terça-feira, 30 de setembro de 2008
esquerda, direita, volver! emigrantes, homossexuais e o computador magalhães
domingo, 7 de setembro de 2008
just
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
convite a mr. moore

Mas neste Sicko, Michael Moore consegue o seu melhor trabalho. Não sei se a sua intenção será essa ...mas lá impacto teve e continuará a ter... Depois da indústria do armamento e dos interesses e compadrios petrolíferos, Moore levanta o véu acerca de uma América dominada por interesses milionários no mais sagrado bem que as pessoas (ainda) vão tendo: a Saúde. E é aqui que começa a minha reflexão: como é que será possível que o país, onde o Wellfare State (Estado Providência) foi ensaiado pela 1ª vez, na década de 30, por Franklin D. Roosevelt em resposta à Grande Depressão, esteja agora a tornar a saúde dos seus cidadãos como objecto de interesses milionários? Moore dá-nos alguns testemunhos concretos. Conhecemos, ao longo do documentário, as histórias macabras de algumas pessoas que, para tratarem uma hipotética doença, tinham de vender a casa, o carro, trabalhar um dia inteiro ou então esperar que a morte os ceifasse pois não tinham capacidade para garantir um seguro de saúde que lhes oferecesse alguma dignidade em situação de doença! O realizador fica escandalizado e põe-nos de boca aberta a partir do momento que visita outras realidades distintas: o Canadá (que ficava bem ali do outro lado do rio), a Inglaterra e a França! Nota realmente que o País das Oportunidades é sem dúvida para alguns oportunistas! E mais escandaloso é o facto de o Governo compactuar com esses interesses! Neste aspecto, Moore vai um pouco atrás. Tenta um flashback ideológico em que confronta a existência e manutenção de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) com um Serviço Particular de Saúde. Ideologicamente, Moore ridiculariza aqueles que defendem que a intervenção do Estado na definição de um Serviço de Assistência Social (Saúde, Educação, apoio e planeamento familiares) é uma medida que visa asfixiar a liberdade dos médicos em desenvolverem a sua função. Pegando nas ideias da Senadora Clinton, que defendia a criação de um SNS, Moore conta como a ex-Primeira Dama americana foi amplamente crucificada pelos republicanos, que a apelidariam de “Promotora de medidas Socialistas” e “Revitalizadora do espectro comunista”.
Nacionalização do SNS Americano? JAMAIS!
E eis que chegamos onde estamos: uma América dominada pelos interesses das seguradoras, em que um bom profissional é aquele que evita, pelo seu relatório médico, que a seguradora tenha de gastar dinheiro com tratamentos ou operações aos seus segurados. E assim conseguirá ter mais lucros! Ele, a companhia para a qual trabalha e o Governo, que tem sempre uma palavra a dizer na permissão, ou não, de luz verde para tratamentos dos cidadãos. A saúde é um bem de luxo nos Estados Unidos. É esta a imagem com que ficamos após todo este rol de relatos que, aos meus olhos, se tornam absurdos de tão ridículos mas verdadeiros! Após tudo isto, Moore atravessa o oceano Atlântico. Vai a França. Visita a Inglaterra. Depara-se com o outro lado da verdade: vê que realmente os impostos são colectados para servir a comunidade. Mas acima de tudo, ideológica e culturalmente, existe uma cultura de cidadania que respeita esse mesmo conceito: “o meu contributo, através dos Impostos, serve para ajudar os outros assim como, quando eu precisar, sei que serei ajudado”. Esta é a base de cidadania destes países que Moore veio a visitar! Fica abismado ao saber que um médico no hospital nunca recusaria ajudar um paciente só por este não ter dinheiro! Revolta-lhe o facto pois, no seu país, quem não tiver dinheiro, será banido do hospital e abandonado ao Deus dará! Por último, Moore regressa aos EUA. Pega naqueles cujas histórias de vida inspiraram este documentário e, também com o intuito de os ajudar, tenta mostrar que, ali, logo a seguir à Florida no meio das Caraíbas, o tal país terceiro-mundista da ditadura e do fantasma/papão Fidel Castro é, afinal de contas, um exemplo de cidadania e solidariedade. Primeiro, seguindo o espírito irónico que caracteriza Moore, o realizador tenta que os seus doentes/testemunhos sejam atendidos na Base de Guantánamo (prisão de luxo, com todos s cuidados ao nível de assistência médica, que alberga os terroristas que encabeçaram o 11 de Setembro e membros da Al Qaeda). Obviamente goradas as intenções, Moore chega a Havana: mostra a humanidade que está na base do SNS local, revela de que forma os povos (inimigos há 50 anos) cubano e americano se desmarcam das divergências e espectros malignos de cariz ideológico. Descobrem que os mesmos medicamentos que utilizam em solo americano, são praticamente garantidos de forma gratuita pelo Estado Totalitário e Comunista de Repressão Cubano! Realmente, veiculando entre o sarcasmo, a ironia e a compaixão, o meu pensamento sobre este retrato da sociedade americana deixou-me boquiaberto: se é verdade tudo isto, realmente, tendo estado em Paris este ano e tendo falado com gente que lá vive, vim a confirmar, por este SICKO, que tudo aquilo que Moore descobre de diferente em relação ao seu país é verdade! Pergunto-me agora: e por cá? Estará o Estado Providência com os dias contados? Já para ter uma boca saudável, temos de ter condições económicas! Se não tivermos dinheiro ou um bom seguro, arriscamo-nos a morrer à espera de sermos atendidos! Mr. Moore, eu próprio, com 10 anos, era para ser operado ao nariz e à garganta. Estou ainda hoje na fila de espera para essa operação! Não fosse o meu pai ou a minha mãe a pagarem-me uma operação na Clínica S.João de Deus, talvez hoje não tivesse fôlego para escrever estas linhas! Tenho pena que, Mr. Moore, não tivesse aproveitado a sua estadia na Europa para vir até aqui a Portugal: ver quantos hospitais e SAP’s são encerrados e quantos bebés nascem a meio do caminho ou gente que morre por naquele dia o INEM estar atrasado ou enganar-se numa rua pois não sabia que esta estava em obras. Fica o convite...
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
terça-feira, 2 de setembro de 2008
1º de setembro
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
é o maior!
marcha contra a porcariedade


