domingo, 27 de julho de 2008

paulo portas em grande

Esta semana Paulo Portas tem-me surpreendido pela positiva.

Tendo nos últimos tempos surgido notícias e relatos de um Portugal doente ao nível social e cultural, Paulo Portas veio para o espaço público levantar questões pelas quais eu comungo de idêntica opinião. E nãoo devo ser o único.

Em primeiro lugar, e em relação aos tristes acontecimentos que tiveram lugar na Quinta da Fonte, em Loures, o líder democrata-cristão mostrou-se ávido ao atacar muitas das demagogias que assolam o verdadeiro Estado de Direito e Democracia. Contrariando um PCP, que continua a colocar-se exclusivamente do lado daqueles que considera os coitadinhos do costume numa estratégia tradicionalista do bota-abaixo, Paulo Portas, de forma peremptória, afirmou que quem não deve não teme, ou seja, defendeu a urgente colocação de sistemas de vigilância nas zonas consideradas passíveis de tumultos mais complicados. Obviamente que, a esta medida, surge sempre a demagogia dos defensores dos direitos humanos, que acusam, para o caso da entrada em vigor desta medida, de graves atentados ao direito fundamental à privacidade. Ora bem, parece que são aqueles que prevaricam têm direitos. Os outros que pagam impostos, que têm de pagar uma casa uma vida inteira, e andam segundo o que lei determina, só podem ter deveres: deveres de contribuir para estas ridículas políticas sociais e de viver na iminência de ser assaltado ou mesmo assassinado. Ou seja, a Lei apenas protege o bandido e cada vez mais alega-se que, afinal de contas, o crime compensa e muito.

Eu aprofundo ainda mais: considero que todas as ruas devem ter sistemas de vigilância. Quem não deve não teme e todos nós temos direito a sentirmo-nos seguros, assim como muita gente tem direito de andar aos tiros, a traficar armas e droga e a não pagar rendas irrisórias por habitação social, financiada a partir daqueles que têm o dever de contribuir com os seus impostos para aqueles que têm o direito à habitação.

Mas que justiçaa social é esta?

Em segundo lugar, Paulo Portas questionou a Autoridade para a Concorrência do Com��rcio de Combust��veis e a sua actua����o. Em semana de descida do pre��o do barril do petr��leo/crude, como ser�� poss��vel os pre��os nas principais petrol��feras n��o apresentarem altera����es equivalentes ao fen��meno inverso?

Por ��ltimo, j�� este fim de semana, Paulo Portas defendeu a revis��o dos Rendimentos Sociais Garantidos: uma das grandes obras do Eng�� Guterres!

Segundo Portas, este rendimento social �� meio caminho andado para o convite �� indol��ncia: um rendimento pago por um pa��s que se esfor��a, que luta no duro para conseguir as suas coisas e pagar as suas contas e, ainda por cima, sustentar gente que poderia, e muito bem, estar a trabalhar. Gente que continua a p��r crian��as no mundo apenas para ver garantidas mais umas centenas de euros por m��s. Gente que, muitas vezes, recusa trabalhar, vivendo ��s custas de outros. Mas se quisermos aprofundar mais, encontraremos raz��es que nos levam a crer que muito do mal estar que diariamente se pinta neste pais deve-se a muitos contratos de trabalho falsos (gente que se despede e, n��o tendo subs��dio de desemprego, tenta de alguma forma arranjar contratos falsos de trabalho para terem direito esse subs��dio), a uma falta de adapta����o aos novos tempos em que assistimos a toda gente a querer ser (e parecer) burgeois! Por isso, o dirigente centrista quer realmente trazer �� claridade os termos da atribui����o destes rendimentos garantidos. Justi��a social para uns. Injusti��a social para os outros.

Em jeito de conclus��o, devo dizer que Paulo Portas pouco significa para mim. Apesar de a ideologia centrista ter tra��os caracter��sticos com os quais eu me identifico, penso que a Hist��ria um dia ter�� que julgar este senhor. Ou seja, revelar se muito do que se diz e se afirma por ai �� ou n��o verdade. Mas neste caso, Portas est�� de parab��ns pelo modo como levantou estas quest��es a que muitos respondem com demagogia barata.

Muitas vezes estive sem trabalho. Desconto para impostos e Seguran��a Social desde h�� cerca de 10 anos. Nunca me dirigi ao centro de emprego nem �� seguran��a social a reclamar subs��dios para isto ou para aquilo, mesmo sabendo que seria um direito garantido. Sempre me esforcei para tentar dar a volta �� situa����o, de forma por vezes ingrata, mas honrosa, sem dever alguma coisa a algu��m... o trabalho engrandece!

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