terça-feira, 21 de abril de 2009

substance 1987


Perdi há uns tempos este disco.
Consegui recuperar o prejuízo ao comprá-lo no Amazon a um preço irrisório. Causou-me enorme desconforto não o ter à mão durante cerca de dois anos. Mas já o tenho.
"Substance 1987" dos New Order é um disco sublime, embora seja uma compilação. Os puristas afirmam o seu relativo desprezo por compilações por considerá-las muitas vezes insuficientes para conhecer o trabalho de certa banda ou artista. Por outras vezes, as compilações apenas são modos de salvação por parte das editoras fazendo recurso do seu fundo de catálogo.
Mas esta compilação que abarca os singles da banda surgida das cinzas dos Joy Division é magistral, fazendo, na altura da sua edição (1987) o ponto da situação da banda. Realmente, os New Order assumem-se como um exemplo de honestidade artística. Sendo impossível a continuação do anterior projecto dado o desaparecimento trágico de Ian Curtis, os New Order marcam de imediato a sua posição logo na pia baptismal. Recorrendo uma vez mais ao imaginário nazi (Joy Division era o batalhão alemão nazi responsável pelo "apuramento" da raça ariana), o nome "New Order" (nome da doutrina que Hitler queria implantar na Humanidade, após o seu triunfo) marca as pistas para o futuro, após a morte de Curtis. Mais electrónicos, os New Order são hoje revisitados na sua essência. Um espólio marcante que sintetiza a herança musical única dos Joy Division com a electrónica/acid house de Manchester que assolava e soprava para a Europa e Mundo.
Desde "Ceremony" (ainda do tempo de Curtis) a True Faith, "Substance" é um autêntico carrossel da melhor pop electrónica dos anos 80 que ainda hoje soa a fresco. Por entre "Everything's gone green", "Subculture", "Bizarre Love Triangle" ou então "Temptation", toda esta colecção fez na altura um ponto da situação. Ainda hoje é uma bíblia à qual muitas novas banda recorrem, ressuscitando o vigor da banda de Bernard Sumner e Peter Hook (que em 2007 abandonou a banda, suscitando já rumores de um fim da banda). 
Para além destes singles (sim, sim, está lá Blue Monday também), o segundo disco traz-nos todo um apetitoso ménage de peças nunca editadas e que têm todo o sentido. Destaque para o magistral "In a lonely place", exorcizada do mundo tortuoso de Curtis.

2 comentários:

Viagens Lacoste disse...

Se tivesse que escolher 10 albuns para levar para uma ilha deserta o resto da vida este estava seguramente.
1 abraço
Hugo

Luis Ferreira disse...

antes de mais muitos parabéns aos pais pelo dioguito !
new order fez lembrar-me depeche mode... ao contrário do que o single "Wrong" podia indiciar...este ultimo album está muito fraquinho... um grande single para um "pequeno" album.

Ab

Luis Ferreira