trotskismo da revolução permanente</em>: a utopia da criação de uma sociedade socialista e libertária não faz sentido nos tempos que correm.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Hoje o país está afastado da política. </strong></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não existem líderes e é grave o facto de o <strong>PS</strong> continuar a teimar em apostar e a prestar um género de culto da personalidade a <strong>José Sócrates</strong>. Será que o partido com mais eleitores no país não teria <strong>outras</strong> alternativas?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E o discurso da esquerda mantém-se, tal qual como há 37 anos: <strong>PCP </strong>e <strong>Bloco</strong> acusam o PS de estar do lado da <em>direita reacionária que acabou de aterrar na Portela para lançar os tentáculos capitalistas sob o país.</em></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E é sob a égide ideológica que cristaliza esta esquerda portuguesa que o país se vê atarrancado. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">PCP e Bloco tinham obrigação em apresentar as propostas em sede de negociação.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não chega dizer que não concordam com a presença da troika. Esperava-se outra atitude alternativa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pelo menos aqueles que neles votam assim o esperavam.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas não. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Os tempos do <strong>PREC</strong> parecem não ter ainda terminado e a esperança no fim do capitalismo permanece viva nestes <em>sonhadores de vermelho</em>.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E por isso, é urgente que o <strong>PCP</strong> e o <strong>Bloco</strong> se sentem à mesa...com o <strong>PS</strong>.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É necessário, sabendo que nunca serão governo, que apresentem aos socialistas os chamados <em>mínimos</em> que permitirão uma estabilidade governativa à esquerda.</span></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPhCAjD7V6fm4gzcMENt2SmShOwjwnLUu8HOzRJdQf5sJZ82dfVcd1hBYXFJEo6KsZsQ3utueiielbyC7XujIUM-JRjYLieg3OzXKWE7OsjdUY-NDHqZFYS_zzRNfztTzhCuMrlIFCcVQ/s1600/ba-11826-v_y_210_p0_tif.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="181" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPhCAjD7V6fm4gzcMENt2SmShOwjwnLUu8HOzRJdQf5sJZ82dfVcd1hBYXFJEo6KsZsQ3utueiielbyC7XujIUM-JRjYLieg3OzXKWE7OsjdUY-NDHqZFYS_zzRNfztTzhCuMrlIFCcVQ/s320/ba-11826-v_y_210_p0_tif.jpg" width="320" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As próximas eleições de 5 de Junho apresentam vários cenários. Uns mais, outros menos realizáveis. Ou teremos uma maioria absoluta monopartidária, situação que se julga impensável. Ou teremos uma vitória do <strong>PSD</strong> que irá pedir ao <strong>CDS</strong> ajuda para <em>compor o ramalhete.</em></span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Mas, caso de uma nova vitória minoritária do PS, a estabilidade não será possível. A não ser se for através de um entendimento entre Passos e Sócrates, cenário improvável dada a enormidade do umbigo de cada um deles.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">E é aqui que a tal magistratura activa do <strong>Professor Cavaco Silva</strong> poderia entrar, chamando a S.Bento um governo por si composto de ampla maioria inter-partidária. Mas Cavaco não é parvo pois sabe que o entendimento seria impossível. <strong>Um novo Bloco Central</strong> seria nesta altura <strong>explosivo</strong>.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Enquanto que à direita o entendimento será possível, à esquerda o <strong>PCP</strong> não perdoará a <strong>histórica cisão de Mário Soares</strong> em 1975, quando este decide afastar-se do PCP devido à linha programática de um extremismo que conduziria Portugal para a satelização a Moscovo. Para o <strong>PCP</strong>, <strong>o PS será sempre um lobo em pele de cordeiro</strong>, um partido que caiu nos deleites do capitalismo. </span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E é nesta roupa suja cuja nódoa tende a não sair que o país vai evoluindo. <strong>Ou não</strong>.