sábado, 25 de abril de 2009

da revolução


"Falta cumprir Abril!", apregoam os arautos mais românticos.
A data de hoje não é apenas um relembrar de uma importante façanha. O fim de um regime que me proibiria estar aqui a falar livremente deve fazer sempre parte da nossa memória colectiva e individual.
O problema do 25 de Abril é o excesso de romantismo desejado e a constante demanda por sonhos que (como muitos na alturam anteviram) iriam cair do céu.
Há 35 anos prometeram a um país pequeno e escurecido mundos e fundos, num inocente clamar por progresso, liberdade e democracia.
O cumprimento de Abril teve nesse dia a sua pedra fundadora; mas talvez os alicerces terão sido mal calculados ou então a terraplanagem não foi perfeita em terreno tão movediço.

É da minha profissão a nobre tarefa de fazer com que as novas gerações nunca pensem que aquilo que se passou não mais se repetirá. Apesar de, em termos académicos, o dia 25 de Abril de 1974 ter sido, para mim, o menos interessante de todos os longos dias que se seguiram a um longo e complicado período de transformação do país, é inegável que aquele dia marcou para sempre Portugal.
Muitos se esquecem que toda aquela conspiração armada teve, na sua génese, um claro objectivo apenas: uma questão de inaceitação corporativa no seio das Forças Armadas. Não foi nem o fim da Ditadura, nem o fim da guerra colonial que motivou, na sua génese, a revolução.

De acto meramente corporativo , o movimento dos capitães passou a movimento das forças armadas. A derradeira missão: "Operação Fim de Regime". Ok. Já que não vais a bem, vais a mal.

Depois lá saíram os poetas à rua: adornaram o golpe como sendo devir popular. Tal qual o "à Sé, à Sé, que matam o Mestre!!!"
Se o Conde Andeiro era Caetano, se Álvaro Pais era Maia...nunca me preocupei com esse fado cantado por tantos.

O problema do 25 de Abril não foi o 25 de Abril. Os egos apareceram logo após. Os governos não governavam. Adaptavam-se aos impulsos de uma sociedade que vivia quase um S.António ou um S.João antecipado.

O 25 de Abril trouxe-nos a liberdade. Muitos confundiram-na com a libertinagem. O proibido proibir era ecoado nos espíritos adormecidos de um Portugal periférico, pequenino e irrelevante. Mas nosso!

35 anos depois, muito ainda está por fazer. Talvez tenhamos que pensar tudo de novo. Semear uns cravos a mais pois, em 35 anos, muitas foram as ervas daninhas que estrangularam o terreno...

O 25 de Abril começa e prolonga-se em cada um de nós. Numa consciência livre deve ecoar também a liberdade que a todos é merecida e que devemos respeitar. Liberdade é responsabilidade e por vezes esquecemos-nos disso. E é sempre tão fácil mal dizer...chamar os outros como culpados quando nos esquecemos do nosso verdadeiro papel. Será isto ser livre?



