terça-feira, 30 de setembro de 2008

esquerda, direita, volver! emigrantes, homossexuais e o computador magalhães

Acabadinho de ler (após tão longo interregno justificado pelo início de mais um ano lectivo) o blog de Pacheco Pereira, reparo que o ilustre social-democrata anda chateado, à séria, com o nosso Primeiro Ministro.
Primeiro, Pacheco Pereira acusa, mais uma vez, Sócrates de ser, ideologicamente, um verdadeiro camaleão por conveniência.
Numa semana marcada pela reentré política (após tão enfadonha pré-época balnear em que o Mercado de transferências pouco ou nada suscitou), Sócrates inaugura a sua campanha rumo a novo mandato acusando a esquerda tradicional e a mais progressista (vulgo, PCP e BE, respectivamente) de estar desenquadrada, em pleno século XXI.
Pacheco Pereira vai mais longe ainda quando cria um monstro (qual Frankenstein da Mary Shelley!) composto por um 50/50 entre Louçã e o dirigente socialista! Ou seja, José Sócrates sem identidade? Ou então Sócrates de identidade duvidosa? Já dizia o filósofo que, curiosamente, tinha o mesmo nome do nosso querido PM, “nem ateniense, nem espartano mas sim um cidadão do mundo”… Ou seja, nem esquerda nem direita…nem muito ao centro pois poderei marrar contra uma árvore…
Questionamo-nos muito hoje acerca da viabilidade em persistir esse dogma da divisão ideologica: terá nexo? O mundo mudou mas ela não voltou pois, na minha opinião…. não é que o barbudo do Marx tinha mesmo razão?? 
A esquerda ideologica, aquela que se põe sempre ao lado dos coitadinhos e oprimidos da sociedade, nasce como consequência óbvia das mudanças na sociedade recém industrializada.
A partir do momento em que, na prática, a sociedade reparou que o seu papel já estava condicionado a partir do momento em que uma máquina faz o trabalho que, anteriormente, dez homens faziam, com isto nascem os movimentos de apoio ao operário da indústria: reclamando direito à dignidade social, protecção e apoio, apontando o dedo aos abusos dos barões detentores do capital; a burguesia. Por outro lado, outros, baseando-se no mérito legítimo e individualista liberal, consideraram que o homem, pelo seu empenho, tem direito a decidir por si sem ter que obedecer a um Estado centralista que deveria manter-se no laisser faire… temendo apenas a Deus!
Está aqui a origem da esquerda e da direita.
Será que ainda hoje tudo o que são políticas sociais progressistas poderão agruprar-se na esquerda? E tudo o que defende a libertação total do indivíduo através do seu mérito individual, de ideias apontadas como conservadoras e dentro da moral e bom costume, está a par com a direita?
Por falar em Marx: o Capitalismo tem destas coisas.
Para haver ricos, Aristóteles (se fosse vivo…) respondia logo que teriam de existir os pobres. Logo (segundo a Lógica Aristotélica e Vulcana de um Mr.Spok) a igualdade social não tem lógica.
Em 1929 foi que foi: crise total do sistema capitalista!
Voltou-se a pedir a intervenção do Estado! Em finais do século XX, o Estado já não tem capacidade para assegurar o seu papel social e regulador…há que dar de volta os mecanismos económicos de auto-regulação… os gestores e administradores privados cada vez ganham mais…os servos cada vez menos… o lucro, esse, é todo ele privado… em tempo de crise, essa, já é pública… Ou seja, a crise financeira provocada pela insolvência dos mecanismos de crédito bancário, em que poucos geraram tanto para si, rebentou pelas costuras. O crédito mal parado atingiu níveis nunca vistos. O capitalismo neo-liberal (o tal que nos anos 80 reclamava a retirada imediata do Estado como regulador da Economia) é o culpado por isto: se pensarmos que o apelo ao consumo, ao despesismo e ao endividamento exponencial geraram toda esta situação apenas na ânsia de gerar cada vez mais; a partir do momento em que a banca já não tem capacidade de usar dinheiro próprio tendo ela mesma de recorrer a capitais estrangeiros…isto está mesmo mal!
Em Portugal, criou-se a ideia de que o Crédito era um terceiro milagre de Fátima: que todo o português tem de ser um senhor terra-tenente, comprando a sua casa e o seu carro…tendo acesso a todo o consumismo…mas esqueceram-se que não dá para tudo! O problema em Portugal é que, para além do Euro ter inflacionado os preços, os salários nunca acompanharam a oferta e o acesso à cada vez maior abundância de bens: o problema é que queremos tudo e esquecemo-nos que isto não estica
E até os bancos estão a sofrer com esta falta de liquidez no crédito! Já se empresta dinheiro que o banco terá de pagar a outrém e, por isso, o dinheiro fica mais caro…Se fica mais caro, os juros sobem e a Taxa Euribor ressente-se…o oprimido tadinho da esquerda progressista é que sofre… e lá aparece o Senhor Trichet na TV a lamentar tudo isto...
A Administração Bush quis financiar uma crise de privados através da injecção de capitais públicos: acham justo? Se os lucros são para poucos, os prejuízos já são para todos…

