segunda-feira, 19 de abril de 2010

bitaites

A catástrofe que assolou a Madeira no passado mês de Fevereiro fez abrir uma janela de oportunidades para José Sócrates.
As relações entre S.Bento e o Funchal deterioraram-se ao longo dos últimos 5 anos sendo a questão das Finanças Regionais o que mais asseverou as mesmas.
O presidente do Governo Regional continua de pedra e cal no meio do Atlântico, coleccionando sucessos eleitorais uns atrás dos outros: no jardim do Atlântico, a rosa não se dá lá muito bem.
Mas estas pragas bíblicas que mais parecem divinas trazem sempre várias interpretações. Sem dúvida a tragédia foi vista pela Europa e pelo mundo como algo insólito (ainda para mais, logo após o que se passou no Haiti) e que gera um enorme sentimento de consternação mas, ao mesmo tempo, de impotência perante a força da Natureza sobre o Homem.
Perante isto, parece-nos que Sócrates, ao prometer auxílio à Madeira, revelou o bom samaritano que em si coabita. Jardim não se fez rogado: já apresentou a S.Bento a factura das despesas e dos prejuízos materiais.
Como é bonito o amor nestes casos! Tão fofinhos andam os dois de mão dada pelas fajãs do Funchal.
Sócrates vê, então, uma boa forma de limpar a imagem de inimigo do povo que era propagandeada por Jardim sobre os seus súbditos.
De tom cândido, Sócrates entra no Funchal tal como Cristo entrou em Jerusalém saudado pelas folhas de palma...

E já que usei tanta metáfora bíblica...algumas questões do foro religioso...

A visita do Papa a Portugal, no próximo mês de Maio, faz-me levantar uma série de questões.
Para além da despesa pública que envolverá a recepção de Sua Santidade, o que mais me preocupa é a questão do rompimento total com o ideal do espírito laico (separação do Estado dos Assuntos Religiosos) que afirma a República.
Escandaliza-me o facto de uma tolerância de ponte dada à Função Pública que, por acaso, é paga com as nossas contribuições como cidadãos.
Preocupa-me o facto do desnorte urbano que será o fetiche de Bento XVI dequerer celebrar missa em plena Praça do Comércio, em Lisboa.
Portugal continua a ser um país de matriz católica. E isso reflecte-se no ADN lusitano. Mas perante estes privilégios, equaciono a visita de outros líderes religiosos...

1 comentário:

Miss Kin disse...

Lá está, é para o resto continuar a trabalhar para pagar a quem não vai trabalhar nesses dias, se fores a ver faz sentido, eles não trabalhando, não ficam os privados sem ordenado, mas o resto sem trabalhar, podem ficar os funcionários públicos sem ordenado... Tá certo! :P

Na Madeira nem falo enjoei...

Voltando ao tema 1º, missa na Praça do Comércio?! Para isso iam ter que acabar as obras e isso era muito complicado!