sexta-feira, 24 de abril de 2009

terça-feira, 21 de abril de 2009

substance 1987


Perdi há uns tempos este disco.
Consegui recuperar o prejuízo ao comprá-lo no Amazon a um preço irrisório. Causou-me enorme desconforto não o ter à mão durante cerca de dois anos. Mas já o tenho.
"Substance 1987" dos New Order é um disco sublime, embora seja uma compilação. Os puristas afirmam o seu relativo desprezo por compilações por considerá-las muitas vezes insuficientes para conhecer o trabalho de certa banda ou artista. Por outras vezes, as compilações apenas são modos de salvação por parte das editoras fazendo recurso do seu fundo de catálogo.
Mas esta compilação que abarca os singles da banda surgida das cinzas dos Joy Division é magistral, fazendo, na altura da sua edição (1987) o ponto da situação da banda. Realmente, os New Order assumem-se como um exemplo de honestidade artística. Sendo impossível a continuação do anterior projecto dado o desaparecimento trágico de Ian Curtis, os New Order marcam de imediato a sua posição logo na pia baptismal. Recorrendo uma vez mais ao imaginário nazi (Joy Division era o batalhão alemão nazi responsável pelo "apuramento" da raça ariana), o nome "New Order" (nome da doutrina que Hitler queria implantar na Humanidade, após o seu triunfo) marca as pistas para o futuro, após a morte de Curtis. Mais electrónicos, os New Order são hoje revisitados na sua essência. Um espólio marcante que sintetiza a herança musical única dos Joy Division com a electrónica/acid house de Manchester que assolava e soprava para a Europa e Mundo.
Desde "Ceremony" (ainda do tempo de Curtis) a True Faith, "Substance" é um autêntico carrossel da melhor pop electrónica dos anos 80 que ainda hoje soa a fresco. Por entre "Everything's gone green", "Subculture", "Bizarre Love Triangle" ou então "Temptation", toda esta colecção fez na altura um ponto da situação. Ainda hoje é uma bíblia à qual muitas novas banda recorrem, ressuscitando o vigor da banda de Bernard Sumner e Peter Hook (que em 2007 abandonou a banda, suscitando já rumores de um fim da banda). 
Para além destes singles (sim, sim, está lá Blue Monday também), o segundo disco traz-nos todo um apetitoso ménage de peças nunca editadas e que têm todo o sentido. Destaque para o magistral "In a lonely place", exorcizada do mundo tortuoso de Curtis.

terça-feira, 14 de abril de 2009

o primeiro cd do diogo


O meu amigo Carlão ofereceu-me este que é o primeiro cd do meu pequenito Diogo!!! Bem bom, para se começar a educar...
Vejam aqui a variedade de cds...para quem não tem muita pachorra para o Noddy e demais derivados...

domingo, 12 de abril de 2009

24h após o grande momento!!!

Aqui ficam umas fotos ternurentas 24h após o Dia D...






