domingo, 18 de agosto de 2013

televisionices

O memorando de entendimento assinado pelos partidos do arco do poder com as três instituições internacionais tornou-se, em cerca de um ano, numa espécie de lei divina irrevogável.
Foram diversas as vezes em que me pronunciei sobre a inevitabilidade daquilo que estamos neste momento a passar: desemprego, recessão, rutura da coesão social e um profundo desânimo coletivo. Não há dia em que não nos interrogamos acerca da eficácia, a médio/longo prazo, de tudo isto que nos é imposto. Reforço ainda a ideia de que o pior ainda não veio e nós, os portugueses, ainda não tomámos plena noção do que se passa.

Gastámos durante anos a fio aquilo que não tínhamos (ou o que nos era emprestado); quisemos recuperar, em 25 anos, quase um século de atraso socioeconómico; fomos seduzidos pela ideia do novo-riquismo e, por fim, fizeram-nos acreditar que ser da Europa seria obrigatoriamente sinal de prosperidade.
Concordo com as palavras do primeiro-ministro quando este afirma que vivemos acima daquilo que podemos e andámos anos a desbaratar aquilo que nos parecia dado de bom grado. Uma racional, dolorosa e fria conclusão.

Ontem surgiram os primeiros rumores relativos ao processo de privatização da televisão estatal.
A figura de António Borges vem à baila como o grande estratega para o processo de privatização de uma série de empresas e organismos estatais, em que se inclui a RTP. A ideia é, ao que parece, entregar a televisão estatal a uma entidade privada e subsidiar o serviço público de televisão. O canal 2 será, ao que  parece, desligado.
E assim, após o apagão do sinal analógico em todo o território nacional, em que tantos cidadãos foram obrigados a adquirir o recetor de TDT, um dos quatro canais abertos é extinto. Um outro não se saberá bem ao certo o que será. Para o governo, o segundo canal não é viável. O primeiro custa demasiado.
Ainda hoje não percebo o que significa "serviço público de televisão".





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