Não gosto de falar sobre futebol.
Gosto muito de futebol mas não perco muito tempo com ele.
Ao contrário do que se costuma afirmar, assumo-me como uma pessoa que considera o futebol como um fenómeno anti-social.
Apesar de parecer absurda esta minha ideia, acho que o ser-humano desperta todos os seus males e defeitos quando a conversa entra nos meandros do futebol.
Em vez de se fazer daquilo uma forma de exorcizar maus espíritos, o ser-humano transforma-se ele num hediondo espírito, roçando o ridículo e a falta de racionalidade.
Em alguns posts acerca do tema futebol, publicados anteriormente, referi o facto de, em Portugal, se dar demasiada importância ao mundo da bola.
Neste país, falar de futebol não significa falar do jogo em si mas discutir polémicas, ajuizar este, aquele e aqueloutro, como se cada um de nós fosse o pleno exemplo da virtus, da ética e da moral!
Considero que a rivalidade é positiva mas de uma forma saudável. O que em Portugal (e noutros países) não se assiste.
3 jornais desportivos diários e mais não sei quantos outros, que têm igualmente um suplemento desportivo ,têm de ter mercado. Mais canais televisivos e radiofónicos que, para satisfazer as audiências, colocam o futebol em destaque absoluto!
Em Inglaterra, não encontramos imprensa escrita desportiva...
Tem de haver mercado para tanto futebol. Mas tem obviamente de haver notícias que justifiquem o poder que o futebol tem na nossa tão cultivada sociedade...
E por isso, as notícias têm de ser como as cerejas...
Serve este post para destacar a postura do treinador André Villas-Boas, do FC Porto.
Há umas semanas atrás, no rescaldo do encontro Guimarães-Porto, o jovem treinador dos dragões queixava-se de um lance polémico que poderia ter dado a vitória à sua equipa. Segundo Villas-Boas, o árbitro teria ajuizado mal a jogada.
Mais tarde, um painel de especialistas em arbitragem declarou, de forma unânime, o correcto juízo do árbitro Carlos Xistra.
Obviamente que o escândalo sucede quando Villas-Boas vem a público admitir o seu erro e dar razão ao árbitro. O país desportivo (às vezes custa-me encarar o futebol profissional como um desporto...) chocou-se com tão peregrina atitude de Villas-Boas!
O presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira, no seu tom moralista e dono de uma inteligência de pneu, criticou Villas-Boas chamando-o de "idiota". Este senhor, que se assume como o paladino da verdade e moralidade desportiva, personaliza um discurso de baixo nível, passível de causar ainda piores consequências na rivalidade entre o Porto e o Benfica, que se repercutem muito para além do futebol.
Hoje, em conferência de imprensa, o treinador portista demonstrou uma clareza rara no futebol português: para além da nobre atitude de reconhecer o seu erro, Villas-Boas, quando confrontado com as calúnias de LFV e as ameaças feitas pelo presidente do Benfica de não comparecer no Dragão em caso de ataques à comitiva encarnada, respondeu de forma brilhante e inteligente: quem será mais idiota? Quem reconhece que errou ou quem está constantemente a ameaçar a não-participação numa determinada prova ou não-comparência num determinado jogo? Quem será menos inteligente? Quem reconhece, e não são poucos os que o fazem, ou quem apela à não comparência dos adeptos nos estádios?
Villas-Boas será campeão nacional este ano. E será de uma forma justa e merecida.
O FCP merece ganhar o campeonato pois tem demonstrado ser a melhor equipa. Se os árbitros o beneficiam? E aos outros não fazem o mesmo? Quando muitos não acreditavam, vejam agora o rigor deste jovem. Por vezes, ser experiente não significa ter sucesso. Mas o que me traz aqui é a vontade de honrar a postura positiva de Villas-Boas. Demonstrou que, se quisermos, podemo-nos engrandecer de forma nobre sem perder a tal racionalidade e humanismo. Como ele disse, poucos teriam a ombridade de o fazer. Recordo Ársene Wenger (treinador do Arsenal) que, há uns anos atrás, pediu para que fosse repetido um jogo que havia ganho. Mas, após tanta suspeição e polémica em redor do desafio, pediu à Liga Inglesa para que o jogo fosse repetido para limpar todas as dúvidas.
E ganhou...
