quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

mensagem de natal e fim-de-ano

Sei que esta é a época das mensagens de amor e fraternidade universal, em que recebemos aquelas SMS's personalizadas e cheias de Luz e Magia de amigos que lá as encontraram (as SMS's) num site qualquer dos respectivos operadores. É engraçado ler estas palavras de amor, amizade e filantropia universal (e sem erros de ortografia) enviadas por pessoas que, na maior parte das vezes, nos enviam SMS's não respeitando as mais básicas regras gramaticais. Saúdo todas elas mas peço para, numa próxima oportunidade, que poupem os cêntimos gastos comigo. Os meus amigos (que eu sei quem são) estão sempre aqui comigo e sei que me desejam tudo de bom: não só no dia de Natal, como nos restantes 364 dias do ano! UM FELIZ NATAL A TODOS ELES!

É esta também a época em que vou a uma pastelaria para comer um palmier ou uma tosta mista e me dizem que não há pois o pão de forma está a ser utilizado para as rabanadas e a massa de pasteleiro para o Tronco de Natal! E depois quero-me sentar e não posso pois as mesas estão ocupadas com intermináveis travessas com sonhos, filhós, azevias, etc...
Feliz Natal para eles também...

A aprovação da lei que possibilita o casamento entre pessoas do mesmo sexo vem comprovar o quão ao contrário este nosso jardim à beira-mar plantado se encontra... Não me oponho a essa medida tipicamente bloquista. Aliás, isto é uma questão de bom senso. Não me chateia minimamente o facto de dois homens (?!?!?) ou duas mulheres (?!?!?!) se assumirem de forma legal, usufruindo de iguais direitos e deveres perante a sociedade. No que toca à adopção de crianças por estas novas personalidades jurídicas, já uma vez mencionei as minhas reticências... Já a aprovação de legislação de este carácter é, acho eu, demasiado progressista e que se esquece em que realidade sociocultural se quer implementar. A adopção de crianças por casais homossexuais é já o transbordar do copo! Não é que vá haver uma nova Maria da Fonte (pois este país só se manifesta quando a Selecção joga ou então quando há Tony Carreira na Bela Vista) mas o mal-estar social seria evidente. Ainda estamos presos a muitos resquícios estadonovistas e ainda nos assumimos como fiéis defensores dos valores da boa moral e cidadania. Penso que em Portugal a mudança é sempre imposta em vez de espelhar uma educação com vista a uma nova abertura da mentalidade. Tal e qual a lei que estabelece a obrigação (lá está o cariz de imposição) de uma quota mínima de mulheres nas listas candidatas a cargos políticos. No fundo, esta lei vem colocar alguma justiça e bom senso na sociedade portuguesa, apesar das minhas reticências.
...
Mas esta nova lei vem estrategicamente desviar a atenção da sociedade portuguesa de problemas muito mais sérios. Um governo enfraquecido perante uma oposição que o limita. Em democracia, é com isto que temos de conviver pois assim a soberania popular o entendeu. Este não é primeiro governo de minoria mas, num quadro social e cultural tipicamente português, este sistema reflecte a confusão e falta de bom senso típicos da sociedade portuguesa. José Sócrates continua numa de Kalimero, responsabilizando a conjuntura mundial pelo retrocesso e decadência do quadro socioeconómico em Portugal. Firme quanto às suas convicções de um Estado interventivo, o líder socialista jurou a pés juntos não aumentar impostos. Mas também não os irá reduzir. E nisto, continuaremos todos (a população activa empregada) a suportar a faraónica despesa em subsídios sociais (desemprego, inserção e tudo o mais). Já disse também que não sou contra o subsídio mas penso que a máquina da administração deveria criar condições firmes para fiscalizar a quem, e em que condições, se atribuem todos estes apoios sociais. Sou favorável a que as pessoas que auferem destes apoios possam muito bem cumprir, até garantirem novo posto de trabalho, funções em prol da sociedade: há tanta burocracia e tanto por desembargar, devido à falta de recursos humanos no aparelho estatal, que poderia ser atenuado com o recurso a estes subsidiários, dando-lhes uma formação extraordinária para o exercício das respectivas funções. Ou seja, rentabilizava-se esta massa de população (cada vez maior), evitando assim estímulos à indolência. Este é o país da fachada! No meio da confusão e desorganização, fazemos um retoque na maquilhagem de forma a que a sociedade crie uma opinião menos negativa em relação à classe dirigente. Um sistema político que não funciona, fazendo-me muitas vezes pensar acerca da necessidade de colocar um ponto final nesta III República. No meio de tanta mensagem de esperança, todos sabemos que o próximo ano não irá ser fácil. Bem pelo contrário... Mas mesmo assim, desejo um Feliz Natal e um ano novo melhor a todos os leitores deste meu pequeno espaço!

3 comentários:

Luis Ferreira disse...

Joao , já aqui postei o link num outro post mas aqui vai o texto de uma "crónica" do jornalista Mario Crespo no JN de 14 de Dezembro :

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

Fonte: Jornal de Notícias de 14.12.2009

Su disse...

Antes de mais - Boas Festas!!! Desculpa pela sms que te mandei, não foi minha intenção incomodar-te com palavras escritas por mim, para o teu nº que é da mesma operadora que o meu e, por isso, não gastei cêntimo algum... era mesmo para te mandar votos de paz e muita saúde neste solstício de Inverno ;)
Quanto ao tema que aqui trazes e bem, permite-me desabafar que a mim o que me assusta mesmo é o facto de, na década 00 do séc. XXI estarmos a discutir a vida privada-sexual-emocional de cada individuo... e assusta porque continua a existir gente que morre com fome, com frio, com doenças como pneumonia, que sobrevive com menos de 80 contos por mês, etc, etc... ainda assim, espero que esteja tudo bem contigo e com a família linda que tens e para todos vocês desejo a continuação de um bom período de festejos destes ritos de passagem!!! Muitos Bjs

Unknown disse...

Um bom ano novo para todos.
Quanto a tua opinião sobre o casamento entre homossexuais concordo em tudo menos na adopção. A mudança é feita de rupturas e se ninguem as fizer, tudo continua na mesma.
Por isso, não vejo problema nenhum em duas pessoas que se amam quererem transmitir os seus valores a uma nova geração... sabemos que existem muitos casais "convencionais" que deveriam ter sido "castrados" logo á nascença para ninguem sofrer nas suas mãos.
Bom, e sobre o nosso País á beira mar plantado...Nada a dizer! Afinal vem aí um mudial de futebol para alegrar o povo e todos já nem se lembram que se deixou de construir hospitais para se fazer estádios de futebol que estão vazios, tal como a mentalidade do português!!!