Serve este post para fazer um balanço da acção da União Europeia (EU) , agora que se celebra o 50º aniversário do Tratado de Roma (25 Março de 1957) que marcou uma viragem decisiva no “Velho Continente”.
A ideia, preconizada pelo estadista inglês Winston Churchill, de uns “Estados Unidos da Europa” pretendia, num clima de profunda instabilidade e esforço de regeneração de uma Europa destruída por conflitos militares, opor-se, na realidade, ao crescente sovietismo nos territórios a Leste da Alemanha Federal (dividida a partir das conferências de paz de Ialta e Potsdam, em 1945, reconhecendo-se a cisão em 1949).
Usando as palavras do “velho bulldog britânico”, uma cortina de ferro desce desde o Báltico ao Adriático…é conhecida a grande luta ideológica levada a cabo pelas potências aliadas (EUA e Inglaterra) para evitar o alastramento da influência soviética na Europa, cada vez mais a Oeste. O preconceito capitalista e o reconhecimento (desde os choques económicos de 1929) que as democracias ocidentais apenas favorecem a minoria era ponto marcante na retórica e na ideologia lançada desde Moscovo, satelizando, então, os territórios libertados pela Rússia estalinista do jugo nazi.
Aos próprios EUA, interessava-lhes travar esse avanço vermelho.
O plano Marshall (pacote de auxílio económico aos diversos estados necessitados no contexto do pós-guerra) seria então alvo de grande crítica por parte da URSS…a americanização da Europa…os tentáculos do capitalismo americano…
A gestão desses capitais, tutelada pelos EUA, através da OECE (Organização Europeia para a Cooperação Económica) assinalava a vigilância para o interesse americano no saneamento económico e social da Europa.
Era o tempo da divisão do mundo em dois blocos; da criação de pesos e contra-pesos na geopolítica mundial: em 1949, a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e, em 1955, o Pacto de Varsóvia, estabeleceram institucionalmente o reconhecimento dessa divisão do mundo, alinhando países e zonas estratégicas de modo a afirmarem-se (EUA e URSS) como as potências mundiais.
Era o tempo da divisão, não só política e militar, mas também económica: a Benelux (organização de comércio livre entre Holanda, Bélgica e Países Baixos), o COMECON (a leste) e a reconstrução europeia, apoiada no Plano Marshall, a caminho de 30 anos de profundo crescimento sustentado no consumo de massa…
É neste âmbito que a CEE, designada primeiramente como Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA,1951), marca o princípio da ideia de Mercado Comum.
Em Roma, no ano 1957, neste cenário de Guerra Fria (quatro anos após a morte daquele que, a leste, foi considerado o paladino da luta anti-nazi, José Estaline, e um ano após a viragem de rumo encetada por Nikita Kruschev no bloco de leste), são assinados dois acordos: um económico, a CEE, e outro de carácter defensivo, o EUROATOM (Comunidade Europeia para a Energia Atómica) . Em 1959, o Reino Unido, não concordante com a ideia de Mercado Comum proposta em Roma, estabelece uma nova aliança de estratégia económica, European Free Trade Association (EFTA, que Portugal aderaria em 1960) que se desmarca da intenção dos 6 estados fundadores da CEE.
A ideia, preconizada pelo estadista inglês Winston Churchill, de uns “Estados Unidos da Europa” pretendia, num clima de profunda instabilidade e esforço de regeneração de uma Europa destruída por conflitos militares, opor-se, na realidade, ao crescente sovietismo nos territórios a Leste da Alemanha Federal (dividida a partir das conferências de paz de Ialta e Potsdam, em 1945, reconhecendo-se a cisão em 1949).
Usando as palavras do “velho bulldog britânico”, uma cortina de ferro desce desde o Báltico ao Adriático…é conhecida a grande luta ideológica levada a cabo pelas potências aliadas (EUA e Inglaterra) para evitar o alastramento da influência soviética na Europa, cada vez mais a Oeste. O preconceito capitalista e o reconhecimento (desde os choques económicos de 1929) que as democracias ocidentais apenas favorecem a minoria era ponto marcante na retórica e na ideologia lançada desde Moscovo, satelizando, então, os territórios libertados pela Rússia estalinista do jugo nazi.
Aos próprios EUA, interessava-lhes travar esse avanço vermelho.
O plano Marshall (pacote de auxílio económico aos diversos estados necessitados no contexto do pós-guerra) seria então alvo de grande crítica por parte da URSS…a americanização da Europa…os tentáculos do capitalismo americano…
A gestão desses capitais, tutelada pelos EUA, através da OECE (Organização Europeia para a Cooperação Económica) assinalava a vigilância para o interesse americano no saneamento económico e social da Europa.
Era o tempo da divisão do mundo em dois blocos; da criação de pesos e contra-pesos na geopolítica mundial: em 1949, a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e, em 1955, o Pacto de Varsóvia, estabeleceram institucionalmente o reconhecimento dessa divisão do mundo, alinhando países e zonas estratégicas de modo a afirmarem-se (EUA e URSS) como as potências mundiais.