Mudando de assunto.
O governo PS quer rever o sistema eleitoral para os emigrantes. Pacheco Pereira considera isto como um acto de cobardia da esfera governativa pois a principal alteração tem a ver com a forma como os emigrantes votam: se antigamente o voto por correspondência  tinha valor, tendo em conta as, por vezes, dificuldades ou impossibilidades das pessoas portuguesas no estrangeiro dirigirem-se a uma assembleia de voto (geralmente no Consulado ou Embaixada), Sócrates considera então que o emigrante terá de se dirigir pessoalmente para o exercício do seu dever/direito cívico... 
Se tivermos em conta que, por tradição, a maioria dos votos dos emigrantes são votos que favorecem o PSD...
Na minha análise, tendo em conta muitas vezes se afirmar que o verdadeiro português, que sente o país é aquele que está lá fora, acham que (se for mesmo português à séria) o emigrante vai sair de casa ou privar-se de ir para um centro comercial (num país em que já tem dinheiro)  ao fim de semana para ir, por exemplo, de Nantes a Paris para votar?

Só para terminar a politiquice: a discussão acerca do casamento entre pessoas do mesmo sexo (gays, lésbicas, bichonas, transformistas e todo e qualquer tipo de híbrido). Não está na agenda do PS. O BE suscita a discussão. O PCP apoia-se para fazer barulho! O CDS benze-se com água benta e o PSD considera isso um atentado à moral e aos bons valores da família (instituição fundamental que deve ser preservada). Onde é que está aqui a esquerda ou a direita de Sócrates?
Sinceramente, não me faz qualquer tipo de espécie estes casamentos: que sejam felizes, que cumpram os seus deveres e tenham direito à igualdade perante a Lei! Agora não venham é exigir ao Estado subsídios para operações cirúrgicas para alterar o sexo!
Em relação à adopção de crianças: para além dos caos (mais um!) que em Portugal se tem de viver para dar uma família a uma criança, considero que ainda a sociedade portuguesa não está, mentalmente, preparada para isto: imaginem um miúdo na escola e a professora de Inglês ao perguntar-lhe o nome da mãe, o menino responde "My mother's name is António"!!!!!
 
Por último, uma homenagem. Richard Wright, teclista dos lendários Pink Floyd, faleceu. Se alguma vez teria pensado que ainda iria vê-los em palco (com o Roger Waters, claro), tenho a certeza que, agora, é que essas esperanças se foram...