A ver se não avario o computador, tal é quantidade de baba que me cai!!!
Bom...
Não foram tiradas pela Anne Guedes mas não estão nada mal!
Na 6ª feira passada, estava eu a arrumar o carro para ir tocar. Na última semana, a Alex fez dois CTG's e a conversa que a médica teve connosco levou a que nos começássemos a mentalizar para o grande momento. Mas, sem contracções nem demais indícios, lá continuávamos a ter uma vida normal: a Alex ia sair para casa dos meus pais para, no caso de alarme, ter apoio. Eu ia tocar a Oeiras.
A Alex estava a arrumar a mala no carro e, quando pega na gaiola do gato para a meter no carro...algo húmido se sucede!
Estava eu a fechar a porta de casa quando ela se vira para mim, com ar sarcástico, e diz: "João, rebentou o saco amoniótico!!!" (NOTA: Dada a área de trabalho da Alex, ela não gosta de utilizar os termos do common sense, como é o caso de "arrebentaram-se as águas!!", assim como eu, quando a conheci e soube que ela trabalhava em Radiologia, perguntei "Ahhhh, então tu é que tiras chapas!!").
O mundo parou ali.
Mas muito serenamente avisei quem tinha que avisar para alterar os meus compromissos e lá nos dirigimos para o Hospital S. Francisco Xavier no Restelo.
Segundo o que nos disseram nas aulas de preparação para o parto, uma mulher que chega à maternidade já com estes sintomas, é atendida de imediato.
Quase 3 horas depois a Alex é finalmente internada. Pensava que estaria para breve. Despedi-me dela e os médicos e enfermeiros disseram-me para ir descansar para casa e que voltasse amanhã (sábado, ontem) com calma. Ela não tinha grandes contracções e, pelos vistos, a coisa prolongar-se-á.
Era este o prognóstico!
Após uma noite praticamente em claro, lá fui para o hospital. Eram cerca das 10 da manhã. A ansiedade consumia-me. Os meus pais, os pais dela, amigos e demais familiares constantemente a perguntarem por novidades e a minha resposta não era muito mais que isto: tem contracções mas muito espaçadas, ainda está a dilatar devagar, já levou a epidural,etc, etc.
Estava com ela na sala de parto, onde ela passara todo este tempo.
Eram 17h da tarde de sábado.
A enfermeira entra no quarto para se actualizar das coisas. Mexe aqui, mexe ali, olha para as máquinas, para os gráficos, muda o soro, mexe mais ali e acolá. Senti que estava para breve. O gráfico do CTG mostrava contracções menos espaçadas e mais prolongadas. Nas mesmas aulas de preparação para o parto, aprendi que, a partir do momento que a mulher começa a ter contracções mais fortes e prolongadas com intervalos cada vez mais curtos, o parto está para breve.
Continuei a respirar com a Alex. Notava as dores que eram cada vez mais fortes e insuportáveis. Após três doses de epidural, já não poderia haver uma quarta. Disse-lhe assim: "Daqui a uma hora já cá o teremos!".
A enfermeira olhou-a nos olhos: "Olhe que ele adivinhou!".
Medo? Ansiedade? Alívio?
Imaginem tudo isto batido cá dentro de mim e, principalmente, dela...
Vejo a enfermeira a abrir gavetas... a tirar tesouras, alicates, bistouris e demais alfaias cirúrgicas. Compressas, panos, lençóis. Entram mais três enfermeiros. Mais duas médicas.
Lights...
Camera... Action!!!
Estive sempre ali com ela. Não hesitei uma vez, tendo mesmo sido advertido por uma das enfermeiras para não ser tão curioso em alguns momentos!
Respirava com a Alex, apoiava-a nas costas, fazia força com ela...sentia a mesma dor com ela e ambos puxávamos para que o Diogo viesse cá para fora!!!!!!!!
Meus amigos: a minha admiração pelas mulheres. Nós, homens, vamos à guerra, construimos casas e catedrais e temos na força física um fetiche secular.
Depois daquilo que eu vi e senti na Alex... o que é ter força, atitude e sacrifício?!?!?!?
18.23
Ouço: "Já cá está!!!!!"
Vejo-o pela primeira vez em carne e osso. As lágrimas inundaram os meus olhos. A Alex fechou os olhos de cansaço, dor e voltou a abri-los com alegria! O Diogo estava cá fora. Chorou, esperneou e largou um valente cocó!!!
Parecia magia! E era!!!
Depois veio a fase das SMS e telefonemas!!! Amigos e parentes lá fora à espera, ansiosos!
O Diogo já cá está!
ESTAMOS MUITO FELIZES E ORGULHOSOS!!!!!!!!!!!!!

sábado, 11 de abril de 2009

sou pai!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

11 de Abril de 2009, às 18.23 nasceu o Diogo com 3.330 gramas!!!!!!!!!
Nos próximos dias prometo fotos e as primeiras palavras...
ESTOU EM ZEN!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

jornais para limpar a peida...

Estava aqui a correr por blogs amigos e deparei com algo inacreditável mas obviamente óbvio, perdoem-me a redundância.
Como será possível, após o brilharete do Porto em Manchester, a imprensa desportiva dar destaque a isto que vocês podem ver aqui abaixo ? (...)

Compreendo a indignação dos adeptos/simpatizantes do FCP mas só isto lhes dará mais força para continuarem a ser das poucas (senão a única) instituições a mostrarem lá fora que neste país alguma coisa boa se faz.
Uma imprensa de merda é o que classifico. Infelizmente o Mantorras não marcou nenhum golo no treino do Seixal pois assim  até era menino para comprar a edição em papel do dito diário desportivo e emoldurar para me rir quando tivesse necessidade.
Realmente...isto faz-me pensar! Mas que jornalismo é este?
Parabéns ao Porto - cidade e clube - pela demonstração de seriedade, profissionalismo e mística em campo, quando muitos o quiseram abafar...
Odeio o Jesualdo Ferreira desde as suas bocas ao centralismo de Lisboa, aquando de uma entrevista a este mesmo diário desportivo (um homem que vivia ao lado dos meus pais e que sempre trabalhou em Lisboa e que foi muito deselegante).
Mas reconheço a superioridade portista cá dentro e lá fora, fruto dessa mística da bela e única cidade do Porto.
Como desejo tudo de melhor para o meu Goguinho, desejo que seja adepto do FCP!!!!  :) 

segunda-feira, 6 de abril de 2009

ele está aí à porta!!!


