domingo, 10 de maio de 2009

que país é este?

Já que sou pai, todo o mundo me devia parecer agora cor-de-rosa (azul bebé, no meu caso).
Mas ao olhar para a televisão e para os jornais, tendo o meu pequeno Diogo (que amanhã faz um mês) aqui a começar a despertar os sentidos, equaciono-me acerca de que futuro se prepara para a sua geração. Portugal corre a passos largos em direcção à crise social. Mais do que uma crise financeira ou económica, avançamos rumo a um país polvilhado por instabilidade social que, dia após dia, se agrava, não apresentando as autoridades competentes qualquer forma concreta para evitar, pelo menos, que esse agravamento atinja repercussões impensáveis num país de tão "brandos costumes".
Os acontecimentos em Setúbal apenas reforçam toda uma bola de neve que cresce e se alastra. No passado Verão, Loures veio para a ribalta da opinião pública por razões similares. Pelo meio assistimos a assaltos de contornos por vezes sarcásticos e surreais.
Debates e mais debates entre os psicólogos e sociólogos e demais "especialistas" nestas matérias que, a meu ver, incriminam não o bandido mas sim a sociedade que não se revestiu de estruturas promotoras à integração social, levando  a que a vítima não seja quem realmente sofre com isto mas sim quem pratica criminalidade violenta.
Olho para estas imagens e por momentos fico incrédulo.
E qual a resposta das autoridades competentes? Obviamente, segundo um tratamento da TVI, a Polícia é a grande vilã pois abateu a tiro um jovem que, coitadinho, estava a assaltar uma caixa de multibanco.

Tenho receio do reforço à esquerda que das próximas legislativas poderá resultar. A sua visão de segurança tratada de forma ténue e humanista utópica preocupa-me. Todos os partidos têm medo  de assumir o problema na sua real dimensão. Não digo que a própria sociedade não terá culpa mas, ao abrigo da visão dos direitos humanos da treta, preferiu-se continuar a teimar em abrir fronteiras, distribuir subsídios e habitação social ao invés de assumir que o El Dorado nunca poderá existir. Esta gente, ao receber o dedo, leva-nos logo a mão. A humanidade é violenta por natureza e a essa violência presta culto em todas as suas acções: o Homem é um animal e deve ser tratado como tal. Deve ser domado e deve assumir as suas acções. Nada justifica estes crimes e estados de sítio diários que todos os dias assolam de norte a sul. Porque o Homem pensa para o Bem e para o Mal.
É impensável o medo que sinto em sair à noite actualmente. Olhar para cada pessoa e vê-la como um potencial criminoso. Sinto em toda a gente uma paz podre, prestes a desabar.

Ao olhar para o meu filho, que mundo lhe deixarei um dia?  

1 comentário:

Unknown disse...

Amigo,
o melhor é não dedicares muito do teu pensamento a essa preocupação. Afinal de contas foi em 1784 que o Kant começou a falar da tendência do ser humano para uma sociabilidade insociável... De lá para cá passaram uns anitos, mas a essência, essa mantém-se a mesma!
Um abraço