Era o tempo da divisão, não só política e militar, mas também económica: a Benelux (organização de comércio livre entre Holanda, Bélgica e Países Baixos), o COMECON (a leste) e a reconstrução europeia, apoiada no Plano Marshall, a caminho de 30 anos de profundo crescimento sustentado no consumo de massa…
É neste âmbito que a CEE, designada primeiramente como Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA,1951), marca o princípio da ideia de Mercado Comum.
Em Roma, no ano 1957, neste cenário de Guerra Fria (quatro anos após a morte daquele que, a leste, foi considerado o paladino da luta anti-nazi, José Estaline, e um ano após a viragem de rumo encetada por Nikita Kruschev no bloco de leste), são assinados dois acordos: um económico, a CEE, e outro de carácter defensivo, o EUROATOM (Comunidade Europeia para a Energia Atómica) . Em 1959, o Reino Unido, não concordante com a ideia de Mercado Comum proposta em Roma, estabelece uma nova aliança de estratégia económica, European Free Trade Association (EFTA, que Portugal aderaria em 1960) que se desmarca da intenção dos 6 estados fundadores da CEE.
Portugal aderaria à CEE em 1985, já após sucessivos acordos-promessa assinados em 1972 (sim é verdade, antes do 25 de Abril), na lógica dos planos de fomento económico postos em prática pelo Estado Português.
Entre 1974 e 1985, Portugal teve de ganhar prática democrática…assegurar o pleno funcionamento das suas instituições democráticas e mostrar à Europa que confiava e que esta poderia confiar no acordo de adesão, respeitando os devidos pontos de convergência.
Sem dúvida que Portugal cresceu muito. Sou eu do tempo em que os brinquedos, fabricados em Portugal, me apareciam no sapatinho em Dezembro. Quem é que não se lembra da Famobil antes da Playmobil???? Pois é, eram feitos em Portugal!!! Quem é que não se lembra de ir a Badajoz fazer compras (caramelos e não só) dado o valor mais atractivo da peseta em relação ao escudo????
Portugal entra definitivamente na Europa Comunitária a 1 de Janeiro de 1986. Para trás ficavam muitos anos de atraso, talvez séculos (numa perspectiva de longa ou longuíssima duração). Os tempos era agora tempos de mudança: a esperança num “Shangri-la” do consumo, da valorização e da circulação em liberdade.
Os fundos monetários/comunitários logo começaram a vir: criaram-se estruturas, mudanças, empregaram-se ritmos para os quais o país (pensava-se…) estaria vocacionado…mas, ao mesmo tempo, descobrimos que, para além daqueles elefantes que vemos no National Geographic, existem outros elefante, aqueles que são brancos…descobrimos que muitos se favoreceram a si e a próximos…os grandes utilitários e desportivos começaram a acelerar nas nossas novíssimas artérias de asfalto que nos aproximavam da Europa dos 12…dos 15… …. … dos 25…e agora…dos 27!!!!
Depois veio a moeda única: a ideia não era nova. Já economistas, como John Maynard Keynes na primeira metade do século XX, tinham admitido os benefícios de uma moeda única mundial, o Bancoor, sujeita a acordos de valorização e desvalorização da divisa reguladas pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O Euro vê a luz do dia a 1 de Janeiro de 2002. Portugal estava nesse pelotão da frente, atendendo ao crescimento dos seus pares em Bruxelas, aguardava os benefícios deste grande momento.
E assim aguardaria…
E aguarda…
E continua a aguardar… A pergunta de hoje é esta: que benefícios podemos, hoje, retirar do Euro? Da Europa? Uma Europa a 27 não será demais? Turquia: sim ou não?
Eu que, há 5/6 anos atrás, tomava um pequeno-almoço por 250$00, actualmente tomo o mesmo pequeno-almoço por 2,5€. A mentalidade portuguesa de uma conversão monetária assente na regra do mais simples/menos trabalho levou a que as pessoas olhem para uma moeda de 50 cêntimos da mesma forma como olhavam para as moedas de 50$00. Acontece é que esta inflação de 100% em 5 anos atirou-me para uma situação crítica. A mim e, penso eu, a muitos mais.
A juntar à inflação e perda do poder de compra (em termos de salários nominais e o salário real e o custo dos bens de primeira necessidade), o país está cada vez mais desiludido com a promessa da Europa. E porque é que estamos na cauda da Europa? Acima de tudo pois estamos sujeitos ao crescimento e flutuações da produção e riqueza dos demais países e, se olharmos para o lado, vemos um país que cresce ao ano aquilo que nós levamos uma década para fazer. Mas cresce de uma forma sustentada, isto é, segura.
O meu pai diz-me que o Euro é importante para que possamos, em Espanha e nos demais países, facilmente comprar as coisas sem ter de fazer o câmbio.
Mas parece que eu vou a Espanha todos os dias (!!!!)…eu quero saber no que é que a Europa está a contribuir no meu modesto dia-a-dia para a melhoria desse mesmo dia-a-dia.