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-20066995785911937252011-04-06T11:56:00.000-04:002011-04-06T11:56:03.981-04:00há vida para além da europa? (2ª parte)<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Conversava ontem com o meu pai.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Assistíamos ao telejornal da SIC, que mais se assemelha a uma <b>daquelas</b> obras proféticas de contornos apocalípticos que, por alturas da viragem do milénio, abundavam nos escaparates, enquanto jantávamos.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Com um repórter em cada um dos <b>PIGS</b> (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha), tentava-se sentir o pulsar social face ao turbilhão financeiro e económico que se assiste hoje em dia em cada um destes países. Se a Grécia e se a Irlanda já foram vítimas do Fundo Monetário Internacional, Espanha sente que, na iminência de Portugal ser alvo de intervenção da dita instituição, poderá ser "<i>o senhor que se segue"</i>.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A Europa de Jean Monet, de Robert Schuman e de Mário Soares <b>está falida</b>.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A cooperação económica e a solidariedade entre os países de forma a atingir o progresso social não passa de uma <b>bonita falácia</b> que, aos olhos de cada vez mais cidadãos "europeus", se esgota.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> Hoje em dia a Europa é vista com desdém pois ainda ninguém sabe bem o que significa. O centro da diplomacia comunitária abandona Estrasburgo e Bruxelas concentrando-se, então, na chancelaria de Berlim.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Em 1985, Portugal assina finalmente o acordo de adesão à Europa Comunitária. </span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Recusada em 1972 (devido à falta de critérios democráticos de um país ainda assente num regime autoritarista), a entrada de Portugal na CEE fez o país pensar que <b>o céu é o limite</b>. A <i>opção europeísta </i>assumia-se assim como um modelo de desenvolvimento do país, findas que estão as querelas e tensões político-ideológicas que marcaram a transição para a Democracia.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Os fundos estruturais chegavam.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">As auto-estradas apareciam e aproximavam-nos dos países centrais do bloco comunitário. A <i>torneira</i> do dinheiro parecia não secar.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Os fundos comunitários, que em teoria serviriam para a modernização do país (económica, social, cultural e tecnológica) de forma a preparar o país para actuar no mercado comum, <b>só Deus sabe</b> que destino tiveram,na realidade.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQMyMFs6hZbME8LkN2ID2i9nw3ZAgRX1z7G71XWUJm4l9RFimRy_u_1Maey3wl7wB6Bk9ajY9OezNEy_uU27OuvdPw2cNEU1rVwcqFf9I7CEJ3CBnlJ0AXtsWMHy50kbWREkeupfJl8vI/s1600/tio_patinhas3.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQMyMFs6hZbME8LkN2ID2i9nw3ZAgRX1z7G71XWUJm4l9RFimRy_u_1Maey3wl7wB6Bk9ajY9OezNEy_uU27OuvdPw2cNEU1rVwcqFf9I7CEJ3CBnlJ0AXtsWMHy50kbWREkeupfJl8vI/s200/tio_patinhas3.gif" width="180" /></a></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O estabelecimento de quotas de produção foi entendido como subsídio à indolência. O dinheiro para modernizar a agricultura e as pescas foi entendido como "<i>belos automóveis e casas no Algarve".</i></span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O <i>novo riquismo</i> assolava em Portugal no início dos anos 90. </span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A falta de uma racional lei sob o arrendamento fez Portugal enveredar por uma profunda mobilidade social sob o critério da propriedade: comprar casa, e ter crédito bancário, eram sinais de um Portugal, não mais rural e pobre, mas sim burguês e rico. </span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">As marcas internacionais invadiam o tradicionalismo da textura empresarial portuguesa. </span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A <b>Expo 98</b> serviria para mostrar ao mundo que Portugal não era mais o i<b>solado e solitário patinho feio da Europa</b>. Era sim um país que, tendo há 500 anos aberto o mar, abria-se agora ao mundo!</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b><span style="font-size: small;"><br />
