quarta-feira, 13 de agosto de 2008

ALLGARVE

Acabei de chegar do Algarve.

 Este ano era para mim primordial apanhar um pouco de sol já que, no ano passado, nem a areia de uma praia senti.

Nunca fui grande apreciador de praia. A praia para mim é algo que se deve consumir em moderação. Tal e qual como tudo aquilo que não faz bem nem mal... Gosto de me estender ao sol tórrido e atirar-me ao mar! Seco-me e depois vou embora. Já chega por aquele dia!

Não estou inscrito em nenhum grupo do Hi5 do género “Adoro Praia” ou “Tenho orgasmos múltiplos só de pensar no Verão”, nem sequer contabilizo, de forma decrescente no meu nick do MSN, os dias para poder ir de férias e entregar-me aos delírios e prazeres estivais!

Adoro o mar (apesar da meia hora na qual tento adaptar-me à temperatura da água antes de mergulhar)! Gosto da sensação de sal quente no corpo!

E por isso fui eu este ano para Portimão...

Mas apesar de tudo o que de bom o Algarve tem para oferecer em termos de património natural, achei que a província mais a Sul de Portugal corre a passos largos para se tornar, decisivamente, uma zona incaracterística. Para além dos gravíssimos problemas ao nível do planeamento da sua zona costeira (aliás, transversais a todo o território português), cada cidade, vila ou localidade algarvia está a perder identidade a favor de uma cultura cada vez mais apontada para o aproveitamento económico dos turistas portugueses e, acima de tudo, estrangeiros que, por esta altura, escolhem aquela região para passar férias.

Desde intermináveis filas de trânsito que fazem lembrar um normal dia lisboeta à hora de ponta, até às pessoas que se estendem nos areais, trazendo para a praia tudo e mais alguma coisa para se sentirem, literalmente, “em casa”, encontramos de tudo um pouco. A própria revolução urbana em que, sob pretexto da melhoria das condições oferecidas aos turistas e dos acessos, vemos prédios e hotéis e mais prédios a surgir (quais fungos!), não obedecendo a quaisquer critérios de bom gosto e nivelamento arquitectónico, levando à decadência das zonas balneares e urbanas algarvias.

Sinto, como é o caso concreto de Albufeira (que tive a infelicidade de lá ir uma noite), que muitas zonas serão, nos restantes meses do ano, enormes zonas fantasma!

Está-se a perder os traços característicos do Algarve: sobrevivem alguns restaurantes para se saborear algumas iguarias regionais mas proliferam os bares irlandeses, inundados de cartazes e ardósias anunciando jogos da Sky Sports e “live music” com um animador irlandês qualquer que, pela noite adentro, lá vai tocando uma modinhas da terra enquanto os restantes clientes (de maioria anglo-saxónica) refrescam as gargantas e a sua pele branca de paterns rosa-carne!

 Sensação que eu tenho é que o turismo algarvio apenas quer segurar os turistas, proporcionando-lhes uma reconstituição da sua terra-natal, juntamente com aquilo que a praia e sol oferecem. Não há uma cultura típica de turismo no Algarve: um modelo, algo único e que, por si, cative turismo. Há apenas a necessidade de albergar toda esta gente, dar-lhes de beber e garantir que amanhã estarão na praia a curar a ressaca!

Para a Sr. Dr. Manuel Pinho: foi brilhante a mudança para ALLGARVE!!Parabéns!

1 comentário:

SRC disse...

eu devo ser a unica tuga que nao vai passar ferias ao algarve!!!
fui ao algarve 2x e achei aquilo caotico!!! para mim a ideia de andar "ao molho", em filas e confusoes, é no minimo insuportavel.
a mim nao me apanham lá! no way dude!