quarta-feira, 13 de agosto de 2008

tanta parra...mas pouca uva

Sou fã do Batman desde míudo. Nunca gostei de super-heróis com super-poderes.Batman é diferente. É um homem, de carne e osso, cuja sua força provém da sua preparação física e intelectual e da sua motivação e fantasmas da infância!

Confesso que versões cinematográficas de personagens da BD causam-me sempre enorme receio...

Penso que, dos últimos filmes baseados em obras de BD, apenas “300” se aproximou do verdadeiro espírito da fantástica obra de Frank Miller e Lynn Harvey! Por seu lado,  Sin City, dirigido por Frank Miller (autor da série de BD com o mesmo nome) desmistificou um pouco a atmosfera noire désir dos quadradinhos, apesar de manter, e muito bem, a beleza do contraste claro/escuro característico da obra.

 V for Vendetta, apesar de simplificar em demasia os comics de Alan Moore e David Loyd, foi agradável de assistir, embora insuficiente, para quem conhece a versão aos quadradinhos!

Decepção foi, mesmo ainda antes de ter lido a BD, um dos piores filmes a que assisti: A Liga dos Cavalheiros Extraordinários! Tenho agora a oportunidade de ler as primeiras 2 séries da Liga, da autoria do grande Alan Moore (argumentista) e Kevin Loyd (desenho). Só posso dizer que é um dos melhores comics alguma vez feitos, repleto de originalidade e glamour. Algo que o filme não passou...

Sei que se prepara uma versão cinematográfica para Watchmen!!! A ver vamos...

Quanto ao tão falado “The Dark Knight”, fui ver...

Não assisti ao primeiro “Batman-The Beggining” talvez pelos sucessivos traumas das anteriores versões cinematográficas do Cavaleiro das Trevas, excluindo apenas o de 1989, realizado por Tim Burton.

Como eu disse, Batman não tem super-poderes. Sente-se pressionado por fantasmas do passado e toda a cruzada da sua vida envereda muitas vezes nessas sinuosidades psicológicas. Algo que o filme não me transmitiu: apenas vemos Bruce Wayne como um excêntrico playboy-metrosexual-bilionário-com-olhar-de-matador mas com tendências filantrópicas!

Nos anos 30, quando surgem os primeiros comics de Batman, Bob Kane admitiu a sua paixão por histórias de vampirismo, o sobrenatural, paisagens e texturas góticas e macabras. Batman surge como resultado dessa paixão mas em jeito de um justiceiro/vingador! Após Bob Kane, vários mestres da BD (Dick Giordanno, Frank Miller, Dick Sprang ou Sal Amendola) desenvolveram e exploraram mais o lado humano do vingador da noite: o que o move, o que o motiva, quais as sensações...

Por outro lado, Bob Kane  preocupou-se em dar um lar a Batman. Gotham City não o é por acaso. A envolvência Gótica da própria cidade transmitia mais profundidade à acção: prédios altos com esculturas e paramentos que fazem lembrar as catedrais dos séculos XIII e XIV...transmitindo uma atmosfera de mistério e densidade negra...

Tudo isto foi esquecido neste filme! Apenas tecnologia e espectaculares cenas de acção, típicas de cinema americano!

Gostei do Comissário Gordon (Gary Oldman) e, claro está, a fantástica personificação de Joker (o malogrado Hether Leadger)! O filme vale pelo humor negro e sarcástico do vilão de sorriso rasgado! Diferente da interpretação de Jack Nicholson no filme de Tim Burton...

De resto, muito pobre: desvirtuamento do sentido que Batman tem para os fãs dos comic-books!

Por fim deixo-vos um dos melhores livros de Batman, relativamente recente (2000) por Grant Morrisson! Façam o favor de ler e depois digam-me!  

N.R que voz era aquela de Batman? Gotham City poluída?

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