sexta-feira, 4 de julho de 2008

4th of july

Faz hoje 232 anos que treze colónias inglesas na América do Norte declararam a sua independência em relação à metrópole, Inglaterra. Não foi fácil pois só em 1783 a Inglaterra reconheceria as colónias como soberanas. Pelo meio, uma guerra civil (do ponto de vista britânico), ou uma guerra pela libertação (do ponto de vista colono), manchou de sangue toda a costa leste das então 13 colónias. Apenas um auxílio francês permitiu aos exércitos continentais de George Washington e aos patuléus (milícias armadas populares) inverter aquilo que se afigurava como uma derrota e frustração face aos intuitos das colónias.
Com o reconhecimento de uma República Federal (em que cada Estado/Colónia deverá representar-se, salvaguardando as suas autonomias), os Estados Unidos da América nasciam.
A Constituição de 1789, que ainda vigora, marcaria essa união esfarrapada de Estados que, não estando em total concordância entre si desde o início, formariam a imensa nação americana: a questão da representação política e dos modos e poderes de decisão; a questão das penas capitais e permissividade quanto ao livre uso de arma de fogo; as querelas pelo sim ou não ao esclavagismo; a errónea ideia da Terra Prometida e de Todos os Sonhos e das diferenças entre as várias colónias/estados...
Uma América que foi fundada por todos aqueles que, por um lado, procuravam do outro lado do mar a oportunidade que a já então velha Europa não lhes reservara, e por outro, todos aqueles que eram indesejados, perseguidos pelas crenças religiosas, intelectuais ou espirituais. América não só de uma cor mas sim de vários ritos e credos. Este é o neo-americano que se juntaria ao pele vermelha (esse sim o verdadeiro americano) para conviver...
A América; símbolo de Liberdade que nasceu de uma guerra inter-continental; que se envolveria novamente noutra sangrenta guerra pelos interesses económicos onde a insuficiência das concórdias, ao tempo dos Pais Fundadores, revelou logo as diferenças capitais entre os diversos Estados. Uma América das oportunidades; do pensamento iluminista que inspiraria França e demais Nações na Europa; do mérito pessoal e símbolo do direito natural com que cada indivíduo nasce!

Mas como vemos, estas debilidades desde há 232 anos que ainda fazem correr tinta: presidente preto ou mulher presidente ou presidente que tenha no seu currículo o disparo de metralhadoras nos Vietnames deste mundo por aí espalhados? Ou República Federal dos Interesses Particulares, como muita gente acusou os resultados do Liberalismo Político que servia a libertinagem económica?
Passados estes anos, e tendo já visitado Nova Iorque, vemos que esta América ainda discute os trâmites onde se rege…ainda não alcançou a sua independência…independência moral… muito ainda lhe falta para complementar a ausência de uma História que lhe dê as raízes e a ajude a integrar-se, não pelo poder que lhe foi conferido logo a seguir à Segunda Guerra Mundial e após o colapso soviético, no mundo como superpotência
no campo do verdadeiro exemplo das bases em que foi fundada!
A reflectir…

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