sexta-feira, 16 de novembro de 2007

DON'T WALK AWAY...IN SILENCE

Confesso que os filmes biográficos me causam sempre, à partida, uma certa angústia.
Muitas vezes não se consegue retratar (devido à extrema exigência de reconstruir a personagem ou entidade visada) o ambiente da altura que contribui sempre de forma decisiva para o “ser” da personagem sobre a qual o filme gira em torno.
Afirmo também que escrevo isto sem ter lido qualquer crítica ou review de entendidos ou críticos da matéria.
O único factor externo que contribuiu para que eu fosse ver o filme “Control” de Anton Corbjin foi o brilho nos olhos do meu amigo Carlão que quase se emocionou (sem me contar a trama) a descrever-me tudo o que tinha visto.
Sabia há muito da realização deste filme.
Mais docinho aparecia-me no palatium ao saber que o mestre da fotografia Anton Corbjin era o realizador da obra.
Numa época em que muitas das bandas que surgem no panorama musical são claramente unidas por uma influência comum (os Joy Division), era necessário recuperar o significado e as significâncias do legado da meteórica banda britânica.
Não é o primeiro.
Já em 2002, “24 hour Party People” recuperou de uma forma magistral a importância do trabalho do falecido (em 2007) Tony Wilson, fundador da editora Factory e responsável pelo boom musical da chamada Mad Chester . Bandas como Joy Division, Divine Comedy e Happy Mondays devem à visão apocalíptica deste senhor o seu nascimento para o mundo da ruptura de ideias.
Em 2007, surge-nos “Control”.
Realizado por Anton Corbjin, o filme envolve a explicação do mundo interior e a sua materialização no exterior do enigmático Ian Curtis (enfant terrible da banda Joy Division).
Desde a sua tenra juventude (que daí nunca iria passar dado ter falecido aos 23 anos!) ao conflito com a sua doença e traumas e conflitos interiores, levando-o a ver o mundo de uma forma ideal e nunca inteligível às pessoas nele coabitavam.
Voltando à minha angústia por filmes biográficos, esta angústia transformou-se em total rendição ao poder ver recriada toda a trama social e cultural que agiram para que o determinismo da vida de Ian tivesse o fim que teve. Mas esse fim foi apenas o início de um culto que, 27 anos após a sua morte, continuasse a movimentar massas e a criar novos sacerdócios da sua música e poesia.
Não quero aqui contar o filme. As minhas palavras não chegam para o definir.
Tudo é perfeito e afirmo-o com toda a veemência!!!!
A sequência final e o modo com a música dos Joy Division está inserida faz com que esta obra ganhe uma dimensão fora do comum…
Desde o casting em que o actor que representa Ian Curtis nos assusta dadas as suas semelhanças (qual reencarnação!!!) com o cantor da banda, aos restantes membros dos futuros New Order (banda que surgiria das cinzas da fénix de Curtis)!!!! Gostei muito do actor quew representou o baixista Peter Hook (no filme, Hooky).

Os Joy Division, filhos de uma gigantomaquia (David Bowie, Lou Reed e a poesia de Jim Morrison) são uma das minhas bandas favoritas de sempre: pelo seu legado mas acima de tudo pelos filhos varões (New Order) mas também bastardos que criaram e continuam a criar: os Cure são o seu maior exemplo!!!
F-A-B-U-L-O-S-O!!!
PS Não procurem este filme nos cinemas normais. Só está, em Lisboa, a ser exibido no King e no Monumental!!!


Fica aqui um pequeno trailer (let's look at a trailer...) do filme!!!!

E deixo-vos com aquele que é um dos meus temas de eleição dos Joy Division...ATMOSPHERE!!! E que por acaso está muitíssimo bem enquadrado no filme



2 comentários:

Morning_Theft disse...

ADOREI! Grande filme...

Anónimo disse...

não gostei do filme...do conteudo! muito triste, especialmente a relação do bacano com a mulher...é triste!