F...-se!!!
Ainda há uns meses atrás não me imaginava neste estado...até que a Alex me mostrou o resultado de um teste de gravidez que, só por acaso, tinha dado positivo. Na altura a minha reacção foi dúbia: se por um lado rejubilava de alegria pois tinha cumprido o desígnio da Humanidade, por outro entrei em profunda tensão. Penso que muitos passaram pela mesma reacção.
Eu gostava de continuar a sentir-me adolescente por mais uns tempos mas o destino reservou-me isto
Nunca disse que o meu sonho era ser pai e nunca fui muito dado a crianças. Aliás, tenho medo de pegar um bebé ao colo. É a mesma reacção como se pusessem uma tarântula em cima dos vossos ombros... (que comparação...)
Penso que ser pai (e mãe) hoje em dia é uma atitude de coragem. Felizmente temos hoje em dia um país que, apesar de 99% do que aqui se passa ser ridículo, nos permite escolher ser ou não ser pais. Sem querer sacudir a água do capote, esperei que a Alex recuperasse do choque que foi para ela a bombástica novidade. Se eu nunca tinha pensado seriamente nisto, muito pior foi ela: sempre me disse que ser mãe seria para mais tarde. E se fosse...
Ela decidiu. Vamos em frente com isto. Eu estou com ela.
Durante os primeiros três meses, passámos pelo Inferno, como Dante e Beatriz em busca de uma purificação. Náuseas, mal estar, sensibilidade ao extremo, vómitos e toda uma série de batalhas que tivemos de travar. Ela dando o corpo ao manifesto. Eu aguardando pacientemente, procurando reposicionar a minha cabeça e alma.
E lá veio a primeira ecografia.
Posso dizer que, se até ali tudo me ia passando um pouco ao lado, e acreditei até à última que tudo aquilo poderia ser uma disfunção hormonal da Alex (vejam o que é que faz ver tanta ficção científica!!!), toda a minha percepção sobre o mundo mudou. Realmente ver aqueles bracinhos a mexer, as piruetas e saltos e demais reacções ao que a médica suscitava fizeram-me olhar para tudo isto de uma nova, mas feliz, forma. Realmente isto é uma benção. Acredito que ver o puto cá fora vai ser o delírio mas, até agora, este foi o momento mais marcante da minha vida! Mesmo!
Desde aí foi ver aquela pança a crescer. Senti-lo a brincar lá dentro...falar com ele...ter cuidado com aquilo que ouço e digo...
-"É um rapaz!!!"- ouço a Alex do outro lado do telemóvel emprestado por uma aluna minha em plena aula.
Ela estava feliz. Ela queria um rapaz. Eu não mostrava preferências mas voltar a brincar com os carrinhos, jogar à bola, montar os legos e o playmobil...parece-me muito bem!!!
É o Diogo!
E está mesmo aí à porta!!!! 

domingo, 5 de abril de 2009

duas propostas...


Continuando numa da Sétima Arte, duas propostas acabadinhas de ver.
A primeira é uma proposta cultural e politicamente correcta. Polémico e pertinente, o filme "A Onda" ("Die Welle"), de Dennis Gansel, faz-nos reflectir acerca da ciclicidade, ou não, da História.
Um professor de História, numa escola alemã, perante a indiferença e passividade dos seus alunos em relação a temas como Totalitarismo e Autocracia, propõe uma interessante actividade pedagógica: partindo das suas (dos alunos) frustrações face ao mundo actual, o que levaria a Humanidade (circunscrita a uma pequena amostra naquela sala de aula) a tomar e a enquadrar-se num regime totalitário, prescindindo da sua singularidade individual a favor de um enquadramento colectivo a favor da força e unidade de uma Nação?
Interessante filme alemão (!!!)... baseado num caso real ocorrido nos EUA...
Faz-nos pensar no que seria voltarmos a este tipo de vivências. Quando muitos negam a impossibilidade da História ser cíclica, este filme faz-nos pensar de uma outra forma.
Fabuloso e assustador!!!!     


