terça-feira, 9 de junho de 2009

B de Burros; B de Broncos; B de Benfiquista

Mas será que num universo de tantos milhões de benfiquistas (como se apregoa para aí) não existe ninguém suficientemente credível para assumir uma candidatura viável, séria e honesta à presidência do Benfica?
Hoje vi finalmente os cartazes da candidatura de Bruno Carvalho, empresário do Norte e economista, que assume já a vanguarda de oposição à actual direcção encarnada. Parado no trânsito lisboeta, olhei para o lado e ainda pensei que se tratasse de algum livro ou dvd comemorativo do recente tetra-campeonato ganho pelo FCP. Mas não. Continuei a olhar e, para meu espanto, reparo que se tratava de um cartaz de propaganda ao mesmo senhor candidato, apostando numa lógica de ironia e sarcasmo para com o actual presidente, endossando mesmo os parabéns ao sócio do FCP nº17599 (aka Luis Filipe Vieira) por mais uma série de brilhantes vitórias azuis e brancas.
"Até quando os vamos deixar ganhar?", pergunta Bruno Carvalho. 
Até parece que as vitórias do FCP se devem ao facto de o Benfica andar pelas ruas da amargura em completo desnorte. Ajuda, sim senhor, mas não se poderá retirar qualquer mérito a uma equipa que materializa no campo toda uma irrepreensível estrutura de organização e rigor. 
Há um ano atrás (apesar de não me ter dado ao trabalho em reflectir aqui) falava com amigos meus acerca do que seria hipoteticamente a época 2008-09 do Benfica. Defendi que a solução para o Benfica não estaria na constante mudança de equipas técnicas e plantéis. Tratava-se de, acima de tudo, substituir mentalidades, há muito moribundas no seio do clube, e definir prioridades. Primeiro, havia que traçar um rumo de forma a estabilizar o clube, apostando em jogadores da formação e outros que trouxessem real mais valia para o Benfica, orientados por uma equipa técnica que pudesse sentir tranquilidade no exercício do trabalho para o qual foi contratada. Mesmo que o Benfica deixasse durante uns tempos de se assumir como candidato nas provas em que participava. 

Fui censurado!

Todos na altura disseram: "Epá, agora com o Rui Costa, com o "orelhas" de bico calado e o Quique é que vai ser!"
 Um ano depois, o tempo veio a dar-me razão. O Benfica não melhorou. Muito pelo contrário. Ninguém tem certezas de nada. Apenas uma certeza: o fracasso vai continuar a ser garantido. Se o orelhudo presidente do Benfica apelou à estabilidade, vejam que o que se passou foi exactamente o contrário:  Quique Flores já não serve, metade do plantel já não serve, este mandato já não serve e há que antecipar eleições (mas rápidas para que não haja tempo para se formarem listas de oposição).
O fracasso na próxima época é garantido e FCP e SCP agradecem. Mais um treinador que se vai queimar (e nem o seu nome poderá ser garantia de eventual milagre), mais um camião de jogadores (todos eles apriori craques!) chega ali à 2ª Circular para, daqui  a um ano, toda a gente se querer ver livre deles. E é esta a pescadinha de rabo na boca que define o Benfica dos últimos anos: instabilidade transversal a toda a estrutura do clube, falta de estratégia e falta de lucidez e bom senso dos seus dirigentes (desde empresários frustrados, a advogados criminosos, a bêbados e magnatas dos pneumáticos).

Penso que a culpa de tudo isto reside também, de alguma forma, no protótipo do adepto benfiquista: sonhador, irrealista e incapaz de ver com clareza aquilo que é elementar como a água. Ou seja, o típico adepto benfiquista é burro que nem uma pedra. Continua a ser levado em falinhas mansas e basta chegar mais um virtual craque à Luz para que os ainda três neurónios que restam sejam imediatamente espezinhados pela cegueira da bajolice.

Para terminar, penso que os portistas e sportinguistas (que realmente são adeptos de futebol) quereriam ver um Benfica mais competitivo, que lhes fizesse valer de forma mais saborosa os seus triunfos e dar uma melhor imagem do nosso "tão competitivo" campeonato.  Algo que creio ser raro nos adeptos dos três grandes em Portugal. Não me incluo aí.
 

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