Os juros a aumentarem conforme o Banco Europeu determina, para fazer face à valorização da moeda europeia junto ao dólar…Assim sendo, porque é que não vêm esses senhores para aqui governar? Para que é que precisamos de um governo português se , lá fora, estão os senhores que mandam…
Será que fizemos bem em entrar no Euro (não CEE)? A Inglaterra não entrou mas está na União. Teremos estaleca para competir nesse mercado cada vez mais alargado? Há condições para um actual alargamento a 27 e, com a entrada ou não da Turquia (como estratégia da geo-política mundial de ter um estado maioritariamente muçulmano representado em Bruxelas) ?
Por favor, quem souber que me diga...
Entre 1974 e 1985, Portugal teve de ganhar prática democrática…assegurar o pleno funcionamento das suas instituições democráticas e mostrar à Europa que confiava e que esta poderia confiar no acordo de adesão, respeitando os devidos pontos de convergência.
Sem dúvida que Portugal cresceu muito. Sou eu do tempo em que os brinquedos, fabricados em Portugal, me apareciam no sapatinho em Dezembro. Quem é que não se lembra da Famobil antes da Playmobil???? Pois é, eram feitos em Portugal!!! Quem é que não se lembra de ir a Badajoz fazer compras (caramelos e não só) dado o valor mais atractivo da peseta em relação ao escudo????
Portugal entra definitivamente na Europa Comunitária a 1 de Janeiro de 1986. Para trás ficavam muitos anos de atraso, talvez séculos (numa perspectiva de longa ou longuíssima duração). Os tempos era agora tempos de mudança: a esperança num “Shangri-la” do consumo, da valorização e da circulação em liberdade.
Os fundos monetários/comunitários logo começaram a vir: criaram-se estruturas, mudanças, empregaram-se ritmos para os quais o país (pensava-se…) estaria vocacionado…mas, ao mesmo tempo, descobrimos que, para além daqueles elefantes que vemos no National Geographic, existem outros elefante, aqueles que são brancos…descobrimos que muitos se favoreceram a si e a próximos…os grandes utilitários e desportivos começaram a acelerar nas nossas novíssimas artérias de asfalto que nos aproximavam da Europa dos 12…dos 15… …. … dos 25…e agora…dos 27!!!!
Depois veio a moeda única: a ideia não era nova. Já economistas, como John Maynard Keynes na primeira metade do século XX, tinham admitido os benefícios de uma moeda única mundial, o Bancoor, sujeita a acordos de valorização e desvalorização da divisa reguladas pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O Euro vê a luz do dia a 1 de Janeiro de 2002. Portugal estava nesse pelotão da frente, atendendo ao crescimento dos seus pares em Bruxelas, aguardava os benefícios deste grande momento.
E assim aguardaria…
E aguarda…
E continua a aguardar… A pergunta de hoje é esta: que benefícios podemos, hoje, retirar do Euro? Da Europa? Uma Europa a 27 não será demais? Turquia: sim ou não?
Eu que, há 5/6 anos atrás, tomava um pequeno-almoço por 250$00, actualmente tomo o mesmo pequeno-almoço por 2,5€. A mentalidade portuguesa de uma conversão monetária assente na regra do mais simples/menos trabalho levou a que as pessoas olhem para uma moeda de 50 cêntimos da mesma forma como olhavam para as moedas de 50$00. Acontece é que esta inflação de 100% em 5 anos atirou-me para uma situação crítica. A mim e, penso eu, a muitos mais.
A juntar à inflação e perda do poder de compra (em termos de salários nominais e o salário real e o custo dos bens de primeira necessidade), o país está cada vez mais desiludido com a promessa da Europa. E porque é que estamos na cauda da Europa? Acima de tudo pois estamos sujeitos ao crescimento e flutuações da produção e riqueza dos demais países e, se olharmos para o lado, vemos um país que cresce ao ano aquilo que nós levamos uma década para fazer. Mas cresce de uma forma sustentada, isto é, segura.
O meu pai diz-me que o Euro é importante para que possamos, em Espanha e nos demais países, facilmente comprar as coisas sem ter de fazer o câmbio.
Mas parece que eu vou a Espanha todos os dias (!!!!)…eu quero saber no que é que a Europa está a contribuir no meu modesto dia-a-dia para a melhoria desse mesmo dia-a-dia.
Os juros a aumentarem conforme o Banco Europeu determina, para fazer face à valorização da moeda europeia junto ao dólar…Assim sendo, porque é que não vêm esses senhores para aqui governar? Para que é que precisamos de um governo português se , lá fora, estão os senhores que mandam…
Será que fizemos bem em entrar no Euro (não CEE)? A Inglaterra não entrou mas está na União. Teremos estaleca para competir nesse mercado cada vez mais alargado? Há condições para um actual alargamento a 27 e, com a entrada ou não da Turquia (como estratégia da geo-política mundial de ter um estado maioritariamente muçulmano representado em Bruxelas) ?
Por favor, quem souber que me diga...
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