terça-feira, 13 de janeiro de 2009

humor num país que só dá para rir!

A minha passagem do ano foi espectacular! Como eu gosto... longe das pimbalhadas afro-brasileiras e daquelas lindas marchas do "mamãe eu quero" ou então do "Qué bonito ohehoh qué bonito ohehoh", precedidas por aquelas trompetes irritantes, na senda do espectáculo de fogo de atrofício que tanto deleita o bom português...
Passei em casa de um casal amigo, com uma bela jantarada bem regada em que tive o cuidado de, logo antes de tocar à campainha para entrar, passar as chaves do carro para a minha mais que tudo!
Lá fui vendo (a espaços) o programa do Gato Fedorento ao mesmo tempo que praticava um pouco de ténis na Wii (que é muito engraçado e digo-vos mais: não fosse a minha honra para com os valores que defendo neste blog, já teria comprado uma destas consolas), para fazer a digestão e entrar, desta forma, em grande no ano novo!
Longe vão os tempos em que estes senhores me agarravam por completo à SIC Radical: considerava-os geniais, ao ponto de os equiparar com com um John Cleese e os seus Monty Pithons. Adorava o sentido non-sense do seu humor pois este humor era a antítese assumida de não assumir o programa como sendo de humor. Cenas e situações abstractas mas caricatas de tão reais e naturais levaram a que estes quatro rapazes se tornassem referências frescas no mercado televisivo. Adorava a ausência de meios (ou melhor, o limite de meios) ao dispor dos Gato Fedorento obrigando-os assim a uma maior concentração nos seus textos e situações! A partir do momento em que se torna um fenómeno de massas, o Gato Fedorento corrompeu-se com o sucesso!
O seu humor tornou-se banal, ao nível de revista do Parque Mayer - de péssima qualidade - (não obstante o valor das personagens recriadas pelo Ricardo Araújo Pereira-RAP), preferindo a sátira directa, e óbvia, a situações da sociedade portuguesa.
Depois foi todo o bolo que serviria para nos enjoar: campanhas publicitárias massivas, artigos de opinião dos seus membros em jornais e demais fóruns de opinião publicada!
Mas reconheço o valor de RAP & Cª: de bloggers a guionistas de nomes consagrados como Herman José e partilha autoral de sketchs de programas radiofónicos e televisivos,  o Gato Fedorento trouxe um novo ar à comédia portuguesa facilmente nomeada como "inteligente". 
Este programa de fim-de-ano na SIC (e em conjunto com o seu novo formato "Zé Carlos") mostra-nos que o filão parece ter estagnado. Repetição atrás de repetição, os Gatos parecem-me autênticos Gatos Capados,da maneira com que exalam o fedor de algo que já está fora de prazo.
Sem dúvida que Os Contemporâneos destituiram o Gato Fedorento do seu trono: Nuno Markl é genial e para isso basta ler o seu blog "Há vida em Markl"; Bruno Nogueira faz-me rir só de olhar para a sua expressão facial (recomendo o seu "Tubo d'ensaio" na TSF, embora com emissões em que lhe falta total inspiração) e nomes consagrados como Maria Rueff e os outros cujo nome não me recordo. Sem quererem ombrear com o legado do Gato Fedorento, "Os Contemporâneos" valem por si: nota-se ali total dedo engenhoso e satírico de Markl, com total empenho teatral de Bruno Nogueira.
O humor português está de parabéns com este grupo de "observadores da sociedade": na realidade, material de inspiração não lhes falta pois tudo neste país só dá mesmo para rir, tal o nível caricato desta sociedade portuguesa.       


   

4 comentários:

Unknown disse...

Feliz Ano Novo, para começar! Concordo em tudo, desde o ódiozinho de estimação à comemoração imposta desse dia (31/12 para 01/01 de um qualquer novo ano) à destituição dos Gato Fedorento por um novo programa intitulado de "Os Contemporâneos". Permite-me apenas fazer-te uma chamada de atenção: ao falares de qualidade de representação deves referir o nome maior desse programa que é, sem dúvida, o Nuno Lopes - o melhor actor português das últimas gerações. O Bruno Nogueira tem talento, é do contra e isso só por si permite-lhe uma irreverância representativa muito própria e muito interessante. Mas o Nuno Lopes não tem só talento. Esse senhor É actor e faltam Nunos Lopes a representar neste país para ver se se acaba de um vez por todas com esse novo conceito de cinema de produção Breyner com filmes de acção e Soraias Chaves a mostrar as mamas ou se se passa a considerar crime permitir Lilis Caneças a brincar aos teatros e Josés Castelos Brancos a brincar aos Cd's... isso sim é humor, mas do deprimente. Bjs

JPD disse...

Fala quem sabe...não há dúvida! Apenas não falei do Nuno Lopes pois não me lebrei do nome dele...Mas o Nogueira, epá, tecnicamente ou não, faz-me rir à grande...não sei se é a vozinha dele ou o jeito abardinado dele...há ali qualquer coisa...E acho muito bem que a Soraia mostre as mamas...

Su disse...

Sim, também me farto de rir com o Nogueira!!! Quabto às mamas da Soraia...pois...é arte, eu é que tenho um conceito diferente do nú artístico...Bjs

JPD disse...

Olha e diz-me lá como é que vais aí por scalabis augusta?
tenho mtas sódades tuas!!!!!!!!! :))))