terça-feira, 19 de outubro de 2010

há vida para além da europa? (1ª parte)

1ª Parte O Fim da História ou o início da Felicidade?

Desde o século XIX que muitos são aqueles que decretaram a iminência do "Fim da História".
O primeiro pensador a sustentar esta teoria sociológica foi Georg Friedrich Hegel ao apontar que a sociedade capitalista, assente na doutrina do Liberalismo Político e Social, tinha atingido uma fase de plenitude e equilíbrio.
Este optimismo marcou, sem dúvida, todo o século XIX até à 1ª Guerra Mundial.


Mais tarde, já no século XX, e após os tormentos que moveram todo esta centúria, a Queda do Muro de Berlim, em 1989, foi vista como a consecução daquilo que Hegel já tinha anteriormente apontado: a existência de uma só superpotência no mundo conduziria a Humanidade para o tão desejado equilíbrio e estabilidade.

Nos anos 90, o economista político americano de origem japonesa Francis Fukuyama, ao analisar a História desde Platão até Nietzche, defendia que o Mundo Capitalista acabaria por ser determinante na edificação de tão polémica teoria: derrotado o Fascismo, afastada a ameaça comunista, a Humanidade atingiria, então, o corolário da sua nobre existência.
Esta questão tem-me inundado a mente nestes últimos tempos: teremos atingido então o Fim da História? O mundo é hoje um mundo que não tem comparação com qualquer outra época?
Após tantas mudanças, avanços e retrocessos poderemos afirmar que a forma como hoje nós vivemos nunca poderá fazer-nos aspirar a melhorar?

Fukuyama, assim como Hegel (embora em período distinto) defendeu o Capitalismo como o melhor sistema capaz de trazer substanciais melhorias ao progresso humano.
Hoje vivemos em abundância e poucas são as vezes em que olhamos para trás de forma a dar graças pelo que temos: nascemos e vivemos melhor, temos mais e vivemos ainda mais do que há relativamente pouco tempo.

A questão material passou pela cabeça de Fukuyama: a sociedade actual nivela-se pelas posses que aufere determinando essa abundância.
A abundância material é, aos olhos de Fukuyama, motivo de felicidade (não fosse
ele um neoconservadorista assumido).

Portugal
, ao aderir à CEE em 1985, pensava também ter atingido o "Fim da História". Após o processo complicado de transição para uma via democrática moderada, assente numa estratégia revisionista da sua ligação com as ex-colónias, o nosso país via na adesão à Europa o corolário de oito longos séculos de nacionalidade.

Imagem: O vôo de Ícaro

(CONTINUA)

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