sábado, 17 de abril de 2010

um disco fundamental

É um sonho feito realidade.
Um dos mais importantes álbuns dos últimos 25 anos, que me despertou e ainda hoje me influencia, é reeditado numa versão DELUXE carregadinha de extras e demais bombons docinhos. Por várias vezes destaquei-o aqui neste blog, como um daqueles discos que mudaram a minha vida.
Falo do majestoso "Disintegration" dos The Cure que, lançado em Abril de 1989, marcaria o atingir do auge na carreira da mítica banda inglesa. Numa altura em que nos top's abundavam nomes (Technotronic e Milli Vanilli) e canções alinhados com o Italo Pop demasiado volátil e passageiro, poucas eram as bandas que, de uma forma marginal, se desenvolviam em interessantes carreiras produzindo excelentes e eternos registos discográficos.
Em 1989, os Bon Jovi lideravam o que de Rock de Massas se fazia. Apenas os U2, os Pixies e pouco mais marcavam a diferença.
Numa altura de música alegre, os The Cure ediatriam nesse ano um álbum negro, denso, claustrofóbico mas poético e de uma intensidade pura. Não sendo propriamente um disco radiofriendly, Disintegration dar-nos-ia importantes canções eternas como é o caso de Lullaby ou Love Song. E o que dizer de de Pictures of You?
Antítese do formato de canção pop, "Disintegration" era composto por dez temas (versão LP)/doze temas (versão CD e K7) que, em média, durariam cerca de 7-8 minutos cada. Intensas e atmosféricas entradas, feitas de texturas de sintetizadores e melodiosas/calmas frases de guitarra, completadas por uma das melhores secções rítmicas de sempre (Boris Williams e Simon Gallup), Robert Smith deu-nos poesia. Um disco que se opunha tudo e a todas as convenções. Um disco arriscado, após o mega-sucesso de "Kiss me, Kiss me, Kiss me" (o disco de Just like heaven e Why can't i be you?", que ninguém apostaria que tivesse o impacto que teve e ainda hoje continua a inspirar artistas.
Os especialistas/fãs consideraram-no como um regresso a Pornography (1982). Em 2000, Robert Smith considerou que, agora com Bloodflowers, Pornography e Disintegration ganhariam um elo comum.
Mas Disintegration é um álbum à parte. Perto do obscurantismo e romantismo de Pornography, Disintegration está associado ao melhor line-up dos The Cure de sempre (Robert Smith, Simon Gallup, Porl Thompson, Roger O'Donnel e Boris Williams). Com este álbum, Smith e a sua banda cruzaram o mundo, esgotando estádios de futebol (aliás, o primeiro concerto em Alvalade foi nesse ano, em Junho, quando a "Prayer Tour" dos The Cure visitou Portugal).
Um disco eterno e que agora é reeditado. Para além da remasterização que levará o som do disco para uma outra dimensão, esta versão DELUXE trará ainda um cd de extras, com esquissos e demais rascunhos de temas que integraram o álbum e outros que nunca foram editados. Para além disto, um 3º cd, gravado em Wembley em 1989, que engloba os doze temas do álbum mas ao vivo. Ou seja, reedita-se o álbum "Entreat", disco ao vivo editado em 1990, mas agora completo com a totalidade do alinhamento.
Para além disto, um livrinho que mostra textos, fotos e demias documentos da época em que o disco foi lançado, assim como da digressão.
Tudo isto estará disponível a 21 de Maio, 21 anos após a edição original. Um disco obrigatório!

Deixo-vos aqui Plainsong, o tema de abertura de Disintegration. Ouçam e fechem os olhos e as janelas!



1 comentário:

Carlão disse...

Grande album!!! È uma obra-prima, sem dúvida obrigatório!!