E Villas-Boas também já ganhou.
Gosto muito de futebol mas não perco muito tempo com ele.
Ao contrário do que se costuma afirmar, assumo-me como uma pessoa que considera o futebol como um fenómeno anti-social.
Apesar de parecer absurda esta minha ideia, acho que o ser-humano desperta todos os seus males e defeitos quando a conversa entra nos meandros do futebol.
Em vez de se fazer daquilo uma forma de exorcizar maus espíritos, o ser-humano transforma-se ele num hediondo espírito, roçando o ridículo e a falta de racionalidade.
Em alguns posts acerca do tema futebol, publicados anteriormente, referi o facto de, em Portugal, se dar demasiada importância ao mundo da bola.
Neste país, falar de futebol não significa falar do jogo em si mas discutir polémicas, ajuizar este, aquele e aqueloutro, como se cada um de nós fosse o pleno exemplo da virtus, da ética e da moral!
Considero que a rivalidade é positiva mas de uma forma saudável. O que em Portugal (e noutros países) não se assiste.
3 jornais desportivos diários e mais não sei quantos outros, que têm igualmente um suplemento desportivo ,têm de ter mercado. Mais canais televisivos e radiofónicos que, para satisfazer as audiências, colocam o futebol em destaque absoluto!
Em Inglaterra, não encontramos imprensa escrita desportiva...
Tem de haver mercado para tanto futebol. Mas tem obviamente de haver notícias que justifiquem o poder que o futebol tem na nossa tão cultivada sociedade...
E por isso, as notícias têm de ser como as cerejas...
Serve este post para destacar a postura do treinador André Villas-Boas, do FC Porto.
Há umas semanas atrás, no rescaldo do encontro Guimarães-Porto, o jovem treinador dos dragões queixava-se de um lance polémico que poderia ter dado a vitória à sua equipa. Segundo Villas-Boas, o árbitro teria ajuizado mal a jogada.
Mais tarde, um painel de especialistas em arbitragem declarou, de forma unânime, o correcto juízo do árbitro Carlos Xistra.
Obviamente que o escândalo sucede quando Villas-Boas vem a público admitir o seu erro e dar razão ao árbitro. O país desportivo (às vezes custa-me encarar o futebol profissional como um desporto...) chocou-se com tão peregrina atitude de Villas-Boas!
O presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira, no seu tom moralista e dono de uma inteligência de pneu, criticou Villas-Boas chamando-o de "idiota". Este senhor, que se assume como o paladino da verdade e moralidade desportiva, personaliza um discurso de baixo nível, passível de causar ainda piores consequências na rivalidade entre o Porto e o Benfica, que se repercutem muito para além do futebol.
Hoje, em conferência de imprensa, o treinador portista demonstrou uma clareza rara no futebol português: para além da nobre atitude de reconhecer o seu erro, Villas-Boas, quando confrontado com as calúnias de LFV e as ameaças feitas pelo presidente do Benfica de não comparecer no Dragão em caso de ataques à comitiva encarnada, respondeu de forma brilhante e inteligente: quem será mais idiota? Quem reconhece que errou ou quem está constantemente a ameaçar a não-participação numa determinada prova ou não-comparência num determinado jogo? Quem será menos inteligente? Quem reconhece, e não são poucos os que o fazem, ou quem apela à não comparência dos adeptos nos estádios?
Villas-Boas será campeão nacional este ano. E será de uma forma justa e merecida.
O FCP merece ganhar o campeonato pois tem demonstrado ser a melhor equipa. Se os árbitros o beneficiam? E aos outros não fazem o mesmo? Quando muitos não acreditavam, vejam agora o rigor deste jovem. Por vezes, ser experiente não significa ter sucesso. Mas o que me traz aqui é a vontade de honrar a postura positiva de Villas-Boas. Demonstrou que, se quisermos, podemo-nos engrandecer de forma nobre sem perder a tal racionalidade e humanismo. Como ele disse, poucos teriam a ombridade de o fazer. Recordo Ársene Wenger (treinador do Arsenal) que, há uns anos atrás, pediu para que fosse repetido um jogo que havia ganho. Mas, após tanta suspeição e polémica em redor do desafio, pediu à Liga Inglesa para que o jogo fosse repetido para limpar todas as dúvidas.
E ganhou...
E Villas-Boas também já ganhou.
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