Num outro prisma: um verdadeiro espectáculo de acção!
"Taken" (que em português mereceu a honrosa tradução de "Busca Implacável") , com Liam Neeson, é todo ele um carnaval de acção, sem espinhas e que nos agarra ao sofá desde a o primeiro minuto.
Em hora e meia (o que é raro nos dias de hoje pois cada vez mais os filmes se tornam looooooongas metragens), Neeson veste a pele de um agente reformado que, assistindo via telemóvel ao rapto da sua filha em Paris, enceta uma perseguição sem quartel para a encontrar.
Sem tempos mortos, é acção da boa!!!! E admito o quanto eu gosto deste género de filmes! Assumidamente: acção!!! Sem dramas ou problemas, o filme é excelente como entretenimento. 
E não foi essa a intenção dos irmãos Lumiére? 

bond a perder...faculdades?

Estará o famoso agente secreto 007 a tornar-se menos viril? Será que as próximas sequelas nos irão revelar um James Bond mais ... gay?!?!?
A verdade é que, meus amigos, quando assisto a um filme do 007 costumo cronometrar a 1ª bond girl a cair na canção do bandido e o mais enigmático é que, desde que Daniel Craig (que aquando da sua escolha para herdar a pele do charmoso agente secreto, pensei que ele parecer-se-ia mais com um agente do antigo KGB do que um agente do MI 6 ou dos Serviços Secretos Britânicos) assumiu o papel, as estatísticas relativas à quantidade de bond girls sodomizadas têm decrescido abruptamente. Sinais dos tempos? Bom... Na verdade, apenas quando o filme"Quantum of Solace" dobra a primeira hora, Bond envolve-se finalmente com uma mulher fatal/boazinha/agente tripla...
Já com Casino Royale, Bond apaixona-se seriamente e é essa paixão por Vesper, interrompida/frustrada pelo seu suicídio em Veneza, que estabelece o fio condutor para este mais recente filme.
Bond menos dado a sexismos? Bond com sentimentos declarados? 
Vi este "Quantum of Solace" em dvd. 
Tem todos os elementos que gostamos de ver num filme do 007: porrada, perseguições, vilões excêntricos, charming way of life, cenários de sonho, banhada em catadupa...TUDO!!!!
A grande novidade é mesmo este lado mais sentimental que Daniel Craig assume. Quando estamos à espera daquele momento em que o agente secreto junta mais uma ao seu portefólio, não é que as coisas ficam mesmo por ali?
Infelizmente, já não temos Miss Moneypenny nem o genial Q! Temos a M que se aborrece profundamente por Bond levar à letra a sua licença para matar!!!
Se nos tempos de Sean Connery ou Roger Moore a Guerra Fria (em que o vilão era sempre alguém ligado às esferas secretas soviéticas mais malévolas) era o cenário envolvente das aventuras do 007, temos actualmente um Eco Bond: luta por causas ecológicas e sentencia os vilões numa de "cá se fazem, cá se pagam"!
Outra grande novidade: James Bond afinal sangra!!!!! O homem afinal não é de borracha!!! No fim de contas, se antigamente James Bond ainda tinha fôlego para "anda cá querida qu'eu não te aleijo" logo a seguir a uma perigosa cena de acção, o decréscimo estatístico da virilidade de Bond poderá entender-se facilmente a partir do facto que o homem já leva porrada a rodos e isso origina enorme desgaste. Assim, Bond já quer é sopas e descanso e não festa a seguir à acção em que se envolve.


sábado, 4 de abril de 2009

da confusão...