</span></b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b><span style="font-size: small;">As vacas gordas pastavam em prados verdejantes e alegres...</span></b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;"><b><span style="font-size: small;"><span style="color: blue;">(continua)</span></span></b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-20416049378911367682011-04-04T18:20:00.000-04:002011-04-04T18:20:07.795-04:00oportunidade perdida<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Como benfiquista, admito sentir uma <b>enorme azia </b>pelo facto do j<b>usto</b> título de campeão ter sido entregue ao FC Porto em<b> pleno</b> relvado do Estádio da (falta de) Luz.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Não contesto a vitória portista e aceito-a com naturalidade: foram melhores, foram regulares, apresentaram um futebol agradável, racional e <i>cilindraram</i> o segundo classificado na primeira e na segunda voltas da prova. </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Para além dos factores derivados da própria estrutura portista, beneficiaram do facto de, à 4ª jornada, o título estar praticamente entregue devido à <i>derrocada encarnada</i>, em Agosto, e ao <i>marasmo verde e branco, </i>demonstrado ao longo de toda a época.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">O Porto ganhou um campeonato de forma<b> fácil</b> mas com <b>empenho</b> e <b>seriedade</b>.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Ao contrário de muitos outros, que a esta hora já espancaram a mulher como manifestação espontânea de uma frustração vergonhosa, <b>endereço</b>, desde já, os meus parabéns aos portistas. E tenho muitos na família...</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b>Futebóis à parte.</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Portugal perdeu ontem uma excelente hipótese de transmitir às novas gerações que amam o futebol um exemplo de cordialidade, galantismo e elevação.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Ao invés, o espectáculo que fez ontem à noite parar o país reflectiu o <b>porquê </b>deste país manter-se num <i>limbo</i> (prestes a cair ao inferno) em termos de valores e cidadania. Se nos queixamos dos políticos e da sua falta de valores e ética, o que dizer daqueles que compõem o <i>eleitorado</i>? Ou seja... o <b>"povo</b>".</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">A crise começa em nós. Nós, portugueses, somos o <b>grande factor</b> da crise que se depara sobre nós! </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"> Espero um dia que o meu filho perceba que a vida é feita de sucessos e momentos menos bons. </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Depois da pobreza a que assistimos, própria de um país de terceiro mundo que não aceita a <i>democracia</i> de <b>saber ganhar e perder,</b> resta-me apenas continuar na minha <b>total alienação </b>no que toca ao futebol.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Aqui não temos nem <i>maus nem bons da fita</i>. Temos dois clubes que falam a mesma linguagem decadente e anti-pedagógica.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Os clubes, como promotores de exemplos para a juventude, esquecem-se desta <b>sua tão nobre função</b> em troca da <b>ganância pela vitória a qualquer preço.</b>.. capazes de fazerem de um jogo uma autêntica guerra civil onde a constante crispação e ódio saltam para fora de uma bancada, atingindo o impensável...