quinta-feira, 30 de agosto de 2007

CIDADÃO DO MUNDO

A convocatória, feita hoje pelo seleccionador Luiz Filipe Scolari, para os próximos encontros da selecção nacional, está a gerar enorme polémica e controvérsia na sociedade portuguesa.
Tudo devido ao facto do jogador Pepe (ex-FC Porto, actualmente no Real Madrid) ter sido contemplado na chamada do seleccionador.

Pepe, perante a lei portuguesa, é já português como eu e os restantes 9.999.999 portugueses.
Os seus direitos e deveres, como cidadão português, são, igualmente os mesmos que os meus e do resto da massa lusitana, exceptuando-se uma hipotética candidatura à Presidência da República.
Adquire estatuto de dupla-nacionalidade (brasileira e portuguesa) e, assim, poderá circular livremente na Europa (segundo os seus interesses profissionais).

Ora bem, penso que estas atribuições da nacionalidade por secretaria são algo ridículo, passo a expressão. Não aceito que alguém se torne de outra nacionalidade. Isto é mesmo ridículo!
Ser português, brasileiro, americano, inglês ou do Turquemenistão não é algo que se possa adquirir numa loja de conveniência…na verdade, até se pode pois a conveniência está lá toda!!!

Mas como é que será possível alguém,que nasceu numa cultura e no seio de uma identidade, de uma educação específica pode, por truques de secretaria, adquirir outra nacionalidade?
Muitos poderão chamar-me xenófobo por ter este discurso mas já irei comprovar que xenofobia não faz aqui qualquer tipo de sentido…
Pepe veio hoje para os jornais dizer que já sabe cantar o hino nacional.

Parabéns, já sabe mais que muitos portugueses verdadeiros…

Mas agora há que lhe perguntar o seguinte ( a ele e a muitos outros que por aí andam): sente-se mesmo português? Sabe o que é ser português (ou de outra nacionalidade)?
Será que ter uma relação conjugal com uma pessoa portuguesa lhe dará o direito de agregar outra nacionalidade?
Pepe será sempre brasileiro: a sua cultura, as suas raízes e as suas directrizes, por mais que ele não queira, estarão sempre ali!!!!
E agora a pergunta que eu faço é a seguinte: porque é que, então, se hoje em dia podemos ter outra nacionalidade, qual é que é a razão dos países? As pessoas é que fazem os países…
Porque que é que um brasileiro ou um africano, para poder trabalhar legitimamente num país europeu tem, obrigatoriamente, de ser reconhecido como europeu...
Penso que isto é uma humilhação para quem o tem de fazer…se todos os dias ouvimos falar de direitos humanos e tolerância, qual é que é a lógica destas nacionalizações burocráticas? Que mal tem um africano ou sul-americano ser apenas e só da terra que o fez nascer e poder trabalhar honrosamente noutra terra?
Porque não ser cidadãos do mundo e deixarmo-nos destas hipocrisias?

2 comentários:

SRC disse...

so um pequeno á parte, que nada tem a ver com o post...

tu adoptaste uma aranha chamada TONIXA?????????????????????????????

sinto-me enganada... snif snif

Anónimo disse...

No fundo o que o ministro quis dizer foi: pensemos por nós.
Mesmo pensando estar certos de algo, devemo-nos munir de dados, pensar sobre as questões e depois formular uma opinião. A questão dos americanos até poderia parecer, à primeira vista, pertinente, mas no fundo pode ser qustionada!!! O ministro mostrou bons argumentos...
Onde é que foste buscar isto?

Abraço
MAP