Ahhhh.... este post não foi escrito num Magalhães!
   


domingo, 7 de setembro de 2008

just

Cheguei a casa há 5 minutos atrás. Na rádio, ouvia esta canção... lembrei-me do quão intrigante e genial era o videoclip...
Só de uma banda tão mágica como esta é... (que já tantas vezes foi mencionada aqui neste meu diário) ... para ver até ao fim (vale a pena)... 


sexta-feira, 5 de setembro de 2008

convite a mr. moore


Não consigo explicar o sentimento com que fiquei após ter assistido a Sicko (o último documentário de Michael Moore, uma das mais famosas pedras no sapato da sociedade americana).
A relutância domina-me sempre que assisto a documentários de origem americana: estamos tão habituados à condimentação technicolor e hollywoodesca que, por vezes, achamos que tudo aquilo poderá ser (mais uma) obra de ficçãoAo longo do filme, fui-me apercebendo de uma série de traços e matrizes que se afinam para, realmente, vermos que, afinal o senhor até tem a sua pertinência. Uma vez mais, Moore desce até aos EUA profundos; o país das contradições sociais; a terra (não das oportunidades) mas de alguns oportunistas.Sem querer deliberadamente entrar numa propaganda pró-democrática, Moore (coincidência ou não) começou a ganhar preponderância a partir do regresso da Casa Branca ao seio do Partido Republicano. Conhecidos são os seus retratos em torno daquilo que ele considera os ovos podres da sociedade americana: a questão da facilidade em adquirir armas e os efeitos que podem advir...(Bowling for Columbine). Em Fahrenheit  9/11Moore apresenta a sua visão de uma possível fraude nas eleições presidenciais de 2000 destacando os lobbies e toda a manhosa teia de interesses que esfregava as mãos nos bastidores da elite política americana . A partir daí, este documentário traça o que os EUA vieram a tornar-se com o trauma do 11 de Setembro que, segundo MooreBush poderia ter evitado...

Mas neste Sicko, Michael Moore consegue o seu melhor trabalho. Não sei se a sua intenção será essa ...mas lá impacto teve e continuará a ter...Depois da indústria do armamento e dos interesses e compadrios petrolíferos, Moore levanta o véu acerca de uma América dominada por interesses milionários no mais sagrado bem que as pessoas (ainda) vão tendo: a Saúde.  E é aqui que começa a minha reflexão: como é que será possível que o país, onde o Wellfare State (Estado Providência) foi ensaiado pela 1ª vez, na década de 30, por Franklin D. Roosevelt em resposta à Grande Depressão, esteja agora a tornar a saúde dos seus cidadãos como objecto de interesses milionários? Moore dá-nos alguns testemunhos concretos. Conhecemos, ao longo do documentário, as histórias macabras de algumas pessoas que, para tratarem uma hipotética doença, tinham de vender a casa, o carro, trabalhar um dia inteiro ou então esperar que a morte os ceifasse pois não tinham capacidade para garantir um seguro de saúde que lhes oferecesse alguma dignidade em situação de doença!O realizador fica escandalizado e põe-nos de boca aberta a partir do momento que visita outras realidades distintas: o Canadá (que ficava bem ali do outro lado do rio), a Inglaterra e a França! Nota realmente que o País das Oportunidades é sem dúvida para alguns oportunistas!  E mais escandaloso é o facto de o Governo compactuar com esses interesses!Neste aspecto, Moore vai um pouco atrás. Tenta um flashback ideológico em que confronta a existência e manutenção de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) com um Serviço Particular de Saúde. Ideologicamente, Moore ridiculariza aqueles que defendem que a intervenção do Estado na definição de um Serviço de Assistência Social (Saúde, Educação, apoio e planeamento familiares) é uma medida que visa asfixiar a liberdade dos médicos em desenvolverem a sua função. Pegando nas ideias da Senadora Clinton, que defendia a criação de um SNS, Moore conta como a ex-Primeira Dama americana foi amplamente crucificada pelos republicanos, que a apelidariam de “Promotora de medidas Socialistas” e “Revitalizadora do espectro comunista”.

Nacionalização do SNS Americano? JAMAIS!