</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Perdeu-se uma oportunidade...</span></div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-2319626301747938122011-03-06T08:08:00.000-05:002011-03-06T08:08:46.303-05:00conquistar o ouro na vida<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Poucos sabem mas desde meados de Fevereiro que acumulo horário, leccionando numa outra escola em Lisboa.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">A <a href="http://www.escola-dos-mestres.com/"><b>Escola dos Mestres</b></a> é uma pequena escola que oferece à população a oportunidade de conclusão do ensino secundário através de unidades capitalizáveis. Por isso, tendo alunos das mais diversas origens e idades, as minhas aulas nessa escola são, maioritariamente, em horário pós-laboral.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Da imensa diversidade de alunos, um deles me chamou à atenção na passada quarta-feira.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Um rapaz, dos seus vinte e poucos anos, entra na sala e, de forma cordial, cumprimenta-me. O rapaz chamava-se Luis. Disse-me que tinha um <b>problema grave</b> (notório) <b>de visão</b> e, no caso de eu escrever alguma coisa no quadro, pediu-me para que ditasse o que havia escrito. </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Ele trouxe um portátil e era exímio e rápido na forma como escrevia o que eu dizia, assim como revelador de uma profunda autonomia, ao reter apontamentos pessoais.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">A aula correu bem. Tentei sempre certificar-me que o Luis tinha tudo o que era necessário e fundamental.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">No fim, cumprimentou-me novamente e agradeceu a aula e o meu auxílio.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Saiu.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Na 6ª feira, quando entrava para dar uma aula, reparei numa fotocópia que sobressaía destacada no painel das informações. Nessa fotocópia, uma fotografia de um atleta, vestido com as cores nacionais, ilustrava <a href="http://www.comiteparalimpicoportugal.pt/portugal-sobe-cinco-vezes-ao-podio-no-m-n206.html">uma notícia</a> que dizia que <i>o atleta Luis Gonçalves, de 23 anos e portador de uma grave deficiência visual, tinha conquistado o ouro na corrida de 400 metros nos mundiais de atletismo na Nova Zelândia. </i></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Para além disso, o Luis é <b><a href="http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/sport/desporto/luis-goncalves-radiante-com-prata-olimpica">medalha de prata olímpica</a> </b>na mesma modalidade (Pequim, 2008).</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRRAC54PDIEVU4cWY-svku_XKZZB8cFdF5XYZdTpJxcsVFSjC_ICHoREbFdzbkWpxttX6-OjpZeWxpiWA7f8TgDx29u3fCRsTBdmKk9u9GxFEOuN6-LwuWEdeIAx4pxbLJN636RF2YQqk/s1600/2008-09-14000239_CA967162-B341-4FEB-88DD-FECB0766BF67%2524%2524738d42d9-134c-4fbe-a85a-da00e83fdc20%2524%25247789e559-dbf4-41e7-ad01-6961e9e52688%2524%2524img_carrouselTopHomepage%2524%2524pt%2524%25241.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRRAC54PDIEVU4cWY-svku_XKZZB8cFdF5XYZdTpJxcsVFSjC_ICHoREbFdzbkWpxttX6-OjpZeWxpiWA7f8TgDx29u3fCRsTBdmKk9u9GxFEOuN6-LwuWEdeIAx4pxbLJN636RF2YQqk/s1600/2008-09-14000239_CA967162-B341-4FEB-88DD-FECB0766BF67%2524%2524738d42d9-134c-4fbe-a85a-da00e83fdc20%2524%25247789e559-dbf4-41e7-ad01-6961e9e52688%2524%2524img_carrouselTopHomepage%2524%2524pt%2524%25241.jpg" /></a></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Na realidade, tudo isto me deixou surpreendido mas, ao mesmo tempo, feliz por saber que o ser humano ainda tem um lado que consegue vencer tudo e todas as crises...</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">O Luis revelou-me o outro lado, com que eu não estava habituado a lidar. É um exemplo de vontade...</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b>Parabéns, verdadeiro campeão!</b> É um orgulho poder ajudá-lo <b>a conseguir o ouro na vida</b>...