quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

NÃO SEI SE É PARA RIR OU PARA CHORAR

Este é o país que temos e, se realmente não fizermos nada, é o que continuaremos a ter:



quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

CHHH....CHHH....CHHH....CHHHH...CHHHANGES!!!!

Realmente os (poucos, assim penso) leitores deste blog devem já estar fartos de lerem os meus comentários acerca do estado do país.
Apesar de tudo, a nossa cena política nacional suscita-me enorme interesse. Confesso que sou daqueles pouquinhos que preferem um debate parlamentar a um jogo de futebol pela televisão.
Ok, chamem-me masoquista ou o que quiserem mas confesso esta minha tara. Não é fetiche nem passatempo! É na verdade preocupação e consciência!
Num dia marcado pela remodelação do actual executivo governamental, várias questões inundaram a minha consciência.
O que interessa aqui averiguar, lançando já pistas para o futuro, não é propriamente quem irá suceder a Correia de Campos e Isabel Pires de Lima, nas pastas da Saúde e da Cultura, respectivamente, mas sim se haverá, ou não, uma mudança no eixo condutor deste governo em que, para o qual, eu votei em 2005!
Os media tentaram averiguar realmente, tentando retirar do debate quinzenal realizado hoje em S.Bento, alguma verdade escondida chegando apenas à conclusão que a nova ministra da Saúde (e há que referir que é sempre positivo que S. Bento deixe o seu predominante carácter de androceu crónico) está comprometida com um caso de justiça.
Curiosa e estranha esta idoneidade para exercer cargos que, em primeira instância, deveriam mostrar e dar o exemplo aos súbditos da Nação.
Mas não.
A meu ver, e acho que pouca gente discordará ou pensará o contrário, Sócrates, fiel à sua doutrina de “esquerda duvidosa”, continuará o que tem estabelecido: uma manipulação ofusca de compromissos assumidos com o eleitorado sob pretexto do rumo certo para um país melhor…
Defendendo as suas “tropas”, mesmo sob o espectro de sucessivas derrotas no campo de batalha e constantes bloqueios e guerrilhas, Sócrates demonstra um espírito paternalista e, sem dúvida, não remete a batata quente para o lado ou para trás. Muito pelo contrário, Sócrates deixa a batata fritar ou assar nas mãos de quem a descascou e, por manobras palacianas, lá vai fazendo o seu jogo de líder intocável, resolvendo dissidências e frustrações no seu bunker isolado.
Correia de Campos não é um político completo: não é, nem será. A sua visão e a sua política nunca chegou ao entendimento do eleitorado por mera falta de retórica ou dom de comunicar para as massas. Admitiu que nunca usufruiu de um sofismo pré-socrático que, por meros doces colocados na boca de quem protesta com azedume, lhe garantisse um pouco mais de popularidade.

É necessário a mudança!
Mas a mudança não é um partido suceder, historicamente, a outro: a mudança tem de vir de quem confiou e conferiu o poder legítimo para governar. Se o PS for derrotado não vejo na actual oposição uma alternativa credível. A Democracia portuguesa está a tornar-se vazia, inócua e, tristemente, já poucos se importam, preferindo, à boa maneira nacional, dizer “Eles que se entendam, desde que não me chateiem”.
Meus amigos, existe um trunfo que, se a maioria do eleitorado o fizesse, talvez as coisas começassem a mudar: o voto em branco!!! Votar em branco tem tanta validade como votar num partido ou candidato!!! Era muito bom que, nas próximas eleições legislativas, o voto em branco ganhasse uma maioria, mesmo relativa, sob os partidos.
Seria o melhor cartão amarelo dado a estes senhores que, há 30 anos, nos prometeram mundos e fundos e parece que estamos a voltar aos papagaios da 1ª República. A todos os que lerem este blog, tentem passar a mensagem: VOTO EM BRANCO!!! NÃO SE ABSTENHAM DE IR VOTAR!!!! Vamos realmente mostrar a estes senhores que já não fazem sentido e que já esgotaram o discurso!!!!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

2008!!!!! 2008!!! 2008!!!!...e tudo o vento mudou... (???)

Custou mas foi!
Obrigado a todos os que, na votação/inquérito/sondagem, pediram para que o blog continuasse e exultaram a uma maior actualização.
Se não me engano, este será o primeiro post de 2008.
E nestes primeiros quinze dias tantos são os assuntos que merecem alguma reflexão.
Comecemos então (e também para fazer um link com o último post publicado ainda no ano passado) pelo tão falado mas, igualmente, desconhecido Tratado de Lisboa.
O ex libris do proselitismo socrático, a nível europeu, realmente conseguiu o objectivo pretendido. Lá se juntaram as comadres nos Jerónimos e, numa espécie de secretismo iniciático disfarçado pela pompa e circunstância adoptada a partir de uma acção propagandística por Lisboa inteira fazendo honras ao plenário, lá finalmente se colocou o preto no branco.

