Vida e Morte.
Dialéctica que, desde o início dos tempos, norteou a própria evolução das sociedades.
Por vezes, a cultura de uma sociedade descobre-se pela sua perspectiva em relação à morte: em algumas dessas sociedades, a morte é o fim que desvenda um princípio para o que é a eternidade; para outras culturas, a morte será um prémio, um zenite da própria vida. Nas sociedades mais laicizadas, a morte é a morte em si. Tal qual a morte de uma árvore, de um animal ou o esgotamento de um rio, a morte de uma pessoa é meramente um aspecto fundamental da própria lógica biológica que a vida tem. No século XIX, definiu-se alma. Não com um comprometido sentido religioso mas sim em defesa da individualidade do Homem...após a utopia das Luzes em que o ser-humano era, alegoricamente, posto ao mesmo nível do seu par, qualquer fosse o género, crença ou cor.
Durante a Segunda Guerra Mundial, relatos houve de soldados americanos assustados ao repararem que os japoneses não tinham medo da morte. Que a morte era um acto de honra...que a vida era por eles desprezada...
O desprezo pela vida.
Debate-se hoje acerca da recente paragem propositada das máquinas que, durante 17 anos, permitiram à rapariga italiana estar "viva".
Sem querer entrar em debates filosóficos acerca do que significa "a vida", penso que as sociedades ocidentais, que se logram pelos avanços culturais e sociais conseguidos, deviam repensar o verdadeiro sentido da vida.
Não me posiciono nem me quero enquadrar acerca da questão da "Eutanásia": apenas defendo uma revisão desapaixonada acerca do que significa "viver". Mais que um simples verbo no tempo presente, pergunto se "viver" é aquilo que esta rapariga e tantas outras pessoas "fazem" neste momento?
Será questão política ou meramente ética? Será condicionamento da liberdade pessoal a intervenção do Estado nessa legítima decisão...de alguém que sofre ou de alguém que vê alguêm querido a sofrer. Complicada questão. Os médicos debatem-se acerca da sua ética profissional, que defende a preservação da vida até à última instância.
Pela lógica, alguém que, irremediavelmente, sofre (ou nem sofre, apenas respira) deveria poder ter escolha quanto ao seu destino. Quem sofrerá mais para além de quem ali se encontra preso por um fio à vida?
Penso que o chavão "Enquanto há vida , há esperança" necessita de ser urgentemente revisto. Será isto viver?
Estou a ver o jogo Portugal-Finlândia. Ao que parece não conta para nada. Apenas treino e ganhar estofo. Com o despedimento de Scollari do Chelsea, já começam os suspiros acerca do regresso do treinador brasileiro à selecção.
As regras da sensatez dizem que "Nunca voltes ao lugar onde já foste feliz". Pois bem, apesar de não ser a sua primeira vez como seleccionador, penso que Carlos Queirós tem todas as condições para ser feliz ao serviço da selecção. Confio no seu carácter como homem e profissional. Apenas precisa de ter tempo. Até agora só teve azar!
Em relação ao caso Freeport Gate: estamos perante mais uma montanha que mais um rato irá parir. Após Camarate, Fátima Felgueiras, apitos de todas as cores e Casas-Pias e banqueiros-fantasmas, a Justiça portuguesa abre aqui mais um novo segredo de Fátima!
1 comentário:
Eu sou a favor da Eutanásia pq acho que se fosse eu, queria que me desligassem a máquina muito rápido, assim que se soubesse que era irreversível. Ainda não se consegue saber se as pessoas nessa situação estão "conscientes" ou ñ, já imaginaste estar preso dentro de um corpo morto de movimentos e que o cérebro ñ comanda?!
É uma coisa que me deixa apavorada!
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