</span></div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5681655142269637924.post-19856564782470718042011-03-01T19:04:00.000-05:002011-03-01T19:04:14.674-05:00melhores 10 álbuns dos 90's (parte I)<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Estas listas valem o que valem. Por si só apenas...</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Mas, olhando para esta lista que mostra a opinião dos leitores da Rolling Stone acerca dos 10 melhores álbuns dos anos 90, podemos concluir que esta foi também uma enormíssima <b>década de ouro</b>. Faltarão alguns discos, sem dúvida. Mas, olhando para estes 10 álbuns, reparo que todos eles fazem parte da minha colecção. E isso não deixa de ser significativo.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Aí vai a minha opinião acerca dos primeiros cinco discos. </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b>1. <i>Nevermind</i>, Nirvana (1991)</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Gostemos ou não de <b>Kurt Cobain</b> e da sua música (considerada por muitos como sendo <i>decadente</i> e <i>excessivamente surreal</i> em termos líricos), o álbum de 1991 marcou uma viragem na música popular. Acima de tudo, trouxe ao de cima que o mais insignificante membro da sociedade tem raiva dentro de si e a música ganha, por isso, um novo sentido na forma como se comunica.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Sem dúvida, este disco reúne aquele que continuará a ecoar como o <i>hino da juventude dos 90's</i>: <b>Smells like teen spirit</b>... uma ode à rebelião e à impetuosidade juvenil.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Guitarras no limiar do feedback e uma secção rítmica avassaladora endureciam o complexo imaginário do universo lírico do <i>malogrado</i> Kurt Cobain...</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Este disco teve a força de abafar por completo a estética glamorosa em que o rock americano definhava na viragem para a última década do século XX... A partir de <b>Nevermind</b>, o rock nunca mais seria o mesmo... Intocável! <b>Conseguem imaginar Cobain vivo,ainda hoje?</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJwyDPn1pzrVyIsACvo_DuM9ysL6yDjwc3-DQ_50V_pPFm89NcL6_o9uUNER06Jyq7qKoKRHVOh6HfQR-mvyNS_pYFH5LyzMPIIXc-N_tz9N_u2Hp1DFi2jL3p1havOipdfhFx1jmXm-A/s1600/Nirvana--Nevermind-the-90s-368076_1416_1398.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="315" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJwyDPn1pzrVyIsACvo_DuM9ysL6yDjwc3-DQ_50V_pPFm89NcL6_o9uUNER06Jyq7qKoKRHVOh6HfQR-mvyNS_pYFH5LyzMPIIXc-N_tz9N_u2Hp1DFi2jL3p1havOipdfhFx1jmXm-A/s320/Nirvana--Nevermind-the-90s-368076_1416_1398.jpg" width="320" /></a></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b>2. <i>OK Computer</i>, Radiohead (1997)</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Tive o privilégio de, em Julho de 1997, assistir no Paradise Garage à apresentação deste disco que, avaliando pelo escasso público que nesse dia acorreu à sala lisboeta, poderia ser apenas e só mais um disco da banda britânica. </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Ao invés disto, recordo tudo aquilo que me passou pela cabeça no fim desse espetáculo: a imensidão sonora e profundidade que <b>OK Computer </b>revelava. Comprei o disco e, após cuidada audição, vi que estava ali uma espécie de <b>Sergeant Peppers </b>em plenos anos 90. Os Radiohead adivinharam o futuro: <i>o domínio da tecnologia sobre o Homem</i>... sem cair na mera crítica, Thom Yorke projectava a Humanidade a rumar ao <i>autismo do conforto tecnológico</i>. Como é que se traduz tudo isto em linguagem musical? Guitarras que ecoam... ritmos desconcertantes e utilização de samples e demais padrões sonoros, conferindo a este disco o epíteto de <b>clássico inovador</b>...</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Li algures que <i>Paranoid Android</i> poderia ser muito bem a <b>Bohemian Raphsody dos 90's</b>. Elogio ou não, a verdade é que, um mês após o lançamento deste álbum e dos concertos de apresentação realizados em Lisboa, <b>OK Computer é destacado como uma das novas maravilhas do mundo</b>... houve quem afirmasse que, desde o <i>citado </i>disco dos Beatles de 1967, não havia surgido algo semelhante. Após OK Computer, tantas foram as bandas e artistas que adoptaram o <i>apadrinhamento </i>deste disco... Notável!