E eis que chegamos onde estamos: uma América dominada pelos interesses das seguradoras, em que um bom profissional é aquele que evita, pelo seu relatório médico, que a seguradora tenha de gastar dinheiro com tratamentos ou operações aos seus segurados. E assim conseguirá ter mais lucros! Ele, a companhia para a qual trabalha e o Governo, que tem sempre uma palavra a dizer na permissão, ou não, de luz verde para tratamentos dos cidadãos.A saúde é um bem de luxo nos Estados Unidos. É esta a imagem com que ficamos após todo este rol de relatos que, aos meus olhos, se tornam absurdos de tão ridículos mas verdadeiros!Após tudo isto, Moore atravessa o oceano Atlântico. Vai a França. Visita a Inglaterra. Depara-se com o outro lado da verdade: vê que realmente os impostos são colectados para servir a comunidade. Mas acima de tudo, ideológica e culturalmente, existe uma cultura de cidadania que respeita esse mesmo conceito: “o meu contributo, através dos Impostos, serve para ajudar os outros assim como, quando eu precisar, sei que serei ajudado”. Esta é a base de cidadania destes países que Moore veio a visitar! Fica abismado ao saber que um médico no hospital nunca recusaria ajudar um paciente só por este não ter dinheiro! Revolta-lhe o facto pois, no seu país, quem não tiver dinheiro, será banido do hospital e abandonado ao Deus dará!Por último, Moore regressa aos EUA. Pega naqueles cujas histórias de vida inspiraram este documentário e, também com o intuito de os ajudar, tenta mostrar que, ali, logo a seguir à Florida no meio das Caraíbas, o tal país terceiro-mundista da ditadura e do fantasma/papão Fidel Castro é, afinal de contas, um exemplo de cidadania e solidariedade. Primeiro, seguindo o espírito irónico que caracteriza Moore, o realizador tenta que os seus doentes/testemunhos sejam atendidos na Base de Guantánamo (prisão de luxo, com todos s cuidados ao nível de assistência médica, que alberga os terroristas que encabeçaram o 11 de Setembro e membros da Al Qaeda). Obviamente goradas as intenções, Moore chega a Havana: mostra a humanidade que está na base do SNS local, revela de que forma os povos (inimigos há 50 anos) cubano e americano se desmarcam das divergências e espectros malignos de cariz ideológico. Descobrem que os mesmos medicamentos que utilizam em solo americano, são praticamente garantidos de forma gratuita pelo Estado Totalitário e Comunista de Repressão Cubano!Realmente, veiculando entre o sarcasmo, a ironia e a compaixão, o meu pensamento sobre este retrato da sociedade americana deixou-me boquiaberto: se é verdade tudo isto, realmente, tendo estado em Paris este ano e tendo falado com gente que lá vive, vim a confirmar, por este SICKO, que tudo aquilo que Moore descobre de diferente em relação ao seu país é verdade! Pergunto-me agora: e por cá? Estará o Estado Providência com os dias contados? Já para ter uma boca saudável, temos de ter condições económicas! Se não tivermos dinheiro ou um bom seguro, arriscamo-nos a morrer à espera de sermos atendidos! Mr. Moore, eu próprio, com 10 anos, era para ser operado ao nariz e à garganta. Estou ainda hoje na fila de espera para essa operação! Não fosse o meu pai ou a minha mãe a pagarem-me uma operação na Clínica S.João de Deus, talvez hoje não tivesse fôlego para escrever estas linhas! Tenho pena que, Mr. Moore, não tivesse aproveitado a sua estadia na Europa para vir até aqui a Portugal: ver quantos hospitais e SAP’s são encerrados e quantos bebés nascem a meio do caminho ou gente que morre por naquele dia o INEM estar atrasado ou enganar-se numa rua pois não sabia que esta estava em obras. Fica o convite...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

