sábado, 16 de maio de 2009

em que é que ficamos então?


Não menosprezo a sua imponência e grandeza. Não ignoro a vista que possibilita.
Porém, em que é que ficamos?
Não queremos museus ao Estado Novo e pretendemos apagar da memória das novas gerações os resquícios desse antigo regime, afirmando que tudo o que havia antes de 1974 era mau, cruel e despótico.
Mas por outro lado andamos aqui, passados 35 anos do fim da ditadura, a celebrar as obras de regime que, à luz da ignorância e cegueira de uma população diminuída por dogmas e credos, estipulava o sentido da nação portuguesa...
Agradecer a não entrada de Portugal na 2ª Guerra Mundial? Comemorar a reentrada de Portugal no Catolicismo, após a Concordata de 1940, que faria as pazes entre a Santa Sé e Portugal após o carácter herético da 1ª República?
À luz de um argumento teológico e místico, o regime de Salazar mobilizava e enquadrava as massas no culto à sua personalidade messiânica : Deus terá iluminado o nosso Presidente do Conselho para que este não entrasse na guerra!
Mas se analisarmos bem, Portugal até interferiu na guerra. Mas à socapa...
Ceder a base das Lajes aos Estados Unidos e negociar volfrâmio com os alemães, para estarmos bem com todos.

A cobertura que as televisões (principalmente a RTP) estão a fazer da comemoração do 50º aniversário do Cristo-Rei fazem-me pensar acerca da manutenção do princípio republicano que estabelece a separação entre o Estado e a Igreja.
Em que é que ficamos então?
 

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