segunda-feira, 9 de junho de 2008

pão e circo...para a multidão

Roma foi durante 1000 anos sinónimo de esplendor; utopia e força.Sobre os vaticínios da Lenda da Loba Etrusca se moldaram os traços fundamentais do espírito romano. E sob os seus alicerces materiais, jurídicos e culturais a Europa vindoura ganhou carisma.

Epopeias à parte; deboche à sorte!

A crise do século III trouxe aquilo que mais se temia mas que ninguém queria ver: os vícios, a corrupção, os golpes palacianos e no Senado; o templo de Janus sempre de portas abertas...não havia liderança nem o Imperador era já o Divino Augusto que o foi no tempo dos Júlios-Cláudios! Roma partiu para longe...para Bizâncio...fugiu ao caos...procurou melhores ventos mais a Oriente, quando a Ocidente nada de novo havia!
Mas o romano, plebeu ou patrício, agarrado a uma condição social ancestral, cultivava a sua linhagem (digna ou não) ligada às setes colinas do Capitólio!
Roma não era mais a Roma dos Deuses para tudo o que desse e viesse...Roma é, desde Constantino e Teodósio, a Roma não mais das catacumbas cristãs! À margem da certeza (outrora inabalável) da diferença social, os escravos já não o eram…
Roma é, a partir do século III, a Roma formada a partir do limes...das conquistas que nunca o chegariam a ser...das legiões corruptas e rotativas em termos de fidelidade...
A isto, a cidade ignorou: fechou-se em copas; o Imperador queria fazer esquecer os problemas da falta de trigo, da instabilidade e da queda de inúmeras fronteiras. Ao povo era-lhe proposto esquecer tudo isto através da diversão: desde que haja pão e circo, o povo está com Roma...e Roma é o Imperador...

Assim ele pensava !
Fome, revoltas, instabilidade e incertezas quanto ao futuro: nada interessa enquanto houver gladiadores na arena! Enquanto o trigo e o lugar na cávea chegarem para o deleite das multidões...




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