terça-feira, 2 de setembro de 2008

1º de setembro

Todos os anos é a mesma lenga-lenga!
Já cansa o dia 1 de Setembro que, anualmente, se caracteriza pelo dia em que tantos são os professores que vão para o desemprego: acaba-se o ano lectivo a 31 de Agosto e abre-se o novo ano a 1 de Setembro. Muitos são aqueles que vêem os seus contratos a chegar ao fim e a ter de enfrentar a amargura de não saber se há ou não colocação para si... em outra escola.. tão longe ou mais perto ou algures por aí. O 1 de Setembro é também um dos dias mais movimentados nas repartições do Instituto do Emprego e Formação Profissional. O subsídio de desemprego é o mecanismo de emergência que, face às adversidades, mais gente acciona.
É triste.
É atroz e é um sentimento para o qual toda a minha humanidade está em conformidade e respeito.
Sou professor. Nunca me veria, há dez anos atrás a sê-lo. Nunca me imaginaria um dia a liderar turmas e a fazer parte do desenvolvimento cognitivo e pessoal de tantos miúdos. Se me perguntarem como é que essa viragem aconteceu, já nem me lembro bem mas terei sido, algumas vezes, aliciado para seguir esta carreira... lá segui...
Mas nessa altura, temos sempre a noção que tudo na vida é fácil e tudo acaba por se resolver. Temos o luxo de viver em casa dos pais e de sermos paitrocinados. Não existem contas para pagar, prestações, filhos para educar e dar de comer. Apenas a nossa vida gira em torno de certas mordomias que nos fazem acreditar que toda a vida será um mar de rosas
Já antes de acabar o curso, sabia que ter colocação no sistema de ensino era uma miragem. E fui em frente
Realmente achei que era uma carreira aliciante. Não em termos de remuneração mas meritória em termos de satisfação pessoal. Estagiei. Enfrentei turmas e quase, por diversas vezes, estive à beira de me viciar em Xanax (passo a publicidade) ou desistir, face a tantos tormentos que vivi nessa altura. Por sorte acabei por ter sempre o apoio de orientadores, colegas e, acima de tudo, gente porreira que me soube acalmar e tornar a fazer-me olhar para o ensino com optimismo. Dei aulas no ensino público durante dois anos. Sempre com horários incompletos que lá davam para o tabaquinho e para ir ao cinema com a namorada
Durante cerca de três anos não fui colocado. Concorri mas nunca obtive sucesso.
Pensei em desistir para sempre... esquecer-me do que era ser professor e ignorar este martírio anual
Mas nunca fui subsidiado. Nunca ninguém me viu numa fila do Centro de Emprego para obter o subsídio. Desconto desde 1997. Trabalho a recibos verdes e pensei sempre em não estar à espera que do céu viesse trabalho. A minha postura foi sempre proactiva: se não dá num sítio, terá de dar noutro. Nunca tive a ânsia de largar a casa dos pais nem a loucura de me aventurar sozinho sem qualquer segurança. Trabalhei em tudo: desde limpar o chão a 3€/hora, a vender t-shirts em festivais de Verão, call-centers a levar broncas de clientes e chefes, a colocar dados em ficheiros a contrato a termo, trabalhos temporários; a carregar guitarras e amplificadores e a aturar bebedeiras de malucos em bares até às tantas!!
Ou seja...
Desenrasquei-me! Nunca ganhei subsídios nem nunca andei a protestar que a culpa de tudo isto é do governo e etc!
Faz-me confusão porque é que não se termina de vez com estes contratos ridículos, colocando de uma vez por todas os professores que fazem falta nas escolas, através de concursos públicos (tal e qual outros empregos) em que aquele que reunir melhor perfil preencherá o lugar. Porque é que todos os anos temos de assistir a esta selecção natural das espécies...a esta lotaria cruel e injusta? Estas manifestações porquê? Para os senhores dos sindicatos terem visibilidade? Apresentarem serviço? Mas será que os professores não têm um bocadinho de bom senso para reparar que não há, infelizmente, lugar para todos.
Meus amigos, ao contar-vos a história da minha vida apenas vos quis mostrar como é que nós podemos sempre dar a volta.
Acredito na bondade e acredito que um dia acharemos o nosso rumo certo. Mas penso que há muita gente neste país que sofre de um vazio em termos de readaptação, reformulação e proactividade. Ficam sempre à espera que o ovo esteja no cu da galinha! Meus amigos, do céu só cai água, meteoritos e merda de pássaro!
Renovem-se! Não caiam no erro de entrar em utopias! Infelizmente a vida é assim cruel mas a vida não acaba no dia 31 de Agosto!
Voltando ao meu exemplo: entrei para os Salesianos quando soube de uma vaga aberta na escola. Não tive cunhas. Fui à entrevista como outros foram. Tive 3 horas de interrogatório com o director e cheguei a pensar que em nada tinha resultado! Mas, felizmente, enganei-me!
Mas mesmo se não desse em nada, nunca iria fazer o escarcéu típico do 1º de Setembro! Por muito que me custasse, procuraria sempre outra coisa...readaptar-me e transformar-me! Esta é a lei da vida, tal como dizia o Lavoisier!   