O Estado de Direito em Portugal encontra-se em perigo. 
A separação dos poderes é o pilar em que todo o regime democrático deve assentar pois garante a não interferência das instituições em campos que não são da sua competência. O agravamento do clima de suspeição em redor do "Mistério Freeport" dá-se a partir do momento em que incidem dúvidas acerca de eventuais pressões por parte de órgãos institucionais sobre o poder judicial. 
Ontem ao assistir ao programa "Quadratura do Círculo" na SIC Notícias, António Costa (presidente da Câmara Municipal de Lisboa e eterno cordeirinho de José Sócrates) defendia-se atacando Pacheco Pereira e Lobo Xavier fazendo recordar, à mesa de debate, que o PM português não foi indiciado ou constituído arguido neste ou em qualquer outro caso de matéria judicial. Pacheco Pereira ataca. Lobo Xavier fica na retranca mas suscita a questão da ética. Revelando um profundo pessimismo em relação ao evoluir do país, o jurista partidário do CDS-PP não vê como é que se poderá aspirar a desenvolvimento social e económico sem que haja uma pacificação ao nível das mesmas instituições; sem que haja um verdadeiro espírito de crença numa justiça que, à luz do verdadeiro espírito da lei, deveria enquadrar todos os cidadãos de igual forma.
Pacheco Pereira, cérebro pensante do PSD, fala da ética: como é possível não existir uma vontade mais afirmada quanto à limpeza das verdades e/ou mentiras que todos os dias vêm para os media; uma ética que sirva de exemplo recordando Ferro Rodrigues que se demite ao ser envolvido no escândalo da Casa Pia. Será que Sócrates deveria fazer o mesmo? Judicialmente e legalmente, não o tem de fazer. Éticamente falando...já o caso muda de figura.

José Sócrates apresentou o seu testa-de-ferro às Europeias.
A escolha incidiu sobre um ex-deputado comunista às Constituintes de 1975, o Dr. Vital Moreira.
Estrategicamente, Sócrates não podia ser mais óbvio. Vendo a esquerda tradicionalista ou radical avançar nas sondagens, Sócrates foi buscar um descontente com o PCP para liderar as fileiras socialistas naquelas que, como alguns analistas falam, são as eleições primárias. O Secretário-Geral do PS joga na ante-câmara. Experimenta e estuda se o isco é mordido piscando  o olho aos comunistas/bloquistas mais centristas trazendo um membro do seu antigo politburo para a vanguarda europeia socialista.
Preocupante este avanço à esquerda, embora nas últimas sondagens o CDS-PP tenha recuperado algum terreno para o PCP. Preocupante pois, em matéria de segurança, será o CDS o único partido a colocar o dedo na ferida face ao sentimento de desconforto, segurança e inconsequência que assola o país. O Ministério da Administração Interna contra-ataca com os típicos números estatísticos.
Para Louçã, o criminoso será uma vítima das injustiças da sociedade que não o acolheu bem, levando esse ser-humano a enveredar no mundo do crime. Para Portas, o crime não deverá compensar. E verdade seja dita: no marasmo de propostas alternativas às políticas do Socratismo, o CDS tem sido demolidor (ao contrário das demagogias esquerdistas ou injúrias sociais-democratas ao PS), resvalando sempre na intransigência da maioria absoluta de Sócrates.

Já afirmei em anterior post que o PS tem as legislativas "no papo". Apenas o interesse destas eleições limitar-se-á a uma renovação da maioria absoluta ou ao desafio de uma maioria relativa. Esta aproximação de Sócrates à esquerda (lançando ideias típicas de ala radical esquerdista, como o casamento entre homossexuais) terá já como previsão um possível cenário que o obrigue a negociar? 
Por outro lado, será que este país, sob uma maioria relativa, torna-se ingovernável de vez?

Por último, uma menção honrosa para Laurinda Alves. O seu Movimento Esperança Portugal revela mais uma vez o bom que a democracia poderia ser. Mais que partidos e interesses, este MEP revela mais um nicho para aqueles que não vislumbram qualquer credibilidade actual nesta democracia representativa. Desde 2006, com Manuel Alegre (na corrida a Belém) e Helena Roseta para o munícipio lisboeta, as alternativas aos gastos partidos tradicionais têm gerado um reavivar do verdadeiro espírito democrático, propondo uma política mais centrada nas pessoas e não tanto nos números ou interesses/compadrios.