Os profetas da desgraça ( e neste caso, os velhos do Restelo) fizeram-se ouvir: referendo sim ou não?Sim, claro!” pois se tivesse sido feita a consulta por referendo teria sido “Não ao referendo!” pois a democracia representativa parlamentar tem legitimidade e competência para isso!
Recordo Jerónimo de Sousa que, aquando da realização do referendo ao Aborto, defendeu que o Parlamento (aproveitando-se da maioria absoluta rosa sentada no hemiciclo de S.Bento) tem soberania para decidir o sim ou não. Mas agora, face ao problema deste novo tratado, já a sua opinião diverge: o povo tem de ser ouvido!
Ora bem, Sócrates tinha prometido um referendo na campanha das legislativas de 2005. Mas lá veio agora lembrar que afinal o referendo seria para ratificar o, na altura, Tratado Constitucional Europeu mas que agora é um novo tratado, logo não faz sentido! Segundo as suas palavras, "Portugal não deverá ficar conhecido na História por ser o responsável de um eventual chumbo ao projecto europeu".
Não se preocupe, sr.Engenheiro de Obras Mal Feitas, que ficaremos conhecidos na História pelos Grandes Descobridores no século XV mas também por sermos o país mais pobre e desorganizado da Europa dos 27!!!!
Em vulgata, imaginem um amigo que vos convida para beber e pagar uma Coca-Cola mas, chegando ao café, só há Pepsi. No fim, ao esperar que o amigo se chegasse à frente com o prometido, ele afirma que não sendo uma Coca-Cola mas sim Pepsi, já não tem de pagar!!!
E lá se safou o nosso Primeiro-Ministro de uma possível nova derrota nos seus intuitos (seus e dos demais líderes) europeus! Mas porque é que Sócrates não disse isto antes? Só agora é que reparou que são dois tratados diferentes?
Mas a pergunta que eu deixo é apenas esta: mas alguém conhece o conteúdo do dito documento?
Alguém já veio explicar, objectivamente, o carácter do Tratado?
Penso que não temos competência para julgar ou decidir acerca de um documento de índole jurídica, ainda para mais desconhecendo o seu miolo!
Mas penso que a posição antagónica à ratificação do Tratado no parlamento, adoptada pelos partidos à esquerda e ao centro, revelam um certo nível de oportunismo político! A velha estratégia da parada/resposta…politiquice pura!!
Mas uma coisa é certa: o tão criticado e anti-democrata Hugo Chávez lá consultou o povo venezuelano para lhe perguntar se concordava com uma alteração à Constituição (a tal que possibilitaria a reeleição do presidente ad infinitum). O povo disse não e o magistrado (até ver) respeitou a vontade soberana do povo.

Continuando nas politiquices: o caso BCP.
Um banco privado em que os escândalos se sucederam nos últimos tempos (a dívida de milhões de euros do petiz de Jardim Gonçalves) teve uma alta cobertura mediática. A procura por áreas de influência partidária no topo da hierarquia da instituição tornou-se, a meu ver, numa disputa vergonhosa, comprovando a (há muito falada) existência de loobies interesseiros no seio das grandes empresas! Lá Santos Ferreira (ex administrador da CGD) venceu. Nos argumentos governamentais está o currículo, o mérito e a confiança como garantias. A lista laranja de Miguel Cadilhe (ex-ministro das Finanças na era cavaquista) saiu estrondosamente derrotada!!

Em relação à decisão do novo Aeroporto Internacional do Deserto de Ideias que é Portugal ser construído na margem sul, lá Sócrates fez um volte-face estratégico para inaugurar o último ano e meio de governo antes de ir às urnas.
O LNEC confirmou Alcochete como solução mais rentável e as vozes da discórdias já ecoam! Mesmo dentro do Partido Socialista, a ala mais conservadora/histórica (Almeida Santos e Mário Soares) já se fazem ouvir, aliados aos interesses da periferia municipalista em redor da Ota. Decidam-se rápido para, de uma maneira mais rápida, podermos fugir de Portugal o mais rapidamente possível…

Por último:
Na semana passada, soube-se que, em 2010, o Estado português terá de começar a pagar cerca de mil milhões de euros respeitantes aos famosos submarinos comprados aquando da tutela de Paulo Portas na pasta da Defesa. Já se prevê um agravamento no défice…e quem é que vai pagar, quem é, quem é?...