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

é o maior!

Após (finalmente) ver No country for old men...


....já me faltam palavras para descrever a categoria deste senhor como actor...

marcha contra a porcariedade

Parece que temos novamente a guerra de audiências a aquecer nos três canais portugueses!
A polémica surge a partir do momento em que o canal público adquiriu os direitos de transmissão de jogos de futebol na época que agora principiou. A TVI (detentora dos mesmos direitos nas últimas épocas) fez ressurgir o estigma do dinheiro público mal gerido e, tal qual a criança que inveja a outra por esta comer o gelado, alertou a nação para a eventualidade de gastos de verbas dos contribuintes de forma desmedida. Como apreciador de futebol, agradeço pois a RTP continua a ter, a meu ver, o melhor serviço de informação (desportiva inclusive) e, apesar do aparente desaparecimento do Mestre  Gabriel Alves do futebol televisivo, continua a ser o canal com melhor performance e cobertura do desporto-rei.
Obviamente que a suspeição que a Pimba TV (vulgo, TVI) levantou, teve  seu aproveitamento político: a oposição (se é que ela existe) insurgiu-se instantaneamente a pedir justificações ao Governo e à Administração do canal do Estado!  
Mas na última semana fiquei horrorizado com o Jornal da Noite da SIC quando, em horário nobre, começa a emissão com uma entrevista ao Cristiano Ronaldo. Plena de operação de marketing agressivo, os senhores redactores do canal privado da Estrada da Outurela entram a matar ao anunciar a grande notícia do dia: o jogador português estará em grande entrevista exclusiva a responder às perguntas dos jornalistas para a SIC. Realmente, os estudos de mercado servem para isto: ver realmente os gostos do público-target e absorver a atenção destes para o produto! A entrevista lá foi colocada no ar.
Fiquei em suspenso...
"O que é que o puto-maravilha tem de tão importante para dizer ao país?", pensei eu...
Ok. O menino aleijou-se e anda muito triste pois já não joga a bola há dois meses. Mas em Setembro estará a treinar de novo! 
"Uau!", continuei a pensar, "Já vou dormir mais descansado! O Ronaldo vai voltar a jogar em Setembro!". Resumida a este tema da tristeza de não jogar, a introdução à entrevista resumiu os últimos tempos da vida do madeirense: da tão propalada transferência frustrada do moço para o Real Madrid, aos namoros do astro!
Muito interessante! Ao nível dos interesses deste povo lusitano...

Nessa mesma noite, a SIC estreia essa grande obra de ficção cultural que dá pelo nome de Rebelde Way! A concorrência aos Morangos com Açúcar chega assim, finalmente (estava a ver que não) ao canal 3 da TV em sinal aberto! Um programa construtivo, interessante, didáctico e original! Parabéns, SIC! Sem dúvida, um canal irreverente!


Por fim, como tudo nem é mau, venho falar da RTP2: o tal canal que toda a gente diz gostar mas que ninguém vê! Um canal que prima pela excelência: desde as séries, documentários, programas de informação rigorosos, etc...etc..etc! Um canal verdadeiramente independente!
Felizmente, no meio de tanta porcaria, lá podemos encontrar algo de interessante! Basta reparar na grelha de programação!