domingo, 18 de maio de 2008

tomada de consciência: o pitróilo

Nunca me assumi como profeta da desgraça.
Assumo-me sim como cuidadoso, em certos aspectos, e louco noutros tantos.
Mas face ao rumo que o mundo está a tomar, não deixo de evidenciar uma profunda preocupação.
Neste caso, já não existe espaço para profecias pois esta já se confirma aí aos olhos de todos.
E só quem é cego ou insensível poderá ignorar tudo o que se desenrola: como uma bola de neve que arrasta tudo e todos à sua volta sem saber onde irá parar.
Realmente a tecnologia e toda a evolução gerada nos últimos dois séculos está neste momento a apresentar a sua factura: os juros são altíssimos.
Explorámos e bebemos os recursos que, há cerca de 35 anos, julgávamos inesgotáveis.
Com esses recursos, nunca pensámos que a Natureza poderia sofrer ou mostrar-se incapaz de manter a harmonia…
E a civilização humana continua a teimar que pode domar essa Natureza: pois o Homem foi à Lua e qualquer dia vai aos outros sistemas solares; porque o Homem vai ao mais íntimo dos fundos oceânicos e consegue curar, prevenir e adaptar toda a Natureza ao seu modo de ser e lazer.
Realmente, há que alterar tudo…se quisermos continuar a ter um mundo para viver.
Os combustíveis estão a um preço incomportável! Qualquer dia terei de vender o carro ou então encerrá-lo na garagem pois já começo a sentir bastantes dificuldades para o manter. E eu só tenho um. Um carro para dois que leva a que a vida se readaptasse.
Há que alterar tudo: desde os horários de funcionamento de trabalho para que toda a gente não se enfie num caos diário, de forma a poder ter nos transportes públicos uma opção sustentável. Se repartirmos pelas horas do dia os horários, evitando que toda a gente se afunilasse nas estradas ou nos terminais dos transportes públicos, penso que realmente poderíamos atingir os objectivos ecológicos e ambientais que pretendemos. Pouparíamos no combustível e não teríamos a desculpa: “Ah, se eu vou de transportes nunca mais lá chego”.
Depois caberá às empresas de transportes públicos rever as suas redes e horários: para quando um serviço nocturno que evite as pessoas de levarem os seus carros à noite?
Estipular na comunidade da banca uma divisão de horários, terminando com a ditadura do horário de atendimento ao público exclusivo apenas quando o mesmo público está também a trabalhar: manhã, tarde e noite.
Promover uma partilha nas diversas empresas e acabar com o síndrome pequeno-burguês do “sagrado fim-de-semana”. Porque é que o comércio tradicional não abre ao sábado e domingo e folga dois dias por semana? Quem é que tem tempo de ir a uma loja durante a semana?
E que tal podermos actuar civicamente ao presenciarmos na estrada uma “nuvem negra de fumo com um carro lá no meio” denunciando-o às autoridades?
Senão, o que será o mundo daqui a 30 anos… se ainda existir…
Escrevo este post para responder a uma série de powerpoints que, diariamente, chegam à minha caixa de email. Penso que vocês sabem do que eu falo: propostas para movimentos babilónicos de boicote às gasolineiras, etc.
Isto tem de começar cá em casa; na casa e na consciência de cada um. Esta subida galopante do preço dos combustíveis não vai parar. E não vale a pena culpar o Sócrates ou o Teixeira dos Santos pois já nem eles mandam nisto…Sabem o que é a Globalização? Sabem no que é que isso afecta e como é que se processa?

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