</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBDxzOZtptVEh8sbHatMeYyXlsnfzLZ3RNjH5soaninTDWrx-R4d2z0m1NbwwJiP-xUwFtLbMLjtMCjEvGJ9v3_qvZxkGzumlDbPl-FypYfCTMIOioT9kMY5zmWw45IO01-iCrig6lDjE/s1600/okcomputer1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBDxzOZtptVEh8sbHatMeYyXlsnfzLZ3RNjH5soaninTDWrx-R4d2z0m1NbwwJiP-xUwFtLbMLjtMCjEvGJ9v3_qvZxkGzumlDbPl-FypYfCTMIOioT9kMY5zmWw45IO01-iCrig6lDjE/s320/okcomputer1.jpg" width="320" /></a></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b>3. <i>Ten</i>, Pearl Jam (1991)</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Que bela colheita, a deste ano da Graça de Nosso Senhor de 1991!</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b>Eddie Vedder</b> e companhia mostra a nova faceta da <b>moderna banda rock</b>! Conterrâneos dos Nirvana, os <b>Pearl Jam</b> destacaram-se imediatamente pela inconfundível voz do seu cantor. A temática das letras roça entre o pesadelo e a catarse emocional. Em <i>Jeremy</i>, Vedder denuncia histórias que antes ninguém ousava cantar... a solidão...o desespero... a libertação com que atinge o <b>epílogo</b> do álbum (Release). Musicalmente, Ten obedece e celebra as influências americanas dos membros dos PJ: desde <b>Hendrix</b> ao trovadorismo de <b>Neil Young</b> ou <b>Bob Dylan</b>, o som dos PJ ganha em Ten um cariz próprio, muito por culpa de Vedder ,que se assume como <b>a nova imagem do frontman</b> de uma banda de rock... Para ouvir aos altos berros, de camisa de flanela, botas e calções da tropa... Mítico!</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkwQrrpp04oEKQBjPntH-vEXfOvVmfGqYfTBaMWJYAGw67gXqVZWBIeJ3W92ubTkKEd3YVulPxgpaw91h2spyt9jC6KiDn-HDBk34_j8D325e0C9-au7l5zmbwP4q12dbNmM59IaSrpWU/s1600/tenscan_250-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkwQrrpp04oEKQBjPntH-vEXfOvVmfGqYfTBaMWJYAGw67gXqVZWBIeJ3W92ubTkKEd3YVulPxgpaw91h2spyt9jC6KiDn-HDBk34_j8D325e0C9-au7l5zmbwP4q12dbNmM59IaSrpWU/s1600/tenscan_250-1.jpg" /></a></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b>4. <i>Achtung Baby</i>, U2 (1991)</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Os <b>U2</b>, no final dos anos oitenta, já tinham feito tudo aquilo que podiam fazer. Eram a banda que enchia estádios em todo o mundo e os seus discos vendiam que <i>nem ginjas</i> por toda a parte. Após "Unforgetable Fire" (1984) e, sobretudo, "The Joshua Tree" (1987), as canções dos irlandeses enfatizavam as multidões. Gostar dos U2 nessa altura era s<i>er cool</i>. <b>Bono</b> era o <i>frontman</i> por excelência, capaz de levar ao rubro milhares e milhares de pessoas dentro de um gigantesco estádio. Oriundos de um país tradicionalmente periférico, os U2 conquistaram a América e todo o globo, havendo quem afirmasse que <b>o estatuto dos Beatles parecia estar ameaçado. </b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Como disse Bono em 1990, cabia aos U2 <i>deitarem abaixo a àrvore de Joshua</i>. Em 1990, os U2 encontram-se numa <i>biforcação</i>: ou <b>acabam</b> como banda, ou então <i>mudam</i>... <b>completamente</b>.</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Com a América <i>aos seus pés</i>, <b>Bono e Cª seguem o caminho menos óbvio</b>. Em vez de voltarem a gravar nos Estados Unidos, os U2 vão para a <i>então </i>recém <b>reunificada Alemanha</b> procurar um novo sentido para a banda. Talvez a <b>euforia </b>da queda do muro pudesse trazer algo de novo a uns U2 que, na altura, se encontravam numa <b>profunda letargia criativa</b>. </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Em conjunto com a dupla <b>Eno & Lanois</b>, os U2 ocupam os antigos estúdios <i>Hansa by the wall</i> e aí, onde <b>Bowie</b> havia gravado a <i>trilogia berlinense</i> nos anos 70, e ao som da reconstrução da indústria e da sociedade alemã, começam a gravar aquele que seria, para muitos, o melhor álbum dos irlandeses. E um dos mais importantes trabalhos discográficos da História da Música!