quarta-feira, 21 de outubro de 2009

a música que podia ter mudado a pop

E lá ouvi finalmente o novo "Let's change the world with music", o novo disco dos Prefab Sprout.
Embora muitos já não se lembrem desta banda, eu continuo a ter um carinho especial por ela.
Este novo disco só é novo pois foi lançado o mês passado. Na realidade este é um trabalho que começou a ser produzido no Outono de 1992 (!!!) e que só agora nos chega às mãos.
Por vezes ouvimos dizer que tal artista tinha uma música, um filme ou um livro que nunca havia sido dado a conhecer. E iguais vezes acabamos por entender o porquê dessa omissão. Lembro-me de, na década de 90, se descobrir gravações perdidas de John Lennon. Com os truques de gravação da altura (já bastante evoluídos) juntaram-se os restantes Beatles para dar forma àquela que seria the ultimate song dos Beatles. Falo de Free as a bird (lançada na altura da série/soundtrack The Beatles' Anthology).

Quando a ouvi, percebi porque é que nem Lennon nem Mcartney a colocaram num alinhamento de um álbum seu, seja em grupo, fosse a solo.
Meramente objectos de culto, por vezes estas pérolas achadas não valem mais do que o mero facto de serem achados. Sem valor prático e que podiam muito bem continuar escondidas do mundo.
O que se passa com este novo trabalho dos Prefab Sprout foge, em sentido contrário, ao que falei.
Paddy McAloon, o genial compositor e cantor da banda inglesa, oferece-nos um autêntico Graal Perdido recheado do melhor Pop que alguma vez foi feito.
De regresso ao meu post acerca da qualidade (ou não) da música Pop, temos aqui a fórmula certa e a excepção que valida a regra.
McAloon deu-nos esta prenda de Natal atrasada em 17 anos e, mesmo o som do disco parecendo datado, leva-me a pensar "Este gajo...como é que consegue arranjar esta inspiração?".
Assinado como Prefab Sprout, o disco é na realidade composto, tocado e produzido na íntegra por Paddy McAloon. Mas a essência está lá toda. Aquele charme, que sempre ilustrou esta banda, e a voz permanecem intactaos(embora, fisicamente, McAloon parece actualmente que tem uns 80 anos).
Gravado em 1992, este seria o sucessor lógico de um outro grandioso trabalho, Jordan: The Comeback (1990) mas que acabou por ficar na gaveta de um estúdio em Newcastle...esquecido.
Liricamente, McAloon tem dos seus melhores trabalhos: as derivações metafóricas à volta da Espiritualidade da Música revelam o quanto este homem gosta daquilo que faz. Transcendência através da música, nas palavras de McAloon (texto presente no inlay do disco).
Imagino isto tocado pela banda. É o único senão do disco. Foi completamente gravado com sintetizadores da altura o que lhe confere uma certa datação...
Mas quando temos canções como estas...nada mais importa!
Destaco Let there be music e Ride.
Recomendo vivamente para quem gosta de POP.
Eu rendi-me.

1 comentário:

Anónimo disse...

Hot dog! Jumping Frog! Vou espreitar ;)