</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Quem assistiu àquelas sessões em Berlim, conta que foram as mais impressionantes jornadas criativas dos últimos 25 anos. Exagero ou não, <b>Achtung Baby</b> traz um novo som aos U2: influenciados pelos <i>períodos berlinenses</i> de <b>David Bowie</b> e <b>Lou Reed</b>, Bono canta em timbre industrial, com a sua voz no auge e amargurada pela chegada à idade dos trintas. O seu universo poético atravessa a própria cidade de Berlim e as vivências e decadências de alguém que procurava livrar-se de <i>fantasmas e angústias passados.</i> <b>The Edge</b> leva a sua guitarra a dimensões nunca antes visitadas, achando o<b> novo som dos U2</b> que tanto procurava. A própria vida pessoal da banda <b>não</b> passava a melhor fase: divórcios, separações e tensões internas serviriam como força criativa para a produção de um disco tão perfeito. </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Em Novembro de 1991, <b>Achtung Baby </b><i>choca</i> o fã tradicional dos U2. Lembro-me que não foi fácil pois ninguém estava preparado para o que ali estava. Como qualquer disco superior, havia que <i>digeri-lo</i> bem... e calmamente. </div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Se <i>The Fly</i> apresentou a nova fase da carreira dos U2, <i>One </i>revelaria a unidade/união que a banda procurava. Numa cidade também <b>agora unificada</b>. Histórico!</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEzLGlaPFhGG7W3mh3QYqDH5Ca4YM50DzG3ojlUqdm5OMMhw52FBxm3rEPdqk_qXH68GPHVH9b-MzTqExjxAstTBJWWCADA5o6M8piT5m5mx8sYSyyWCgV06zRtUnJDPHw1Za_yha3D9U/s1600/Achtung+Baby+CF2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEzLGlaPFhGG7W3mh3QYqDH5Ca4YM50DzG3ojlUqdm5OMMhw52FBxm3rEPdqk_qXH68GPHVH9b-MzTqExjxAstTBJWWCADA5o6M8piT5m5mx8sYSyyWCgV06zRtUnJDPHw1Za_yha3D9U/s320/Achtung+Baby+CF2.jpg" width="320" /></a></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b><br />
</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b>5. <i>What's the story (Morning glory)</i>, Oasis (1995)</b></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Adorados por muitos e odiados por tantos outros, os <b>Oasis </b>assumiram sem preconceito a admiração pelos <i>Fab Four</i> de Liverpool. Se nos EUA eram os discos produzidos em Seatlle a ocupar os tops, em Inglaterra eclode a <i>guerra civil</i> entre os <b>Oasis</b> e os <b>Blur</b>. Ficou conhecida esta época como a <i>era da Brit Pop</i>. Mais crus e conservadores que os r<i>ivais londrinos</i>, os irmãos Gallagher conseguiram neste álbum um autêntico manual de como fazer canções simples que soam a hinos grandiosos: <i>Wonderwall</i>, <i>Don't look back in anger</i>, <i>Roll with it </i>ou <i>Champagne Supernova</i> são ainda hoje canções que não passam com indiferença. Bono, dos U2, terá dito que <i>a canção que mais gostava de ter composto era, talvez, Wonderwall.</i>..</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Gosto dos Oasis e deste disco, embora seja <b>mais entusiasta</b> pelo primeiro <i>Definitelly Maybe</i> (1994) e pela última fase da banda...</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Mas é sem dúvida um<b> disco eterno</b>! Goste-se ou odeie-se!</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOlrDvy-aa4okJPftDDCAPQ3XzBwmIhCFLuJgThZk0OoA2GU2I7fJ6vHe3nk8f7rFZD35Rg2VXzwTpbdOXt3hiDqNf79GGpSOBwtgd91g8XIyJ85q3yYOSXquavivKm3GN-89sQ82jY4g/s1600/album-whats-the-story-morning-glory.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOlrDvy-aa4okJPftDDCAPQ3XzBwmIhCFLuJgThZk0OoA2GU2I7fJ6vHe3nk8f7rFZD35Rg2VXzwTpbdOXt3hiDqNf79GGpSOBwtgd91g8XIyJ85q3yYOSXquavivKm3GN-89sQ82jY4g/s320/album-whats-the-story-morning-glory.jpg" width="320" /></a></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b style="color: blue;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">(Continua)</span></b></div>JPDhttp://www.blogger.com/profile/09734920998514074199noreply@blogger.com2